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Apesar da contrariedade com a recente decisão do Banco Central, o Ministério da Fazenda incorporou em seu cenário uma taxa de juros mais alta do que se antecipava neste e no próximo ano. Mesmo com um maior alinhamento com o cenário de mercado em 2024, há um descolamento relevante a partir de 2025.
Nesse período, o governo está vendo um quadro bem mais generoso de juros, exatamente quando terá maioria no comando da autoridade monetária. Enquanto os analistas de mercado enxergam a Selic em 9% em 2025 e 2026, o Ministério da Fazenda está trabalhando com queda para 8,4% no próximo ano e 6,9% ao fim de 2026 e de 2027, nível que a pasta considera taxa de juros neutra.
Segundo a subsecretária de política macroeconômica, Raquel Nadal, o modelo de previsão de juros da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda considera a taxa de juros real prevista na pesquisa Focus, do BC, e a projeção de inflação da própria SPE. Essa e outras previsões são usadas na grade de parâmetros macroeconômicos – que serve para balizar o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, a ser divulgado na semana que vem.
Porém, nos anos de 2026 e 2027, a discrepância entre os juros reais do mercado e da secretaria são grandes, superiores a 1 ponto porcentual. O juro real extraído dos dados da Focus está ao redor de 5%, enquanto o da SPE está em torno de 4% nesse período. Se o mesmo critério fosse usado, a Selic nominal para esses anos seria em torno de 8% ao ano, ainda assim, melhor que o que aparece na pesquisa semanal do BC com o mercado.
Procurada pelo JOTA, Nadal explicou que a diferença decorre do fato de que ela usa os dados Focus de uma tabela das reuniões do Copom, que no dado mais recente iria só até março de 2026. A partir dali, explica, ela considera a taxa caindo gradualmente até chegar no nível neutro, em torno de 7% nominal e 4% real. O Banco Central, por exemplo, trabalha com juro real neutro de 4,5%.
Ela negou que isso seja uma mudança de critério que favorece uma leitura de Selic mais benigna ao longo do tempo. Questionada sobre o porquê de não se considerar os dados da taxa básica de juros previstos na divulgação semanal do BC sobre a Focus, que projeta esses números até 2027, a subsecretária argumentou que a opção feita pelo dado que aparece na reunião do Copom considera a necessidade de se atualizar a grade de parâmetros mensalmente. Nadal acrescentou que, como a partir de 2026 a Fazenda projeta inflação na meta, não faria sentido trabalhar com juro real acima do neutro como o mercado está trabalhando.
Mais do que uma questão metodológica, a diferença é relevante porque um de seus efeitos práticos é apontar um cenário melhor para a dívida pública por parte do governo. Tanto pela menor carga de juros que incide sobre o estoque como pelos efeitos positivos que isso tem em variáveis como o PIB. E isso, por sua vez, afeta também as projeções futuras de receita, entre outras.
Aliás, o cenário de crescimento econômico da Fazenda para 2025 é de 2,8% e de 2,6% para 2026 e 2027, bem acima dos 2% previstos pelo mercado para todos os anos. E vale lembrar que o governo recentemente mandou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 com uma previsão de estabilização da dívida pública entre 2027 e 2028, considerando os juros da SPE.
Não está se dizendo que as projeções da Fazenda estão erradas. Até porque o mercado, pelo menos em termos de PIB, tem subestimado muito os números que efetivamente estão acontecendo. Também vale dizer que historicamente os cenários da pasta são mais otimistas que os do mercado – no governo passado já se projetava Selic em patamares mais baixos no longo prazo. Mas é importante que se entenda onde estão as diferenças de cenários porque as implicações são múltiplas. Ainda mais em tempos de maior incerteza sobre quais serão os rumos das políticas monetária e fiscal nos próximos meses e anos do governo Lula.