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Nesta segunda-feira (20/1), Donald Trump assumiu pela segunda vez a presidência dos Estados Unidos, numa mostra da força da extrema-direita e do enfraquecimento do multilateralismo globalmente. Para analisar os desdobramentos da nova liderança na Casa Branca, o JOTA promoveu uma live destrinchando os primeiros sinais do novo governo dos Estados Unidos – e o que eles significam para o Brasil.
O evento contou com a participação da analista internacional do JOTA, Vivian Oswald, e do analista político Iago Bolívar. Entre nacionalismo superlativo, perspectivas para políticas ambientais e comércio internacional, a live pincelou os principais aspectos do relatório gratuito do JOTA PRO Poder sobre o tema, que você pode baixar gratuitamente aqui.
No curto prazo, o efeito será mais político que econômico, especialmente devido ao alinhamento ideológico entre Trump e grupos da direita brasileira – o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) liderou uma comitiva da oposição do governo federal aos EUA para a posse.
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No horizonte, está também a extensão da influência pessoal de Trump sobre o Partido Republicano e a possibilidade de consolidação de uma dinastia política. Oswald destacou a presença marcante da família Trump na posse e os rumores sobre as ambições políticas de seus filhos. “Dá um certo ar […] de czarismo, de uma nova dinastia com o Trump ali no poder”, afirmou Oswald.
No entanto, as tarifas comerciais, as políticas climáticas e a disputa EUA-China podem ter consequências a longo prazo para o Brasil. “O Brasil enfrenta o desafio de manter sua agenda diplomática independente enquanto lida com as pressões externas”, afirmou a analista do JOTA.
Nacionalismo superlativo
O ponto de partida foi o discurso de posse de Trump, descrito por Oswald como carregado de retórica nacionalista e superlativa. Palavras como “excepcional”, “maior” e “mais forte” dominaram a oratória do presidente, que prometeu inaugurar uma “era de ouro” para os Estados Unidos. Entre as promessas, Trump afirmou que os EUA irão “reverter quatro anos de declínio” e “expandir nosso território”. Essa última afirmação levantou preocupações tanto pela sua vagueza quanto pelas possíveis implicações políticas e diplomáticas.
Oswald chamou atenção para a citação do Canal do Panamá, sugerindo que Trump considera retomar o controle norte-americano sobre essa rota estratégica. O Canal do Panamá hoje é operado em parte por empresas de Hong Kong e também representa um ponto de tensão com a China, cuja potência vem rivalizando com os EUA. A construção de um porto financiado pela China no Peru e a possibilidade de uma base militar nas Ilhas Galápagos também foram citadas como exemplos do aumento da influência chinesa.
Para o Brasil, essa disputa representa tanto desafios quanto oportunidades. O setor agropecuário pode ganhar espaço no mercado chinês em resposta a possíveis sanções comerciais americanas. No entanto, Oswald alertou que tais ganhos podem ser temporários: “Agora, dentro do governo, tem gente até que diz assim: isso pode acontecer no curto e no médio prazo, mas, no longo prazo, eles se entendem, fazem acordos, como aconteceu no passado, e aí a gente perde o mercado que conquistou.”.
Para Vivian Oswald, a abordagem de Trump pode ser vista como uma releitura mais hostil da Doutrina Monroe, inaugurada em 1823 e marcada pela frase “a América para os americanos”, com os Estados Unidos buscando reafirmar sua influência na região. A presença crescente da China na América Latina, incluindo investimentos em infraestrutura e energia, é motivo de grande preocupação para Washington.
Trump tem usado essa retórica para justificar a necessidade de maior presença americana na região latina, mas essa postura também pode gerar resistência de governos locais. Trump pode tentar se aproximar da região também via aliados ideológicos. Javier Milei, presidente ultralibertário da Argentina, estava presente na posse, e sua presença pode indicar uma tentativa de criar uma frente ideológica regional alinhada com os Estados Unidos.
COP30
No cenário ambiental, com a promessa de sair novamente do Acordo de Paris e priorizar combustíveis fósseis, Trump dificulta os esforços internacionais para conter as mudanças climáticas. Isso coloca em risco o protagonismo brasileiro como anfitrião da COP30, marcada para novembro em Belém, no Pará.
Oswald apontou que o Brasil tem uma agenda climática ambiciosa e busca liderar a discussão sobre a redução de emissões. Contudo, a ausência de cooperação americana pode limitar os avanços. “É a maior economia do mundo. Você pode fazer um acordo de redução das emissões sem os Estados Unidos, é possível? Até é, mas qual é o efeito que você vai ter? E isso ofusca um pouco esse papel que o Brasil queria ter de ser um líder nesse assunto”, diz Oswald.
O peso do dinheiro
No campo comercial, o Brasil encara incertezas com a posse do republicano. Trump sugeriu um aumento generalizado de tarifas sobre produtos importados (algo que já fez em sua primeira gestão), prometendo utilizar essa arrecadação para financiar famílias americanas. Apesar disso, há esperanças de que o Brasil não esteja entre os primeiros alvos de medidas protecionistas, devido à sua posição como um dos maiores geradores de superávit para os EUA, diz Oswald.
Ainda assim, a analista do JOTA alertou para os impactos indiretos, como o aumento da inflação global e a possível desaceleração da China, principal parceiro comercial do Brasil. “O Brasil continua aí brigando com inflação, taxa de juros, economia patinando de certa forma, você vai ter um cenário econômico perturbado por um crescimento menor na China… Um potencial de inflação, juros nos Estados Unidos, isso é ruim para o governo, para todos nós, obviamente, mas para o governo, sobretudo, no ano pré-eleitoral”, explicou.
A imigração foi outro ponto central do discurso de posse – e pode indiretamente impactar a economia brasileira. Trump declarou estado de emergência na fronteira com o México, classificando o tema como mais importante que a inflação. Essa postura agressiva, acompanhada da promessa de tarifas comerciais mais altas e barreiras imigratórias, coloca o México em uma situação delicada. O governo mexicano, então, pode buscar se aproximar do Mercosul ou do Brasil como forma de diversificar suas relações comerciais e atenuar a pressão, disse a analista.