Abílio Brunini (PL) é eleito prefeito de Cuiabá no segundo turno das eleições

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Abílio Brunini (PL) foi eleito prefeito de Cuiabá (MT) no segundo turno das eleições municipais neste domingo (27/10). Com 94,98% das urnas apuradas, ele obteve 53,78% dos votos válidos, derrotando Lúdio Cabral (PT), que recebeu 46,22%.

No primeiro turno, o atual deputado federal havia conquistado 39,6% dos votos, enquanto o petista, que é deputado estadual, obteve 28,3% dos votos.

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As pesquisas eleitorais para o segundo turno mostravam um cenário indefinido. Em 16 de outubro, a Quaest indicava Brunini com 44% das intenções, enquanto Lúdio tinha 41%, um empate técnico dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais.

A mesma previsão se repetiu na Futura Inteligência divulgada dois dias depois – mas com diferença mais apertada, com Brunini com 48,6% das intenções de voto e Cabral com 47,9%. Já a AtlasIntel do dia 22 apontava vitória de Brunini com 52,6% das intenções, contra 45,7% de Cabral. 

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Mesmo assim, Lúdio Cabral surgiu como uma força surpresa dentro do estado predominantemente bolsonarista. Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele também contou com o apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e passou de estagnado em 3º lugar nas pesquisas de primeiro turno a um concorrente competitivo no segundo turno.

Quem é Abílio Brunini

Atual deputado federal por Mato Grosso, o arquiteto de 40 anos começou a carreira política ao se eleger vereador de Cuiabá pelo Partido Social Cristão (PSC) em 2016, mas teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar em razão de supostas agressões verbais a colegas. Depois de uma disputa judicial, voltou a ser considerado ficha limpa e, já no PL, foi eleito deputado federal em 2022. 

Assim, ele será mais um prefeito de capital egresso do bolsonarismo. No primeiro turno, ele recebeu a visita do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que disse que havia separado o “filé” da campanha eleitoral para Cuiabá. Em propaganda eleitoral, Brunini também teve a participação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. No segundo turno, contou com o apoio do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).

No site oficial da candidatura, Brunini afirma que seus posicionamentos seguem os valores “pró-vida, pró-conservadorismo, luta pela defesa pessoal e propriedade privada, pró-empreendedorismo, a favor da educação e da escola sem partido, em defesa do SUS e da saúde pública funcionando de forma correta, pela manutenção da liberdade pessoal do indivíduo e pela liberdade religiosa”. Na biografia de sua conta do Instagram, se define como “odiado pelos corruptos”. 

Esta não foi a primeira vez que Brunini disputa a Prefeitura da capital mato-grossense. Nas eleições de 2020, quando era filiado ao Podemos, chegou a ficar no primeiro lugar no primeiro turno, mas perdeu no segundo para o atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), que conseguiu 51,17% dos votos.  

Ele também chamou a atenção por fazer uma transmissão ao vivo da Câmara dos Deputados dias após os atos golpistas de 8 de janeiro, e afirmar que os danos haviam sido pequenos, e por discutir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em maio, durante comissão na Casa. Antes, em agosto de 2023, Brunini fez um gesto associado a movimentos neonazistas, também durante uma comissão. Em setembro do mesmo ano, acabou sendo expulso da CPMI dos Atos Golpistas por estar “tumultuando os trabalhos”, segundo o presidente Arthur Maia.

Durante a campanha, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) enviou ofício à Procuradoria Eleitoral em que aponta aporofobia, aversão a pobres, e violação de direitos humanos por conta de uma propaganda eleitoral de Brunini. Na peça, ele conversa com pessoas em situação de rua no centro de Cuiabá e sugere que eles poderiam ser enviados para outros lugares, como Rio de Janeiro ou Maranhão. De acordo com o MPMT, a remoção compulsória sugerida pelo candidato violaria a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 976, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe essa prática com pessoas em situação de rua.

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