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A estratégia do ministro para arrefecer resistências entre opositores envolve também apoio a propostas apresentadas por parlamentares do grupo. Um dia depois de receber Eduardo Bolsonaro, foi a vez do deputado Zé Trovão (PL-SC) visitar Lewandowski em seu gabinete. Entre as sugestões levadas pelo bolsonarista está reativar um fórum para discutir o transporte de cargas no país e criar Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros próximos a bases da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às margens das estradas. As ideias foram bem recebidas pelo ministro.
— Lewandowski nos mostrou interesse em trabalhar e resolver, independentemente da ideologia. Mesmo não entendendo sobre transporte de cargas, ele me ouviu e prometeu até que o primeiro encontro do fórum será no próprio Ministério da Justiça — afirmou Zé Trovão.
A segurança pública tem sido uma das preocupações do governo Lula — pesquisa divulgada pela Quaest em março revelou que 79% dos brasileiros sentiram piora na violência e 81% a avaliam como um problema nacional. Ao mesmo tempo, o tema é bandeira do bolsonarismo, que vincula os índices a iniciativas da atual gestão, como uma política mais restritiva para armas e veto ao projeto que proibiu as “saidinhas” de presos.
O aceno de Lewandowski a integrantes da oposição se intensificou na semana passada, quando o ministro recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros expoentes da direita, como a presidente da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Caroline De Toni (PL-SC), e o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que integra a Comissão de Segurança Pública.
‘Disposição de discutir’
No encontro, o ministro ouviu que poderá ter dificuldades para levar adiante sua intenção de ampliar a participação federal na segurança pública, mas a iniciativa de discutir com a oposição foi elogiada pelos parlamentares.
— Pela minha experiência como delegado da Polícia Civil, esse tipo de iniciativa deveria dar mais poder aos estados e municípios, que têm mais contato com os problemas da segurança pública. Se a PEC fizer um movimento contrário a isso, estará dificultando ainda mais — afirmou Bilynskyj. — Mas o ministro se colocou à disposição para estar presente no Parlamento a fim de discutir conosco.
A PEC inclui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), conhecido como o “SUS da Segurança Pública”, na Constituição. O programa, que propõe a criação de um plano de ações estruturadas de segurança envolvendo órgãos federais, estaduais e municipais, foi instituído formalmente no governo Temer, mas acabou deixado de lado no mandato de Jair Bolsonaro. Embora já tenha sido apontado como “prioridade” no governo Lula, pouco avançou. Lewandowski já tem pronto o texto da proposta, mas ainda espera o aval do presidente para apresentá-lo ao Congresso.
O ministro defende ainda instituir um fundo exclusivo para o programa, que conta atualmente com uma parcela da arrecadação com a loteria repassada pela Caixa. Na segunda-feira, discutiu o assunto em evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cujo anfitrião foi o próprio Temer.
— Tudo isso demanda não apenas competências jurídicas, mas, também, dinheiro. Para isso precisamos do Fundo Nacional de Segurança Pública previsto na Constituição — disse no evento.
Fonte:
O post Lewandowski muda tom em relação a Dino e busca oposição para emplacar pautas de segurança apareceu primeiro em Blog Cebrasse.