No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

pensamento do dia

Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Pesquisadora Internacional Aborda Sociologia e Cultura em Evento na UFES

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A Universidade Federal do Espírito Santo recebe a partir do dia 04 de fevereiro a Professora Doutora Paula Guerra.

A Pesquisadora da Universidade do Porto ( Portugal) realizará algumas palestras a partir de uma parceria firmada entre a Universidade Portuguesa e  a UFES.

Serão três dias em que a Professora vai conversar com a Comunidade Acadêmica  sobre temas que transitam entre Arte, Ativismo e Sul Global.

 Paula Guerra

Doutora em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). É Professora no Departamento de Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigadora Integrada no Instituto de Sociologia da mesma universidade (IS-UP), onde atualmente coordena o subgrupo Criação artística, práticas e políticas culturais. Faz parte ainda de outros centros de investigação internacionais: Investigadora Associada do Centro de Estudos de Geografia e do Ordenamento do Território (CEGOT); Adjunct Associate Professor do Griffith Centre for Social and Cultural Research (GCSCR); Investigadora Convidada Internacional no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense (PPGS-UFF), no Grupo de Pesquisa História, Cultura e Subjetividade da Universidade Federal do Piauí e Universidade de Brasília (Brasil); no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCOM-UFPE) e no Laboratório de Análise de Música e Audiovisual da Universidade Federal de Pernambuco (L.A.M.A.).

É fundadora e coordenadora da Rede Todas as Artes. Rede Luso-Afro-Brasileira de Sociologia da Cultura e das Artes (com Glória Diógenes e Lígia Dabul). Pertence ainda à Interdisciplinary Network for the Study of Subcultures, Popular Music and Social Change e à Research Network Sociology of the Arts of the European Sociological Association. Tem sido professora/investigadora visitante em várias universidades internacionais: Université Cadi Ayyad Marrakech UCA (Marrocos), Université Sidi Mohammed Ben Abdellah, Fez USMBA (Marrocos), Hué University HUEUNI (Vietname), Universidade Nacional de Timor Lorosae UNTL (Timor), Griffith University (Austrália), Università di Padova (Itália), Uniwersytet Im. Adama Mickiewicza W Poznaniu UAM (Polónia), Katholieke Universiteit KU Leuven (Bélgica), Concordia University of Edmonton CUE (Canadá) e Universitat Autònoma de Barcelona – UAB Barcelona (Espanha).

Coordena e participa em vários projetos de investigação nacionais e internacionais no âmbito das culturas juvenis e da sociologia da arte e da cultura. É, igualmente, supervisora de diversos projetos de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento nas referidas áreas temáticas. É membro do conselho editorial de diversas revistas científicas nacionais e internacionais, assim como revisora científica de vários artigos e livros.

Os seus atuais interesses de investigação incluem os seguintes tópicos: popular music, culturas e carreiras DIY, subculturas e pós-subculturas, teoria social crítica, teorias sociológicas, metodologias qualitativas de investigação, música e cenas musicais underground, autenticidade, aura e carisma nas artes, campos culturais, art worlds, cinema, performance.

É coordenadora e fundadora da KISMIF Conference e coordenadora da Secção Temática Arte, Cultura e Comunicação da Associação Portuguesa de Sociologia. É autora (em conjunto com Andy Bennett) do edited book DIY Cultures and underground music scenes (Oxford: Routledge, 2018). Publicou recentemente os livros God Save the Queens. Pioneras del Punk (Barcelona: 66 RPM Edicions, 2019), Subcultura.

O significado do estilo (Lisboa: Maldoror, 2018), The Punk Reader. Research transmissions from the local and the global (Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras, 2017), Redifining art worlds in the late modernity (Universidade do Porto, 2016), More than loud (Porto: Afrontamento, 2015), On the road to the American underground (Universidade do Porto, 2015), As Palavras do Punk (Lisboa: Alêtheia, 2015), More Than Loud (Porto: Afrontamento, 2013). A instável leveza do rock (Porto: Afrontamento, 2013). E é autora de inúmeros artigos publicados em revistas nacionais e internacionais de referência: Journal of Sociology, Popular Music and Society, European Journal of Cultural Studies, Critical Arts, Portuguese Journal of Social Sciences, Sociologia, Problemas e Práticas, Revista Crítica de Ciências Sociais.

