A oração trinitária: caminho de intimidade com o Pai

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Compreendendo a dinâmica da Trindade na oração

O mistério da oração que agrada a Deus

Refletindo sobre a vida de oração, especialmente neste ano santo convocado pelo Papa Francisco, abordaremos a importância da oração a Santíssima Trindade. O Papa Francisco nos ensina que nem toda oração agrada a Deus. As Escrituras Sagradas, em diversos trechos, revelam que muitas orações não chegam aos ouvidos divinos.

A oração de Jesus: nosso modelo

Entretanto, existe um modelo de oração que agrada ao Pai: aquela que Jesus Cristo orou e ensinou. Como o Papa Francisco afirma, foi Jesus quem nos abriu as portas do céu, conduzindo-nos a um relacionamento com Deus. Ele nos possibilitou a conexão com a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, conforme o Evangelho de João: “Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.

A santidade da oração litúrgica

Aprender a rezar na Igreja, vivenciando a liturgia e a oração litúrgica, nos mostra que a Igreja sempre ora ao Pai em nome de Jesus. Essa prática santifica nossa oração, pois invocamos o santo nome de Jesus, reconhecendo a autoridade do Filho, que morreu e ressuscitou por nós. A única oração que verdadeiramente agradou ao Pai foi a oração do Filho.

Intimidade com Jesus: o caminho para o Pai

Jesus nos instruiu: “Tudo o que pedirdes a meu Pai, peça em meu nome”. Portanto, necessitamos de um relacionamento íntimo com Jesus. Quem nos proporciona essa intimidade é o Divino Espírito Santo, enviado aos nossos corações para nos unir ao Filho. Nele, como corpo de Cristo, com Ele como cabeça, podemos achegar ao Pai e adorá-Lo.

O movimento trinitário da oração

O movimento da oração se dá assim: o Pai se revela no Filho, e o Filho, unido ao Pai, envia o Espírito Santo. Recebemos o Espírito Santo, nos aproximamos do Filho para então chegarmos ao Pai. Este é o ciclo: Pai, Filho, Espírito Santo; Espírito Santo, Filho, Pai. Esse movimento nos conduz à intimidade com o Pai.

A ação do Espírito Santo

O Catecismo da Igreja em seu §2654 afirma:

“Não existe outro caminho na oração cristã senão Cristo. […] Seja a nossa oração comunitária ou pessoal, vocal ou interior, ela só tem acesso ao Pai se orarmos em nome de Jesus. A santa humanidade de Jesus é, portanto, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus, nosso Pai.”

A prática da oração trinitária

Para agradar ao Pai com nossas orações, devemos rezar sempre em nome de Jesus, o nome que possui poder, que agrada ao Pai e atrai Suas bênçãos. Na liturgia, constantemente oramos: “Ó Pai, recebei as nossas ofertas e tudo isso vos pedimos em nome de Jesus, em nome de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo”. Finalizamos na unidade do Espírito Santo, pois é uma oração trinitária e ordenada. A ordem da oração cristã é dirigir-se ao Pai, em nome de Jesus, no Espírito Santo. Jesus nos ensinou o Pai-Nosso, direcionando nossa oração ao Pai. O caminho, porém, é Jesus.

A virtude da oração diária

O Divino Espírito Santo nos capacita a trilhar esse caminho, unindo-nos a Cristo para orarmos com amor ao Pai. A oração trinitária é um movimento de amor na alma daqueles que se abrem e cultivam o hábito da oração diária. A oração é, portanto, uma virtude, uma prática, um hábito virtuoso. É também uma resposta ao chamado de Deus para a comunhão com Ele. Deus, revelado por Jesus Cristo, é Uno e Trino: Pai, Filho e Espírito Santo.

Vivendo a oração trinitária

Podemos nos dirigir ao Espírito Santo e a Jesus, mas sempre direcionados ao Pai. Falamos com Jesus para aprender a ser filhos do Pai. Oramos ao Espírito Santo para recebermos os dons que nos conformam a Cristo, o Filho que nos conduz ao Pai.

Leia mais:
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.:Liturgia e oração: testemunho e comunhão
.:A oração com as escrituras: ouvindo a voz de Deus
.:A oração pela unidade dos cristãos

Oração: Comunhão com Deus

Rezemos, portanto, sempre desta forma: ao Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo. Deus os abençoe, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

Padre Bruno Otenio
Membro do clero da Diocese de Guarulhos. É formado em Filosofia pela UNIFAI-SP e bacharel em Teologia pela PUC-SP. Possui uma especialização em Logoterapia e Análise Existencial pelo Instituto Gewissen. Atualmente, é mestrando em Teologia Moral na Pontifícia Academia de Teologia Moral Alfonsiana em Roma na Itália, e faz pós-graduação em Psicologia Tomista pelo Instituto de Psicologia Tomista.

Transcrito e adaptado por Jonatas Passos

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