No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

pensamento do dia

Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

A tecno-política: quem controla a tecnologia, controla o futuro?

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A tecnologia nunca foi neutra. Ela reflete interesses, valores e, muitas vezes, disputas de poder que moldam o futuro da sociedade. A recente aproximação entre política e Big Techs, exemplificada pela criação do ambicioso projeto Stargate – uma parceria que reúne Donald Trump, OpenAI, Oracle e SoftBank Group Corp. –, escancara como a inteligência artificial está se tornando não apenas uma ferramenta de inovação, mas também um ativo estratégico nas arenas do poder político e econômico. Com investimentos iniciais de US$ 100 bilhões, que podem atingir a marca de US$ 500 bilhões, esse projeto pretende criar uma infraestrutura de AI sem precedentes, mas levanta questões cruciais: quem define as regras do jogo? E quais são as intenções reais por trás dessa aliança?

No meu livro “Mapa da Liderança”, exploro como as transformações digitais estão exigindo uma liderança baseada em ética, propósito e adaptabilidade. O futuro da inteligência artificial – e das decisões tomadas hoje por líderes globais – não é apenas uma questão técnica. É um debate sobre poder, transparência e sustentabilidade. Este artigo analisa as implicações dessa convergência entre política e tecnologia, destacando a responsabilidade dos líderes em moldar um futuro que priorize o bem-estar coletivo.

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A aliança Stargate simboliza mais do que um avanço tecnológico – ela representa uma mudança fundamental no equilíbrio de poder. A parceria entre Trump e as Big Techs evidencia como a tecnologia deixou de ser apenas um campo de inovação para se tornar um recurso estratégico no cenário político. Ou seja, a liderança na era digital exige uma compreensão profunda de como o poder é redistribuído em um mundo onde empresas e governos estão cada vez mais entrelaçados.

Porém, essa concentração de poder nas mãos de poucos – tanto no setor público quanto no privado – acende um alerta. Se as decisões sobre o futuro da inteligência artificial forem determinadas por um pequeno grupo de atores com interesses próprios, o risco de exclusão, manipulação e concentração de riqueza aumenta exponencialmente.

“O verdadeiro desafio da liderança digital é equilibrar poder e propósito em um ambiente repleto de pressões econômicas e políticas.”

Mapa da Liderança.

Sustentabilidade e impactos: o preço da escala

Um projeto como Stargate não é apenas grandioso em ambição, mas também em impactos. A construção de uma infraestrutura massiva de AI, como o planejado no Texas, demandará uma quantidade colossal de energia e recursos naturais. Isso nos leva a um dos pontos levantados no livro: estamos prontos para lidar com os custos ocultos da inovação?

A liderança responsável na era digital não pode ignorar os desafios da sustentabilidade. A expansão tecnológica deve estar alinhada a soluções que reduzam a pegada ambiental e garantam o uso eficiente de recursos. Sem isso, projetos desse porte podem intensificar crises energéticas, agravar as mudanças climáticas e aprofundar desigualdades entre países e populações.

Um dos pontos mais preocupantes do projeto Stargate é a falta de clareza sobre como esses recursos massivos serão geridos e quais princípios irão guiar o desenvolvimento da inteligência artificial. Como garantir que o progresso tecnológico beneficie a sociedade como um todo e não apenas um círculo restrito de corporações e políticos?

Nesse sentido, devemos enfatizar que o papel do líder digital não é apenas implementar tecnologia, mas estabelecer padrões éticos claros. Isso inclui combater vieses algorítmicos, garantir transparência nos processos de decisão e criar mecanismos de governança que envolvam diversos setores da sociedade.

Empresas como a OpenAI foram criadas inicialmente com o objetivo de democratizar a inteligência artificial. No entanto, sua inclusão em um projeto tão politicamente orientado levanta questões sobre como equilibrar inovação e neutralidade. A transição de organizações tecnológicas para agentes políticos exige um debate urgente sobre os limites da influência corporativa no futuro da sociedade.

O novo jogo de poder: política e Big Techs

Estamos no centro de uma batalha silenciosa, mas poderosa: a convergência entre tecnologia, política e economia. De um lado, temos a promessa da inteligência artificial como ferramenta para resolver problemas globais; do outro, o risco iminente de que seu controle fique restrito a um pequeno grupo de interesses, deixando a maioria da sociedade à margem das decisões que moldarão o futuro.

Ressalto que a liderança ética e consciente não é mais uma escolha – é uma exigência. Vivemos uma era em que os líderes, sejam eles CEOs, políticos ou gestores, têm nas mãos o poder de construir um futuro mais justo, inclusivo e sustentável. Mas para isso, precisamos questionar: até que ponto a tecnologia está realmente a serviço da humanidade? E, mais importante, quem está escrevendo as regras desse novo jogo de poder?

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Esse é o momento de agir. Como cidadãos e líderes, não podemos aceitar decisões tomadas às sombras, sem transparência ou responsabilidade. Está nas nossas mãos exigir uma governança tecnológica que priorize o bem comum. 

Lembre-se: o futuro não será definido por algoritmos, mas pelos valores e decisões que tomamos hoje. O que você fará a respeito?

* As opiniões contidas no texto são pessoais e não expressam o posicionamento institucional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

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