UFES e Universidade do Porto

A presença da Pesquisadora em solo capixaba, é o início de uma parceria firmada entre as duas instituições. É um acordo específico de cooperação acadêmica e científica entre o Programa de Pós-Graduação em Artes e Cultura da Universidade Federal do Espírito Santo (Brasil) e a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal), que abraça:

I.1. Mobilidade de estudantes de graduação e de estudantes de pós-graduação, por meio da qual podem frequentar cursos e participar de atividades de pesquisa na instituição anfitriã;

I.2. Mobilidade de professores e pesquisadores, por meio da qual *podem ministrar palestras, oficinas, minicursos e disciplinas* e conduzir ou participar de atividades de pesquisa na instituição anfitriã;

I.3. Credenciamento como professor colaborador nos programas de pós-graduação

envolvidos – designadamente o Programa de Pós-Graduação em Artes e Cultura da

Universidade Federal do Espírito Santo (PPG-A/UFES);

I.4. Cotutela (orientação conjunta) de tese de doutorado, exercida por orientadores

vinculados a cada uma das instituições;

I.5. Desenvolvimento conjunto de projetos de pesquisa;

I.6. Produção conjunta de publicações acadêmicas e científicas;

I.7. Participação e fortalecimento da Rede Lusófona Todas as Artes I Todos os Nomes e da Rede Internacional KISMIF;

I.8. Organização de eventos acadêmicos, científicos e culturais, como simpósios, congressos, seminários, entre outros.

II.1. Para coordenar a implementação deste acordo específico, a UFES indica o Professor Doutor APARECIDO JOSÉ CIRILO (josecirillo@hotmail.com), do seu Programa de Pós-Graduação em Artes e Cultura da Universidade Federal do Espírito Santo (PPG-A/UFES) e a UPORTO indica a Professora Doutora PAULA MARIA GUERRA TAVARES (mariadeguerra@gmail.com) do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (DS/FLUP) e do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS/UP).

O Professor José Cirillo, da UFES, responsável pelo acordo de cooperação,reforça a relevância desse tipo de iniciativa e celebra o evento: É com imenso prazer que recebemos a Professora Paula Guerra em nossa Universidade trazendo com ela toda a sua contribuição para nossos alunos e a instituição como um todo. Esperamos que essa seja uma parceria longeva e extremamente exitosa.

Professor José Cirillo

 

Bem-vinda ao Brasil!

Nesse momento, por favor se apresente aos Capixabas:

Quem é Paula Guerra?

Esta é a apresentação aos capixabas: eu apresento-me como Paula Guerra, sou socióloga de formação, quer seja no nível do doutorado e do pós-doutorado. Trabalho na questão das Artes, da Cultura e da Música. Foi essa abordagem que, faz agora 15 anos, ocasionou uma autêntica revolução na minha vida, porque antes eu trabalhava em outros domínios temáticos. Sou Professora há mais de 30 anos na Universidade do Porto, precisamente no local onde fiz a minha graduação em Sociologia.

Tenho uma forte atividade pedagógica, enquanto Professora dei muitas disciplinas na área da Sociologia e em todos os ciclos de estudo, um pouco também por todo o mundo, fui professora visitante em vários países, como o Brasil, a Turquia e outros.

E também sou investigadora, isto é, avaliadora de projetos de investigação e de publicações científicas, também um pouco por todo o mundo. Portanto, na verdade eu defino-me como Socióloga, Professora e investigadora.

02-Qual a sua expectativa para esse primeiro evento do dia 04/02 e a temática sobre Rubiane Maia?

– A minha expectativa.., na verdade esta questão das Artes e o sul global tem-me vindo a preocupar e a ter um grande destaque nas minhas investigações e nos meus planos de estudo, em todos os trabalhos que nós temos feito e apresentado.

E as minhas expectativas são as melhores, porque vou falar de uma artista capixaba, que é Rubiane Maia, que eu já tive a oportunidade de entrevistar por via da Professora Júlia Mello e do Professor Cirillo. Esses dois pesquisadores me vão apresentando esse conjunto de propostas artísticas tão instigantes, tão desafiadoras deste contexto e que servem muito para reequacionar e repensar todo um conjunto de paradigmas e todo um conjunto de perspectivas que eu tenho.

E, portanto, nada mais interessante, a meu ver, do que começar pela abordagem de uma artista capixaba.

Não é propriamente só uma abordagem sociológica em torno das Artes, é uma abordagem livre e transdisciplinar em torno das Artes do sul global.

03- Segundo nossas informações acabou de ser firmado um acordo de cooperação internacional  entre a UFES e a Universidade do Porto,pode dar detalhes por favor?

