No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

‘Compras centralizadas na oncologia devem crescer’, diz secretário do Ministério da Saúde

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O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, afirmou ao JOTA que quarta e última portaria que regulamenta a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer deve ser publicada até março.

O texto em construção vai trazer as regras sobre como se dará o acesso aos medicamentos e, ainda, estabelecerá o componente de assistência farmacêutica em oncologia no Sistema Único de Saúde.

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Na regulamentação, este foi o item que despertou mais discussões com representantes de secretarias estaduais e municipais de saúde. Mas, de acordo com o secretário, no estágio atual apenas alguns detalhes precisam ser acertados.

Massuda adiantou ao JOTA que as Autorizações de Procedimento de Alta Complexidade (APAC) devem permanecer. O Ministério da Saúde, no entanto, deve ter uma atuação maior na compra de medicamentos de alto custo.

Escala

“O papel do ministério na compra facilita a negociação de preços e permite economia de escala”, disse. Massuda descartou a possibilidade de que o ministério arque com todas as compras. Tal mecanismo, assegurou, não seria necessário, uma vez que parte do tratamento para o câncer é considerada de baixo custo.

As primeiras três portarias que regulamentam a Política Nacional de Prevenção e Controle do câncer foram publicadas semana passada, treze meses depois de a lei que institui a ação ter entrado em vigor.

Ao longo deste período, associações de pacientes, entidades de especialistas e organizações de prevenção e combate ao câncer cobraram das autoridades em saúde agilidade na regulamentação.

Semana passada, diante da formalização de três dos instrumentos da política, muitos atores deixaram clara a frustração de não haver ainda acordo sobre as regras para financiamento. Massuda, contudo, afirma que o tempo para amadurecimento foi necessário.

“É um avanço histórico. Para chegar a esse resultado, foram realizadas várias reuniões na Tripartite (que reúne representantes do ministério, secretários estaduais e municipais de saúde), com o Conselho Nacional de Saúde, reuniões extraordinárias do Grupo de Trabalho e Atenção Especializada, reuniões com as diferentes secretarias do Ministério da Saúde, principalmente a Secretaria de Informação e Saúde Digital”, disse. “Não são portarias fáceis de serem construídas e pactuadas, pela relevância que têm”, completou.

Rede de atenção

O câncer é considerado como um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil. São 704 mil casos novos por ano, de acordo com estatísticas feitas pelo Instituto Nacional do Câncer para o biênio 2023-2025.

A ideia da nova política é que a atenção ultrapasse os limites dos  Cacons (centros de maior complexidade para tratamento de pacientes)  ou Unacons (unidades de menor complexidade).

“Do ponto de vista de saúde pública, o câncer não se resolve apenas com tratamento. É preciso prevenção, promoção. E isso passa por detecção precoce, rastreamento e triagem, por exemplo”, disse Massuda.

O novo formato prevê uma atuação em rede, de forma que o paciente seja encaminhado para os serviços certos, no momento adequado e evitando demoras. “Hoje o paciente fica perambulando no sistema”, completou.

Diagnóstico tardio

De acordo com o secretário, atualmente dois em cada três casos de câncer de câncer no país são diagnosticados em estágio avançado.

O novo desenho de organização e financiamento será feito de forma a garantir a organização da rede de atendimento.

O formato prevê uma relação estreita entre o serviço ambulatorial especializado e a atenção primária para que encaminhamentos sejam agilizados.

“Com essa organização, o paciente vai ter um tempo para começar e terminar a passagem pelo ambulatório especializado”, disse. “O período entre consulta, realização de exames e retorno a especialistas tem de ser no máximo de 30 dias para gerar a APAC”, completou.

Caso o tempo seja superior, o pagamento será feito sem incentivos. “Esse é o mecanismo do financiamento para induzir essa nova lógica de organização.”

Uma vez confirmado o caso, o pagamento será feito por pacotes de cuidado, na lógica estabelecida pelo Mais Acesso a Especialistas.

“Ali estarão contidas consultas, exames e organização de tratamento, incluindo cirurgia, radioterapia e quimioterapia”, disse Massuda.

Massuda está convicto de que, uma vez implantada, a nova organização vai tornar mais evidentes os desafios, como número insuficiente de especialistas em determinadas áreas ou vazios assistenciais. “Isso vai mudar do dia para noite? Não. Trata-se de um processo, com nova lógica de organização.”

Quando novas necessidades vierem à tona, será a vez de orientar os investimentos e do melhor uso de recursos.

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