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A internacionalização de moedas digitais por meio da blockchain já é uma realidade. Essa tecnologia ganhou notoriedade com o bitcoin, mas caminha com as próprias pernas e ganha cada vez mais espaço na economia global. Isso porque a pauta é tema constante em discussões que permeiam o cenário financeiro. As Moedas Digitais de Bancos Centrais (CDBCs, na sigla em inglês) devem trazer grandes transformações na forma como nos relacionamos com dinheiro e de como ele pode ser transacionado.
É neste contexto de constantes avanços tecnológicos e de um mundo cada vez mais digital e conectado que a blockchain se destaca por sua capacidade em garantir a segurança, privacidade e integridade de dados. Não à toa, diversos países avançam nessa agenda.
Cerca de 134 países, o que representa 98% do PIB global, consideram a implementação das CDBs. A França enxerga nessas moedas um enorme potencial para um novo sistema monetário, enquanto a China aposta todas as fichas no e-CNY, que pode impactar a predominância do dólar em transações internacionais — recentemente, a China anunciou sua primeira transação transfronteiriça para pagamento de metais preciosos por meio do e-CNY, destacando seus esforços para promover a moeda digital.
Em breve, estaremos aptos a converter ativos, direitos de propriedade e até ativos únicos do mundo real por meio de tokens e dos smart contracts — alavancas tecnológicas baseadas em blockchain e que possibilitam a funcionalidade do Drex.
O dinheiro digital também deve facilitar e reduzir os entraves burocráticos para além das fronteiras geográficas. Contratos inteligentes baseados em blockchain podem ser usados na automatização de processos de exportações, por exemplo. Desta forma, um contrato inteligente pode ser programado para liberar o pagamento em real digital para o exportador assim que um carregamento chegar ao seu destino.
O Projeto Mariana – liderado pelo Banque de France, pela Autoridade Monetária de Singapura e pelo Banco Nacional Suíço – é um dos exemplos mais notáveis dessa tendência que mobiliza o ecossistema financeiro global. Concluído com sucesso em 2023, o projeto destacou o potencial das CBDCs na otimização das transações internacionais que podem simplificar um mercado que movimenta mais de US$ 77,5 trilhões diariamente. Em termos práticos, isso pode ser particularmente útil para companhias que realizam muitas transações internacionais, como empresas de comércio eletrônico que precisam processar pagamentos de clientes em todo o mundo.
A aceitação e adoção de ativos digitais continuarão crescendo e beneficiando investidores e empresas que buscam diversificar seus portfólios, otimizar suas operações financeiras e agregar ainda mais valor aos seus clientes. Assim, a integração da tecnologia com o mercado financeiro amplia possibilidades e fortalece a internacionalização da moeda brasileira.
A capacidade da blockchain em fornecer transparência, segurança e eficiência nas transações faz dele um componente crucial para a evolução dos sistemas monetários globais e nos prepara para a maior revolução na condução de negócios e interações econômicas em escala mundial.