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Cidades inteligentes são ecossistemas urbanos que aplicam dados e tecnologia para melhorar a qualidade de vida, eficiência dos serviços urbanos, e a competitividade, ou seja, gerem desenvolvimento sustentável. Em algumas situações, no entanto, o foco no aspecto tecnológico acaba por reduzir a importância dos fins a que se propõe, causando uma inversão de prioridades potencialmente danosa às pessoas. O foco das cidades, inteligentes ou não, deve ser a melhoria das condições da vida urbana, a tecnologia precisa ser compreendida apenas como meio.
O critério essencial para colocar as coisas em seu devido lugar é compreender com clareza qual o benefício que se deseja gerar, para em sequência identificar se a ferramenta tecnológica apresenta uma relação custo-benefício superior às demais alternativas. Quando se segue esse processo evita-se um erro que tem se tornado comum de focar na adoção tecnológica ao invés de no resultado desta para a sociedade.
Para darmos exemplos claros, não importa quantas câmeras um município possui e sim se as pessoas se sentem seguras; não importa a quantidade de operadoras de telefonia móvel ou de antenas instaladas, mas se as pessoas conseguem acessar internet de alta qualidade; não importa a quantidade de radares instalados, mas o número de acidentes a que a população se submete; não importa a quantidade de vias disponíveis, mas a facilidade que as pessoas têm de se locomover pela cidade.
Não se nega que a análise de dados e evidências na gestão pública é fundamental para aceleração do desenvolvimento sustentável municipal. É também fácil de perceber que a digitalização e a transformação digital dos governos municipais tendem a fornecer dados em maior quantidade e com melhor qualidade, com um custo relativamente baixo comparativamente à não utilização dessas tecnologias, entretanto, a generalização desses pressupostos tem gerado investimentos cujos benefícios são pequenos ou insignificantes em relação aos recursos despendidos.
O Centro de Operações do Rio (COR) talvez seja um dos exemplos mais emblemáticos. Uma breve análise do site deixa clara a falta de preocupação com a análise de custo e benefício do equipamento. Não há qualquer informação sobre o custo de implementação do equipamento, sobre o custo mensal de manutenção e a única referência a dados quantitativos é:
500 profissionais trabalhando em turnos 24h
1.200 ocorrências registradas por mês
2.500 câmeras monitorando a cidade
80 grandes eventos mapeados por mês
1,3 milhão de seguidores nas redes sociais
Fonte: https://cor.rio/historia/
Analisando o Ranking Connected Smart Cities, fica claro que o foco exclusivo em tecnologia é um grande erro. O Rio de Janeiro ocupa a 1ª posição no pilar de “tecnologia e inovação” e apesar disso ocupa apenas a 10ª posição no ranking geral, atrás inclusive da sua cidade vizinha, Niterói, 5º lugar geral do ranking.
Isso acontece porque o Ranking Connected Smart Cities adota uma perspectiva mais abrangente e focada em resultados para as pessoas. Nele, o município do Rio de Janeiro tem um desempenho sofrível em 6 dos 10 pilares. A cidade está ranqueada na segunda metade do ranking nos pilares de Urbanismo (58º), Meio Ambiente (70º), Educação (100º), Governança (70º) e Economia (94º) e nem aparece na lista das 100 melhores no pilar de Saúde.
O Rio de Janeiro não é a única cidade que entendeu errado o conceito de inteligência, Fortaleza apresenta trajetória similar. Apesar da 4ª posição no eixo de tecnologia, a cidade ocupa apenas a 18ª posição no ranking geral e tem desempenho sofrível em 5 dos 10 pilares. A cidade está ranqueada na segunda metade do ranking nos pilares de Meio Ambiente (87º) e Educação (71º), e nem aparece na lista das 100 melhores nos pilares de Urbanismo, Segurança e Economia.
O ranking também demonstra que as cidades mais consistentes e com políticas públicas baseadas em visões mais sistêmicas e equilibradas são as que alcançam os melhores resultados, e com isso são as mais inteligentes.
A cidade de Florianópolis ocupa a 1ª posição no ranking geral, está entre as 100 melhores em todos os pilares e se posiciona na segunda metade do ranking apenas no pilar de Governança (52º), além disso está no primeiro quartil em 8 dos 10 pilares, Economia (23º), Empreendedorismo (7º), Educação (12º), Segurança (3º), Saúde (2º), Tecnologia e Inovação (5º), Urbanismo (17º), Mobilidade (2º).
Essa perspectiva multidisciplinar, mais orientada para os resultados alcançados pelas políticas públicas, precisa ser compreendida pelos municípios brasileiros para que a incorporação de tecnologias de informação e comunicação (TICs) de fato contribua para melhorar a prestação de serviços públicos, a gestão de recursos e a participação cidadã.
Quanto mais efetivas forem as implementações, maior tende a ser a velocidade da adoção desses modelos por outros municípios, principalmente para aquelas com piores condições para investimentos em infraestrutura tecnológica, capacidade institucional, e políticas de inovação.
Em âmbito internacional, o IMD Smart Cities Ranking 2023, demonstra que infelizmente as cidades brasileiras ainda estão muito distantes das demais cidades do mundo. A primeira cidade brasileira no ranking internacional é Brasília, com 0,816 pontos, na 128ª posição, São Paulo aparece no 130º lugar e o Rio de Janeiro na 136ª posição.
O IMD avalia a percepção dos cidadãos (beneficiários das políticas públicas) com base em dois critérios: infraestrutura e tecnologia e aplica esses critérios em cinco áreas: saúde e segurança, mobilidade, atividades, oportunidades e governança.
O que os dados demonstram é que a transformação digital das cidades brasileiras está em curso, embora ainda a passos lentos. Enquanto algumas cidades como Florianópolis e Curitiba têm sido capazes de conciliar a transformação digital com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, outras como o Rio de Janeiro e Fortaleza, ainda enfrentam desafios para alinhar a inovação tecnológica com as necessidades de seus cidadãos.
Na média, os municípios brasileiros ainda possuem um longo caminho a percorrer na adoção de uma abordagem holística de construção de cidades inteligentes, onde a tecnologia serve ao bem-estar coletivo e promove um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo.