Ranking: como está a Saúde da Mulher no Brasil e no mundo?

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Pesquisa global cria ranking dos países em que a saúde da mulher é prioridade. Saiba por que isso é importante e quais são os principais problemas que afetam as mulheres.

 

Dentre as datas coloridas do calendário, o Outubro Rosa é uma das mais importantes, lembradas e queridas. Mês de conscientização sobre o câncer de mama, outubro também é lembrado de forma mais ampla como o mês da saúde da mulher.

Este é um tema mais que relevante. Afinal de contas, as mulheres convivem com questões de saúde bastante específicas, que necessitam de atenção e cuidados especiais – o que nem sempre acontece em boa parte do mundo.

Por incrível que pareça, há um número enorme de mulheres que simplesmente não vão ao médico, seja porque não possuem condição, moram em locais sem suporte de saúde ou porque acreditam que consultas periódicas são desnecessárias.

Para entender melhor esse cenário, vale a pena analisar os resultados de um dos maiores estudos já feitos sobre a saúde da mulher. Eles mostram que, em todo o mundo, mais de 1 bilhão de mulheres não visitou um profissional de saúde – nenhum! – ao longo do ano. Mais de 1.5 bilhão de mulheres também não fizeram nenhum exame para detectar algumas das condições mais perigosas à sua saúde, como pressão alta, diabetes, câncer e doenças sexualmente transmissíveis.

Esses números vêm de uma pesquisa global – a Women´s Health Index – cujo foco é especificamente a saúde feminina e que busca entender o que elas pensam sobre o tema. A última edição, divulgada em 2021, traz dados obtidos a partir de entrevistas com mais de 600 mil mulheres, de 15 anos ou mais, em 122 países diferentes. Em termos estatísticos, os dados representam as opiniões de 94% das mulheres do mundo nesta faixa etária.

Vamos conferir, a seguir, algumas das principais conclusões desse estudo.

 

Como está a vida e a saúde das mulheres pelo mundo?

Confira alguns dos principais resultados da mais recente edição da pesquisa Women´s Health Index:

Os impactos da pandemia foram sentidos de maneira muito mais forte pelas mulheres do que pelos homens, o que não chega a surpreender – afinal, são elas quem precisam cuidar e se preocupar com crianças, filhos, família – além de si mesmas. Em 2021, as mulheres estavam mais estressadas, preocupadas, tristes e irritadas do que em qualquer outro ponto da última década;
A capacidade das mulheres em obter o básico – como poder pagar por comida – caiu, mas a dos homens se manteve inalterada;
As estatísticas obtidas pelo estudo mostram que visitas anuais a profissionais de saúde estão fortemente relacionadas a 02 anos a mais na expectativa de vida de uma mulher. Quando fazem ao menos 01 consulta por ano, a expectativa média de vida passa de 76 para 78 anos;
Apesar disso, a crença de que ir ao médico é algo valioso para a saúde caiu entre a população com educação elementar ou inferior. Entre mulheres com graduação, 92% delas acreditam ser importante ir ao médico periodicamente – por outro lado, entre mulheres com menos anos de educação formal, tal crença caiu de 87 para 80% entre 2020 e 2021;
Em todo o mundo, apenas 12% das mulheres disseram ter sido testadas para qualquer tipo de câncer nos últimos 12 meses – isso significa que mais de 02 bilhões de mulheres não fizeram qualquer exame desse tipo em um ano.

Ranking

A pesquisa também criou um ranking de 122 países, destacando em quais deles a saúde da mulher é uma prioridade pública. Confira:

Países com melhores notas para a saúde da mulher

Taiwan
Latvia
Áustria
Dinamarca
Estônia
Suíça
Alemanha
República Tcheca
Israel
Noruega

O Brasil aparece na 104ª posição neste ranking de 122 países

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo destacam algumas conclusões: as mulheres são um grupo seriamente afetado por questões sociais, políticas e econômicas. Como se não bastasse, ainda possuem questões de saúde bastante relevantes, que precisam ser cuidadas com atenção, mas nem sempre esse cuidado existe.

E quais questões de saúde seriam essas? Quais doenças atingem um grande número de mulheres no Brasil e no mundo? Veremos as principais a seguir. Conhecendo-as, é mais fácil ficar atenta aos sintomas e buscar auxílio médico sempre que necessário.

 

Saúde da mulher: as doenças e condições mais relevantes

Em todo o mundo, estatísticas médicas mostram que existem algumas condições que afetam uma porcentagem alta das mulheres, e que por isso mesmo exigem atenção e cuidados especiais. Confira quais são elas a seguir:

 

Câncer

Existem 02 tipos de câncer extremamente importantes para a saúde feminina: o de mama e o câncer do colo do útero.

Estima-se que cada um deles vitime mais de 500 mil mulheres todos os anos. A grande maioria dos casos ocorre em países de renda baixa, nos quais há pouco programas de prevenção e de tratamento. Isso faz sentido: hoje em dia, caso haja diagnóstico precoce desses tipos de câncer (assim como medidas preventivas como vacinação contra o papilomavírus), as chances de cura são muito boas.

