Reitora derrotada vai acionar a PF para investigar eleição na Ufersa. Oposição critica

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A reitora da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Ludimilla Oliveira, decidiu acionar a Polícia Federal para apurar supostas suspeitas de que a eleição para escolha do novo reitor da instituição possa ter alguma irregularidade. A medida foi anunciada por meio de ofício produzido pela própria reitora e divulgado na sexta-feira (12).

Neste sábado (13), Ludmilla Oliveira, gravou vídeo e publicou na sua rede social dizendo que não há o que temer com relação à apuração. Segundo ela, a lista tríplice com os nomes indicados à reitoria será enviada até o dia 1º de julho, quando esgota-se o prazo para encaminhamento. A oposição à atual reitora viu na atitude uma tentativa de contestar o resultado da eleição.

A votação que definiu a lista tríplice para a reitoria da Ufersa teve seu resultado divulgado dia 4 de abril. O mais votado foi o professor Rodrigo Codes. Ele também foi o mais votado na eleição anterior, em 2020, mas acabou preterido. Mesmo não sendo a mais votada, Ludmilla Oliveira foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

No ofício que anunciou a medida, ela afirma que foram recebidas denúncias de possíveis irregularidades na relação da consulta para definir o futuro reitor da instituição. De acordo com essas informações, “alunos especiais de pós-graduação da Ufersa estariam indevidamente na lista de votantes”; e que na lista de docentes votantes constaria o nome de uma pessoa que não é docente da UFERSA”.

“Após as denúncias recebidas e após a leitura do Relatório Pericial DSI/SUTIC/UFERSA nº 01/2024, destaca-se alguns pontos sobre o SigEleição, tais como: a comprovação de que um discente foi matriculado às 10h38min do dia da eleição (04/04/2024), que alegava ter direito a voto; que houve a imediata comunicação deste fato ao Presidente da comissão eleitoral. Verifica-se que este fato não constou na ata circunstanciada da consulta”, disse a reitora.

Ela acrescentou ainda que “o citado Relatório informa, ao final do item II, que: “…o resultado da consulta pode mudar em duas possibilidades: 1) quando muda-se o critério de escolha da consulta ou 2) quando o conteúdo do banco de dados muda […] A possibilidade 2 não

pode ser controlada pelo SigEleição pois os bancos de dados de origem são do SIGAA e do SIGRH. Nem o SigEleição, nem a SUTIC nem qualquer comissão eleitoral tem gestão sobre mudanças nos dados originais”.

O ofício informa ainda que “após as diligências e encaminhamentos acima referidos, a Presidente deste Conselho Universitário encaminhará Ofício à Polícia Federal, conforme solicitado na denúncia FALA BR 23546.035317/2024-81(anexa), para a devida apuração”.

Apesar de Ludmilla Oliveira usar o relatório da Sutic para embasar o ofício no qual anuncia medidas para investigar a eleição, o documento descarta as supostas irregularidades. “Não há como afirmar que houve o voto sugerido na manifestação. Não há registro dos alegados relatórios afirmados na manifestação. A matrícula realizada de forma atípica não impactou o resultado final da Consulta. O sistema pode ser auditado a qualquer momento, por qualquer pessoa, o código fonte encontra-se em anexo”, é afirmado na conclusão do relatório.

O Diretório Central dos Estudantes Romana Barros, da Ufersa, publicou neste sábado uma nota conjunta das entidades representativas da instituição — ADUFERSA, ATENS, DCE Romana Barros e SINTEST-RN — que critica atitude da reitora. Segundo a nota, as entidades receberam “com indignação o teor do Ofício 219/2024, emitido pela Reitoria da Ufersa em 12 de abril de 2024”.

“Trata-se de injustificável recusa do resultado da votação ocorrida em 04 de abril, quando a comunidade, em peso, participou da Consulta para Reitor de nossa instituição. Mais do que isso: a decisão de encaminhar o exame do pleito à Polícia Federal representa tentativa autoritária de criminalizar a atividade sindical e o movimento estudantil, ou mesmo a atuação de servidores públicos ligados à SUTIC/UFERSA. Essa atitude não nos intimida e estaremos na luta pela manutenção da democracia na nossa Universidade”, diz a nota.

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