Isso é muito importante. Eu já conheço o professor Cirillo e algumas das pessoas  do programa de pós-graduação em Artes, mas na verdade vai ser a primeira vez que eu vou tomar contato presencial com a maioria deles. E também vai ser a primeira vez que vou ver, digamos, como oficializado o acordo de cooperação entre nossos programas de Pós-graduação, um acordo que já está assinado e firmado por ambos os lados e que tem a ver, por um lado, com uma perspectiva de investigação conjunta, por outro lado, também com a perspectiva de publicações conjuntas.

Concretiza-se com ele,  também, a minha real e efetiva participação no programa de pós-graduação em Artes, o que muito me orgulha, assumir um papel determinante na supervisão de estudantes de doutoramento e estudantes de mestrado.

E num diálogo intenso  que eu fico com uma pessoa tão instigante, tão incrível como o professor Cirilo, e todas as questões que ele traz para a abordagem das ciências sociais e das humanidades, colocando a ênfase nas artes e na cultura.

04- Onde Universidade do Porto e a Universidade Federal do Espírito Santo se encontram? Quais as semelhanças e diferenças?

Eu acho que o que marca o encontro entre ambas as universidades, e este meu interesse e gosto por terras capixabas, é muito marcado pelas pessoas e pelo trabalho das pessoas que eu vou conhecendo, quer seja o trabalho do Professor Cirilo, quer seja o trabalho da Julia Mello, em torno dos géneros, das artes e do corpo, mas também do Cirilo que fui acompanhando e que foram participando em diferentes modalidades, em eventos que eu tenho vindo a organizar.

Acredito que há um encontro muito grande, há esta urgência de fazer, esta urgência de agir, é algo que nos une e aproxima. São dois contextos muito diferentes, mas esta ideia, desta diversidade e ao mesmo tempo de uma certa especificidade global que o território capixaba encerra é algo que me atrai muito neste contexto e neste nosso acordo.

Eu de fato tenho acordos com  outros grupos no Brasil, como no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Nordeste, em Fortaleza, no Recife, um pouco por todo o lado, até em Porto Alegre, e no Piauí. Tenho muitos estudantes de doutorado sanduíche do Piauí, da História, da literatura, etc. Mas, de fato, esta ansiedade, esta busca pelo território capixaba, acho que procura visualizar questões de necessidade neste contexto de mobilização cultural que surgiu-se preocupante em analisar.

05- Fale um pouco da sua “presença” em outras universidades no Brasil?

A presença em outras universidades brasileiras é muito grande, é muito intensa, já vem se desenhando há uns anos,  desde 2014, 2015, quando fundei uma rede Luso-afro-brasileira em torno das Artes, chamada _Todas as Artes, Todos os Nomes_ , fruto desta vivacidade que eu encontro em território brasileiro.

Já fui Professora convidada de várias universidades, a Universidade Federal Juiz de Fora, onde fui Professora convidada, e também na Universidade Estadual do Ceará, onde eu estou neste presente momento, também já fui Professora convidada, porque quando tenho uma perspectiva de uma sabática, é o que nós chamamos em Portugal, é uma pausa letiva de meio ano, eu sou logo interpelada pelos colegas brasileiros, porque de fato está aqui este contexto interpretativo e questionador que nos oferece o Brasil, que nos oferecem estas produções artísticas turbilhantes brasileiras.

Algo que me interessa muito, porque é algo que tem uma matriz profundamente interseccional e permite equacionar novas formas de resistência  para por a energia dos atos, nomeadamente, algo que me tem preocupado nos últimos tempos, que é a questão do artivismo.

06- Fale sobre seu trabalho de uma forma mais ampla e quais caminhos trilhou até agora e os que virão.

– É um bocadinho difícil falar no meu trabalho, vou sintetiza-lo um pouco. Ele começa muito por desvendar essas bordas, esse underground, esses intertícios, dar-lhes visibilidade, dar-lhes intimidade; e o caminho a traçar é um caminho de uma aposta que eficiente nas perspectivas e modalidades de criação cultural de mescla híbridas que se vão prefigurando um pouco por todo o sul global. E também não descuidando, por exemplo, a questão africana, a qual estou muito receptiva, e mesmo uma questão de memória e reconciliação, porque estou a desenvolver um trabalho em torno de Dino D’ Santiago e os Tubarões, que é uma formação cabo-verdiana, e o Dino D’Santiago é de ascendência cabo-verdiana, mas é português, mas lá a ideia da cor da pele, da forma como os pais são cabo-verdianos, a forma como nós temos vindo a encarar tudo isso, um racismo escondido, um racismo subterfugiado, todas essas questões me interessam muito colocar em cima da mesa neste momento e problematizá-las, e é em torno disso que tenho andado nestes últimos tempos.

 

 

 

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