CONFIRA ESSAS EMPRESAS
SEGURO PARA MOTORISTA DE APP
COMECE HOJE MESMO
CLASSIFICADOS
ABRIR O CATÁLOGO DE MÁQUINAS
TUDO SOBRE SEGURO DE VIDAS
ALUGUEL TEMPORADA GUARAPARI PRAIA DO MORRO ES
O IMÓVEL É UMA COBERTURA NA PRAIA DO MORRO ES LINK A BAIXO VALOR DA DIÁRIA 500R$
NÚMERO DE DIÁRIAS MINIMO 3
QUERO SABER + / CONTATO DO IMÓVEL
QUERO SABER SOBRE O CAVALO COMO COMPRAR
O melhor da web
GANHE DINHEIRO NO AIRBNB
DRA LARISSA
CONFIRA O CANAL
CONFERIR PERFIL NO LinkedIn
CONFERIR
O Itaú Unibanco ingressou com uma ação judicial contra seu ex-diretor financeiro (CFO), Alexsandro Broedel, e um grupo de outras três pessoas e três empresas, alegando a existência de um suposto esquema fraudulento que teria desviado milhões de reais da instituição financeira. Segundo o processo, Broedel teria recebido indevidamente cerca de 40% dos valores pagos pelo banco ao contador e consultor Eliseu Martins, em um esquema de contratações direcionadas que se estendeu por anos. Pelo alegado esquema, o banco requer a devolução de R$ 3,3 milhões. Na petição inicial, o banco diz que o executivo e envolvidos atuaram em “fraude rasteira”.
Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas do dia no seu email
A ação foi protocolada na Vara Empresarial e de Conflitos de Arbitragem do Fórum Central de São Paulo e busca a anulação de deliberações assembleares, além da responsabilização e condenação dos envolvidos. O Itaú sustenta que Broedel, enquanto CFO do banco, aprovou pessoalmente diversas contratações de Martins para a emissão de pareceres contábeis e que parte dos pagamentos ao consultor era repassada ao próprio Broedel por meio de empresas ligadas a Martins e seus filhos. O banco acusa os réus de violação de deveres fiduciários, conflito de interesses e enriquecimento ilícito.
Os advogados Pedro Marinho Nunes, Victor Lamas, Rafael Vasconcellos de Arruda e Beatriz Brito Santana, do Bermudes Advogados, escreveram a inicial movida pelo Itaú, enquanto o executivo é representado por Tepedino Advogados e Ráo & Lago Advogados. O processo tramita sob o número 1011143-86.2025.8.26.0100.
O que o Itaú alega no processo contra o ex-CFO Alexsandro Broedel
De acordo com a petição inicial, o Itaú Unibanco iniciou investigações após receber um alerta interno sobre possíveis irregularidades. Uma auditoria apontou que Broedel e Martins possuíam uma relação muito mais estreita do que era de conhecimento do banco. Além da relação profissional e acadêmica entre ambos, as investigações apontaram que os dois eram sócios na empresa Broedel Consultores Associados S/S, fundada em 1998, e que Broedel vinha aprovando, por conta própria, a contratação de pareceres assinados por Martins sem revelar essa conexão ao Itaú.
“O caso tratado na presente demanda é exemplo acadêmico de fraude, erro, dolo e simulação por parte do Sr. ALEXSANDRO BROEDEL, que comprovadamente omitiu a sua relação íntima e societária com o Sr. ELISEU MARTINS para beneficiar-se de serviços que foram por ele próprio contratados e com parte da contraprestação paga pelo ITAÚ UNIBANCO sendo a ele finalmente e ilicitamente destinados”, diz a petição inicial.
Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresas
O processo detalha que, entre 2019 e 2024, Broedel autorizou e aprovou pessoalmente pelo menos 40 pareceres elaborados por Martins, que foram faturados pela empresa Care Consultores Ltda., controlada pelo contador e um de seus filhos. Os pagamentos feitos pelo Itaú à Care eram, então, repassados a uma segunda empresa, a Evam Consultores S/S Ltda., administrada pelos filhos do contador, até finalmente serem transferidos para a Broedel Consultores Associados ou diretamente para Broedel, afirma o banco.
A auditoria interna do banco levantou que o ex-CFO recebeu aproximadamente R$ 4,86 milhões ao longo dos anos em que o alegado esquema esteve em funcionamento, valor correspondente a cerca de 40% do total pago pelo Itaú à Care. Em alguns casos, o repasse ocorria no mesmo dia do pagamento do banco à empresa de Martins, evidenciando, sempre segundo a instituição financeira, o caráter ilícito das transações.
O Itaú Unibanco, então, convocou, em 5 de dezembro de 2024, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre as medidas a serem adotadas. Na reunião, os acionistas decidiram anular a aprovação das contas de Alexsandro Broedel dos anos de 2021, 2022 e 2023, revogando qualquer quitação que poderia ter sido concedida a ele; determinar a tomada de todas as medidas legais cabíveis contra Broedel, Martins e os demais envolvidos, tanto na esfera judicial quanto administrativa.
Além dessas decisões, o banco informou que Broedel foi desligado da empresa ainda durante seu período de “garden leave”, um afastamento remunerado antes da rescisão oficial. O Itaú também registrou um protesto judicial para interromper o prazo prescricional do caso antes de ingressar com a ação formalmente.
O Itaú sustenta que Broedel violou cláusulas do Código de Ética e Conduta do banco, além de disposições expressas da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), que proíbem administradores de obter vantagens pessoais por meio de contratos firmados em nome da empresa. A ação judicial ainda enfatiza que o ex-CFO ocultou deliberadamente sua relação com Martins, inserindo informações falsas em declarações anuais de conformidade exigidas pelo banco.
Outro aspecto destacado pelo Itaú na ação judicial são as dificuldades financeiras enfrentadas por Broedel nos últimos anos. Segundo o processo, o ex-diretor possuía diversas pendências judiciais, incluindo execuções movidas por bancos como Bradesco e Safra, além de uma execução fiscal da Prefeitura de São Paulo contra a Broedel Consultores.
Dentre os processos mencionados na petição, estão:
– Uma ação de execução movida pelo Bradesco em 2022, no valor de R$ 610 mil, que resultou em um acordo de pagamento parcelado em 48 meses;
– Uma execução do Banco Safra, no valor de R$ 272 mil, que Broedel parcelou em 24 vezes após reconhecer a dívida;
– Uma cobrança fiscal da Prefeitura de São Paulo contra sua empresa, que teve o parcelamento interrompido por inadimplência.
O que Broedel diz sobre o assunto
Em nota ao JOTA, a assessoria de Broedel afirmou que as acusações são “infundadas e sem sentido”. “Alexsandro Broedel sempre se conduziu de forma ética e transparente em todas as atividades ao longo dos seus 12 anos no banco – algo nunca contestado pelo Itaú, que tem uma rigorosa e abrangente estrutura de controle e compliance, própria de um grupo financeiro com seu porte e importância na economia brasileira”, diz. A nota também afirma que Broedel vai tomar “as medidas judiciais cabíveis”.
Em relação a Eliseu, a nota diz que “o parecerista mencionado pelo Itaú já prestava serviços ao banco há décadas, muito antes de Broedel ser convidado para a diretoria da instituição”. “Causa profunda estranheza que o Itaú levante a suspeita sobre supostas condutas impróprias somente depois de Broedel ter apresentado a renúncia aos seus cargos no banco para assumir uma posição global em um dos seus principais concorrentes”. Hoje, Broedel trabalha no Santander, na Espanha.