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Ao confirmar que deixará a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta quarta-feira (5/2), o governo de Javier Milei disse que avalia a possibilidade de abandonar também o Acordo de Paris, mas que, por enquanto, “não há nenhuma decisão tomada”. Esta ameaça deixada no ar por Milei não é de hoje. Acontece que, neste caso, o custo talvez seja alto demais para um país que tanto precisa de divisas.
Sair do Acordo de Paris é mais do que simplesmente alinhar-se à administração Trump, ou fechar novo acordo bilionário com o FMI (a Argentina é hoje, de longe, o principal tomador de recursos do fundo, com empréstimos que somam US$ 44 bilhões). Significaria rasgar o que foi feito até agora no âmbito do acordo comercial Mercosul-UE. Se tudo der certo, o entendimento firmado em novembro passado em Montevidéu deve ser assinado por todas as partes em julho na Argentina, quando o Brasil assume a presidência rotativa do Mercosul. E fazer parte do Acordo de Paris é pré-requisito. As implicações não seriam apenas sobre a Argentina. Se eles pularem fora, estão todos fora. Para entrar em vigor, o entendimento precisa, antes de mais nada, da assinatura de todos. Só assim pode ser submetido aos respectivos parlamentos para que passe a valer.
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Para ferir o Mercosul e a UE, fazendo um gol de placa com Trump, os argentinos pagariam um preço alto. E Milei tem essas contas no radar. Até onde se sabe, é sobretudo um economista pragmático.
Não por acaso, no dia seguinte em que disse querer fechar um acordo comercial com os EUA, ainda que isso significasse deixar o Mercosul, recuou. Ele estava em Davos, onde participou do Fórum Econômico Mundial. Fez um discurso ideológico e atacou a elite econômica presente. Mas a verdade é que não deixou de ir até lá beijar-lhe a mão e apresentar resultados fiscais positivos. Tudo isso tem uma explicação. E ela tem muitas casas decimais, em moeda estrangeira.
A Argentina depende em boa medida do Mercosul. É para lá que seguem 21,5% das suas exportações — foram US$ 17,16 bilhões no ano passado, com alta de US$ 2 bilhões no período — e 30,4% do que compra. Os dados são oficiais, do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), do Ministério da Economia, que ainda indicam que, para o Brasil, em especial, as exportações somaram no mesmo período US$ 13,61 bilhões, ou 79,5% do que vai para o bloco. Para a UE, as exportações argentinas totalizaram US$ 8,24 bilhões no período, ou 10,3% do total. Isso quer dizer que, juntos, Mercosul e UE correspondem a 31,8% de tudo o que exportam.
Milei pode querer aproximar-se dos EUA e até firmar um acordo. Mas, ainda que Washignton tenha interesse em entendimento desta natureza, e que seja especialmente generosa com argentinos, o que não parece ser o caso dadas as primeiras ações do governo Trump, é difícil que se traduza em ganhos que superem o que oferecem a Buenos Aires o Mercosul e, por tabela a UE. Hoje, os americanos compram US$ 6,45 bilhões da Argentina, ou 8,09% do total.
Pela letra da lei, Milei até pode firmar um acordo com os americanos sem o Mercosul, como tem o Brasil, mas desde que não envolva tarifas. Podem incluir pontos sanitários, barreiras não tarifárias e até e-commerce. Mas, se envolver taxas, significa que terão de deixar o bloco. E o preço talvez seja alto demais.