ABCZ e frente de associações defendem pecuária brasileira após Carrefour criticar carne do Mercosul

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fachada de loja 24h do supermercado Carrefour
Foto: Carrefour/divulgação

Duas importantes entidades do setor pecuário brasileiro, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Frente das Associações de Bovinos do Brasil (Fabb), emitiram notas de repúdio contra a declaração do CEO da rede Carrefour na França, Alexandre Bompard. Em publicação nas redes sociais, o executivo afirmou que a empresa deixará de comercializar carne oriunda dos países do Mercosul, citando critérios de sustentabilidade e qualidade.

A ABCZ, que representa mais de 25 mil associados, defendeu que o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, posição sustentada por uma rigorosa legislação ambiental e um sistema de Defesa Agropecuária completo e moderno, administrado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A associação destacou que o país mantém relações comerciais com cerca de 160 países e cumpre os mais altos padrões de exigência, incluindo os estabelecidos pela União Europeia, que atesta a qualidade alimentar e sanitária da carne brasileira há mais de quatro décadas.

Em nota, a ABCZ declarou: “O posicionamento afirmado pelo representante da rede Carrefour necessita ser reconsiderado de maneira urgente, uma vez que não possui qualquer respaldo científico ou técnico que o justifique”, diz a nota da ABCZ.

A Fabb reforçou argumentos semelhantes, destacando a relevância da carne brasileira no cenário internacional e sua produção em conformidade com padrões de qualidade e sustentabilidade. A entidade também afirmou que declarações como a do CEO do Carrefour contrariam os princípios do comércio internacional e desconsideram o impacto social e econômico da pecuária brasileira.

“A Amazônia e outros biomas são amplamente protegidos pela legislação nacional, e os critérios de produção respeitam as exigências globais”, diz a nota.

Ambas as entidades expressaram preocupação com o impacto das declarações para os produtores brasileiros, além de questionarem o uso de argumentos sem fundamentação científica ou técnica que justifiquem restrições à carne bovina do Mercosul.

As críticas reforçam a importância de um debate baseado em dados técnicos e nas práticas sustentáveis do setor pecuário brasileiro, cuja produção é reconhecida por contribuir significativamente para o abastecimento global de alimentos.

Veja as notas de repúdio das duas entidades:

Posicionamento do Carrefour

O Carrefour do Brasil divulgou o posicionamento da companhia na França. O informe de dois parágrafos afirma que a medida anunciada pelo CEO local se aplica apenas às lojas daquele país. “Em nenhuma momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise”, diz a nota.

A empresa também informa que as unidades dos demais países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, não sofrerão alterações quanto às aquisições de carne do Mercosul.

Leia a nota na íntegra:

Posicionamento do Carrefour França

O Carrefour França informa que a medida anunciada ontem, 20/11, se aplica apenas às lojas na França. Em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise.

Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças.

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