 

HPV e DSTs

A infecção por HPV (o papilomavírus mencionado acima) é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum no mundo, potencialmente fatal. Além dela, mulheres são mais afetadas com outras DSTs, como gonorreia, clamídia e sífilis – algumas delas, como a sífilis, podem também afetar bebês em gestação.

Atualmente, verifica-se em todo o mundo, também, uma porcentagem maior de mulheres do que de homens nos novos casos de HIV. Acredita-se que isso ocorra porque muitas mulheres ainda encontram dificuldades em se proteger e em conseguir tratamento adequado.

 

Coração

Doenças cardíacas também têm crescido entre as mulheres. Apenas nos Estados Unidos, 01 a cada 04 mortes de mulheres é devida a problemas no coração.

Problemas cardíacos e circulatórios são algumas das principais causas de mortes em todo o mundo. Algumas estatísticas apontam que podem ser ligeiramente mais comuns em mulheres do que em homens, possivelmente porque estão relacionados a outros problemas de saúde que, em alguns países, são mais comuns entre as mulheres, como colesterol alto e hipertensão.

 

Sobrepeso e obesidade

Em países desenvolvidos, estima-se que 30% das mulheres estejam com sobrepeso. Esse simples fator pode aumentar substancialmente os riscos de diversas doenças e problemas de saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão, dores crônicas, doenças cardíacas e vasculares e alguns tipos de câncer.

Durante a gravidez, estar acima do peso aumenta os riscos de complicações, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia (pressão alta) e problemas durante o parto.

 

Você sabia que a saúde da mulher é uma preocupação política em todo o planeta?

“Pensar a saúde da mulher” é um tema debatido pelas principais lideranças políticas globais já há muitos anos.

Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – metas globais criadas pela ONU em 2015 e que servem de base para criação de políticas públicas em todo o planeta –, pelo menos 03 deles estão fortemente relacionados às questões de saúde da mulher, e foram criados com esse intuito. São eles:

Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar;
Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais;
Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos.

 

Um futuro melhor para a saúde de todas as mulheres

A cada ano que passa, a saúde da mulher ganha mais atenção das autoridades políticas, médicas e científicas. Afinal, elas são um grupo único, com necessidades bastante peculiares, e cuidar de seu bem-estar é essencial para uma sociedade mais saudável, em todos os aspectos.

Temos observado um número crescente de artigos científicos que focam na saúde feminina. Pesquisas clínicas também têm se orientado cada vez mais ao bem-estar da mulher. Equipes de saúde estão sendo treinadas e preparadas para fornecer o suporte adequado a este grupo – apenas como um exemplo, infartos podem ter sintomas bastante diferentes entre homens e mulheres, o que pode gerar um diagnóstico incorreto em equipes não atentas para esse tipo de diferença. No geral, parece que a conscientização sobre a saúde da mulher está finalmente começando a atingir bons patamares, pelo menos em alguns países/estados.

De qualquer maneira, ainda existem problemas graves em todo o mundo. Talvez o principal deles seja a falta de acesso a cuidados essenciais de saúde, como realização anual de exames e consultas médicas, algo que deveria ser parte da rotina de todas. Mesmo problemas relacionados à saúde materna ainda existem e custam centenas de milhares de vidas anualmente: hoje em dia, eles poderiam ser evitados com medidas simples e baratas. O acompanhamento médico durante a gravidez e durante o parto, utilizando os conhecimentos e técnicas desenvolvidas nas últimas décadas, por exemplo, podem levar esse número a quase zero.

No Brasil, apesar de todos os problemas que conhecemos quando o assunto é saúde, ainda há motivos para se comemorar. Dados do IBGE mostram que, em 2019, a expectativa média de vida de uma mulher era de 80 anos. Para se ter uma ideia da evolução que isso representa, em 1940 essa expectativa era de apenas 48.3 anos.

Aqui no Hospital Vera Cruz, a saúde da mulher é um foco incessante de nossos trabalhos. Nossa equipe médica e técnica é habilitada a fornecer o suporte que toda mulher precisa em questões de saúde, tratando cada paciente de forma humanizada e personalizada. Nesse Outubro Rosa, quando o protagonismo feminino na área da saúde é ainda mais forte, conte com nossa equipe em questões de prevenção, diagnósticos e tratamentos. Estamos prontos(as) para protegendo o bem preciosíssimo que é a sua saúde.

 

 

REFERÊNCIAS

Women´s Health Report 2021: https://hologic.womenshealthindex.com/sites/default/files/2022-09/Hologic_2021-Global-Women’s-Health-Index_Full-Report.pdf
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/3
Women’s health in The BMJ: a data science history: https://bmjopen.bmj.com/content/10/10/e039759
Estatísticas IBGE: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/29502-em-2019-expectativa-de-vida-era-de-76-6-anos

 

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