Chuvas no RN estarão mais concentradas no litoral nos próximos 3 meses, diz Emparn

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Após as fortes chuvas dos últimos meses que encheram vários açudes no Rio Grande do Norte, o tempo continuará fechado no em todo o Estado nos próximos três meses. Gilmar Bistrot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), informou que nos meses de abril, maio e junho a expectativa é de que as chuvas sejam de normal a acima do normal.

Para essa expectativa, o meteorologista explicou que as precipitações irão ocorrer devido às condições atuais dos oceanos Atlântico e Pacífico, com o enfraquecimento do fenômeno climático El Niño, que consequentemente resultarão em mais chuvas em locais específicos.

“No Oceano Pacífico, a condição do El Niño está enfraquecida, mas a tendência para os próximos meses é que nós tenhamos um cenário de condição neutra, não interferindo na condição de chuvas no estado. Ao mesmo tempo, as condições do Oceano Atlântico deverão manter o que temos observado. O Atlântico Sul mais aquecido do que o Atlântico Norte, mesmo o Norte estando com temperaturas acima do normal. Tem região que vai chover um pouquinho mais, tem região que vai chover um pouquinho menos, mas em média, a chuva fica dentro da normalidade”.

Ao abordar as regiões potiguares que poderão receber mais chuvas, Gilmar Bistrot afirmou que também no próximo trimestre, as chuvas estarão mais concentradas no litoral. “A região Nordeste é dividida em dois momentos, de fevereiro a maio chove em todo o estado e de maio até agosto a chuva se concentra mais na faixa litorânea influenciadas pelas condições do Atlântico Sul. Então essa condição para chuvas no leste também deverá ser de normal acima do normal”, comentou.

INTERIOR DO RN

Em relação interior do estado, o meteorologista apontou que as chuvas intensas dos últimos meses, que encheram diversos açudes e consequentemente foram responsáveis por danificações nas estruturas de algumas rodovias, como as da BR-304, aconteceram por influência do aquecimento no oceano Atlântico, especialmente nos meses de fevereiro e março.

“Essa condição trouxe a zona de convergência aqui para cima do Nordeste e favoreceu o padrão de chuvas, o aumento das chuvas aqui na região central, essa região da Serra da Borborema, Serra de Santana, Seridó. Nós tivemos chuvas bastante acima do normal, foi a região que mais choveu”.

Sobre recomendações para os agricultores, Gilmar mencionou que o período ideal para o plantio já passou, pois as chuvas devem diminuir a partir de meados de maio e início de junho. Nessas regiões, já foram estabelecidas as lavouras e agora aguarda-se o desenvolvimento e a colheita. Para os municípios das regiões leste e Agreste, onde as chuvas podem persistir até agosto, ele indica o cultivo de feijão, milho, sorgo para alimentação animal e outras culturas mais adaptadas à ocorrência de períodos secos, como veranicos.

ACOMPANHAMENTO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS. Em nota enviada ao AGORA RN, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), responsável pelos reservatórios públicos estaduais, afirmou que tem uma preocupação especial com os reservatórios que possuem capacidade acima de 5 milhões de metros cúbicos, pois são utilizados para abastecer as populações urbanas.

Com isso, diante das previsões de chuva para os próximos meses, a Semarh confirmou à reportagem que equipes técnicas da pasta estão em alerta acompanhando de forma permanente as situações de riscos desses locais.

“Aquelas situações em que os reservatórios podem oferecer algum risco de rompimento, normalmente são realizadas intervenções preventivas objetivando de forma controlada a redução do volume de água armazenada, evitando assim, riscos de ondas que possam provocar impactos tanto de inundações para populações urbanas e rurais, mas também impacto nas estradas e rodovias, como foi o caso o reservatório Itapuã, em Lajes, que atingiu a BR 304”, comunicou a secretaria.

Já na capital potiguar, a Defesa Civil do Município explicou que o acompanhamento da previsão do tempo é feito diariamente, assim como o monitoramento da precipitação de fortes chuvas e a necessidade de acionar os protocolos de ação em casos de eventos extremos.

“Em caso de eventos com chuvas de grande proporção, aciona-se o Plano Municipal de Contingência de Natal para Deslizamentos e Alagamentos. Com esse documento é possível prever as melhores estratégias de ação em casos de desastres, levando em consideração a função das secretarias envolvidas e a capacidade de atuação de cada um”.

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