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Donald Trump toma posse para o seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20 de janeiro. Na véspera, fez um discurso em que sinalizou para os ingênuos e portadores de má-fé que nunca deixou de ser um radical de extrema-direita. No pós-eleição, em novembro passado, analistas apressados ou com pouco conhecimento sobre a história e política americanas insistiram em caracterizar o retorno do republicano como resultado de uma suposta inflexão ao centro. A economia real, sobretudo a inflação de alimentos, pode ter feito eleitores outrora democratas aderir à campanha da oposição a Joe Biden. Trump, porém, não vai migrar em hipótese alguma para o centro político, uma espécie em extinção nos regimes (ainda) democráticos.
O trumpismo é apenas—senão a mais notória—forma de nacionalismo extremista do século 21. O discurso antimigração pode até angariar o apoio de estrangeiros que conquistaram a cidadania americana e seus descendentes. No entanto, esse fato não elimina o nacionalismo branco embutido nas políticas de deportação em massa. Isso porque a maior parte dos migrantes desde meados dos anos 1960 tem origem em países do Sul Global.
O JOTA fará uma live sobre os impactos da posse de Trump no Brasil nesta segunda-feira (20/1), às 17h. Inscreva-se no canal do JOTA no YouTube para não perder a discussão!
A ênfase no que poderia ser chamado de identitarismo branco fica evidente também na oposição da nova velha administração a ações afirmativas, que sobreviveram a administrações democratas e republicanas desde o fim da segregação racial legal em 1964. “Nós vamos acabar com as políticas destrutivas e divisivas de Diversidade, Equidade e Inclusão em todo o governo e no setor privado, retornando o país para o sistema meritocrático”, afirmou Trump, também do discurso feito no domingo antes da posse. Ou seja, o alvo do trumpismo não são apenas migrantes, mas também cidadãos americanos que pertencem a grupos historicamente marginalizados, como negros e indígenas.
Aqueles que esperavam Trump mais equilibrado na economia por ter sido eleito pelos votos dos que sofreram no bolso com o aumento do custo de vida durante a gestão Biden—um rescaldo dos efeitos da pandemia de Covid-19 ainda no primeiro governo Trump—vão se decepcionar ao com as tarifas de importação que serão impostas, inclusive contra parceiros políticos na Europa e Ásia.
A lógica de America First implica em desmantelar a lógica de relacionamento com aliados que estruturaram a chamada ordem internacional liberal, fundamentada na economia de mercado e democracia e inicialmente restrita aos parceiros mais próximos no pós-Segunda Guerra e que se expandiu ao redor do globo com o fim da Guerra Fria.
Assim, o mundo em que o colonialismo felizmente virou peça de museu e que pavimentou o caminho para a disseminação de direitos humanos, desafiando o racismo em escala global, vai sendo desmantelado. Ainda que repleta de vários vícios, a ordem internacional liberal trouxe em si mais oportunidades para o mundo em desenvolvimento que as eras anteriores de domínio ocidental fundamentadas no imperialismo como domínio territorial e militar. O segundo mandato de Trump, portanto, sacramenta um retorno ao século 19, em que grandes potências se organizam em esferas de poder e buscam um equilíbrio entre si sem a mediação de instituições internacionais.
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Nesse cenário, Trump fará de tudo para que os Estados Unidos permaneçam como potência hegemônica. Trata-se de um mundo particularmente perigoso para países que, como o Brasil, nunca foram aliados de primeira ordem de Washington e, sem poder militar ou prestígio internacional, tiveram de desenvolver uma estratégia autônoma para avançar degraus na escala de desenvolvimento e poder internacional. As incertezas que se avizinham são mais amplas que aquelas enfrentadas durante a Guerra Fria, quando a Ditatura Militar se instalou.
Deveria causar calafrios entre os democratas de fato a fala do nacionalista branco Steven Bannon sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está em Washington para a segunda posse de Trump. Também no domingo anterior à cerimônia, Bannon descreveu o colega de extrema-direita como futuro presidente do Brasil e, pouco antes, reproduziu uma saudação nazista.
Bem-vindos ao passado! O futuro é uma mistura de era colonial-imperialista, com a associação entre poder político e capitalismo—hoje representado pela adesão das big techs ao trumpismo—e os vinte anos de crise que marcaram o cenário do entreguerras, com a ascensão do fascismo e do nazismo. Parafraseando Cazuza, neste museu de grandes novidades, o tempo não para.
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Sobreviverá quem melhor souber enfrentar o fim do mundo tal como estruturado nos últimos 80 anos no ocidente e nos últimos 35 no globo em geral sem incorrer no erro de naturalizar a extrema-direita, se é que ainda é possível impedir a consolidação de ideias e políticas associadas a ela.
A primeira era do nacionalismo exacerbado terminou com milhares de mortos em duas guerras mundiais. Caminhamos para mais um conflito em escala global como meio de derrotar os extremismos? Os primeiros meses da administração Trump 2 devem oferecer spoilers definitivos para concluirmos, tal como diria Marx, que a história—nacional e mundial—se repetirá primeiro como tragédia e depois como farsa.