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No Oeste da Bahia, um trabalho de pesquisa está avaliando cultivares de algodão disponibilizadas no mercado. Durante um evento de campo, foram divulgados os primeiros resultados antes do fim do ciclo da safra no Cerrado baiano.
O aparecimento da flor é uma fase que antecede a formação da fibra. Nas lavouras, elas já aparecem em grande quantidade.
Flor do algodão | Imagem: Vinicius Ramos/Canal Rural BA
Na última sexta-feira (19), na Fazenda Warpol, próxima ao distrito de Roda Velha em São Desidério, foram apresentadas aos produtores os primeiros resultados das avaliações de cultivares da safra 23-24.
De acordo com a Fundação Bahia, nesta safra, estão sendo analisadas 18 cultivares comerciais e outras 11 cultivares estão em fase de pré lançamento.
Sete propriedades têm recebido visitas de pesquisadores para avaliar o desenvolvimento de 8 linhas experimentais. O trabalho de pesquisa é feito desde a safra 14/15.
Imagem: Jefferson Aleffe/Canal Rural BA
Para Eleusio Curvelo Freire, consultor da Fundação Bahia, a visita técnica no campo, é uma oportunidade para os produtores conhecerem de perto o desenvolvimento das cultivares de algodão.
“É interessante um evento como esse que eles vêm e podem ver o desempenho dessas 37 cultivares, assim, vão poder ver esse desempenho em várias etapas, para no final, com análise econômica, com produtividade, com qualidade de fibra, escolher entre cinco a sete para o próximo plantio”, explica o consultor.
Para o Nilson Vicente, diretor executivo da Fundação Bahia, o introdução da pesquisa possibilitou uma melhor execução de materiais nas lavouras do Oeste baiano e Matopiba.
“São dez anos que a gente vem realizando esse projeto junto com os parceiros, e ele tem uma importância fundamental, pois há 10 anos, a nossa região perdeu muito, porque nós plantávamos muito materiais que não eram adaptados para as nossas condições do Oeste da Bahia e esse projeto veio trazer viabilidade para os produtores, para que eles possam fazer as melhores escolhas dos melhores materiais e das mais diversas obtentoras.”, disse o diretor.
Maçã de algodão | Imagem: Jefferson Aleffe/Canal Rural BA
Avaliações de cultivares
A avaliação de cultivares é considerada uma atividade de pesquisa importante e contínua. O objetivo é identificar as cultivares de algodoeiro mais produtivas, adaptáveis e resistentes a doenças e pragas, e as que apresentam maior rentabilidade e qualidade de fibras.
De acordo com o consultor, Milton Akio Ide, o manejo de doenças neste ano está relativamente baixo, mas ressalta o aparecimento de outras patologias.
“Tivemos um pouco mais de manchas como a mancha alvo, um pouco da própria lagarta spodoptera, e apodrecimento, mas no geral, a pressão de doença dessa safra está baixa. Devemos ter poucos prejuízos em função de doenças”, explica.
esta fazenda foi uma das selecionadas para participar do programa, com parte dos 23 mil hectares de algodão sendo utilizados no estudo./
Parte dos 23 mil hectares de algodão da Fazenda Warpol estão sendo utilizados no estudo. O gerente da propriedade, Marcos Rodrigues Vieira, conta que a expectativa é de superar o recorde nesta safra.
Nós somos basicamente produtores de algodão e a soja utilizamos mais para fazer rotação de culturas. Essa fazenda fechamos 338 arrobas no ano passado. Acredito que o algodão deva pesar pelo menos meia grama por maçã a mais em relação ao ano passado. Por isso é importante você ter esses campos espalhados para você ter comparativos de qual material vai melhor.”, explica.
Para o produtor Raul Jacobsen, compartilhar os resultados é essencial, principalmente para quem tem interesse em retomar a produção de algodão.
“A gente tinha parado de produzir algodão e estamos voltando agora com uma área pequena, só 100 hectares. Então a gente tá fazendo novos testes, retomando o conhecimento que a gente tinha de anos anteriores. A gente precisa novamente se familiarizar com o que tem de mais novo no mercado, o que as sementeiras, o que as fornecedoras de genética têm lançado e o que são as melhores opções para a gente produzir nos próximos anos”, relata.
As avaliações continuam até o fim do ciclo, que apesar de ter tido um início difícil, deve seguir com boa expectativa.
No entanto, mesmo diante dos bons resultados, alguns produtores observaram que por conta da presença de fungos e da lagarta spodoptera, o apodrecimento do fruto do algodoeiro é superior ao registrado na safra passada. Fato que acende um alerta para os cotonicultores da região.
“A spodoptera nessa safra agora, ela tá com a gravidade muito maior, quase o dobro da gravidade em relação a safra passada, e no caso do algodão, ela provoca o apodrecimento de duas, três, quatro maçãs por planta, principalmente na parte média e alta da planta de algodão”, conclui Eleusio Curvelo Freire, consultor da Fundação Bahia.
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O post Pesquisa avalia novas cultivares de algodão no cerrado baiano apareceu primeiro em Canal Rural.