Análise – The Plucky Squire (O Escudeiro Valente)

Spread the love

Nos dias de hoje, infelizmente, a maioria dos jogos apostam mais em temas repetidos e de apelo popular, enchendo o mercado com os mesmos tipos de jogos, entrando em uma espiral de repetição, jogando toda criatividade no lixo. Uma das publishers que mais pensa fora da caixa é a Devolver Digital, que consegue sempre trazer algo diferente para o seu público, seja na loucura ou mesma na criatividade.

Quando conheci The Plucky Squire pela primeira vez, me perguntei se a proposta do jogo daria certo, e posso afirmar que as repostas foram muito mais surpreendentes do que imaginava. Será que o jogo realmente consegue te transportar para dentro de um livro? Descubra em nossa análise a seguir.

Bem-vindos ao mundo de Mana

Pontinho, ou melhor, o escudeiro valente, vivia tranquilo no mundo de Mana, sempre em companhia dos seus melhores amigos, Violeta e Batera, mas quando um vilão, chamado de Enfelzado, ameaça até mesmo o mundo externo, cabe a vocês se juntarem com o mago Barba Luar, para acabar com os planos malignos do misterioso malfeitor.

No começo de nossas aventuras ainda não sabemos como Enfelzado é ameaçador, pois ele primeiramente invoca alguns inimigos e não ameaça tanto assim o mundo, mas com o passar do tempo, o malfeitor consegue uma maneira de mexer tanto com a história do livro, que isso acaba refletindo na vida de Sam, que é o garotinho que escreve o livro do Escudeiro Valente.

A história nos envolve de uma certa maneira, que acaba mexendo com o interior do jogador, pois mesmo parecendo um conto infantil, ela consegue nos abraçar e fazer nos importar com cada personagem, além é claro de odiarmos o Enfelzado.

Por mais que o tempo de jogo não seja tão longo, algo em torno de 8-10 horas, tudo que acontece é para marcar o jogador, seja para nosso deslumbre com toda a criatividade ou mesmo para nos surpreender com alguma mecânica diferente ou mesmo um trecho interessante.

Um banho de criatividade

The Plucky Squire não é somente uma história bonitinha e inesquecível, o jogo exala criatividade em suas mecânicas, que começam com simples resoluções de quebra/cabeças e partem para mecânicas mais avançadas, envolvendo a manipulação do próprio livro para avançarmos nas páginas.

Os exemplos são muitos, mas posso citar a mudança de palavras escritas no próprio livro para alterar objetos ou mesmo caminhos, ou várias coisas que saltam os olhos de empolgação. Você pode navegar entre páginas para pegar objetos e levar para outras páginas, pode inclinar o livro para poder mexer objetos. As possibilidades são enormes. Várias coisas podem ser mudadas no livro e isso servirá para avançar pela fase, que em vários momentos precisaremos usar a cabeça para avançar.

Existem também outros artifícios como o carimbo, que pode parar objetos em movimento no livro ou o carimbo bomba, no qual podemos explodir obstáculos específicos.

Além de tudo que temos que resolver dentro do livro, Pontinho também pode sair do livro através de alguns vortexs para ir para o “mundo real”, isso mesmo, você também enfrentará o mundo de fora, ou mesmo alguns perigos no quarto de Sam, lembrando filmes como Toy Story. Em alguns locais no quarto, temos alguns rascunhos de outras histórias, que podem ser usados como uma outra realidade, que foi algo que achei incrível, quando tive que entrar no desenho de uma caneca, mudando para um tipo diferente de jogabilidade.

É hora da ação

The Plucky Squire também possui vários momentos de muita ação, pois para enfrentar seus inimigos, Pontinho tem a sua disposição uma espada com alguns ataques simples, mas interessantes. Além de acertar com a espada, podemos efetuar ataques giratórios, golpe do alto ou mesmo lançar a espada para atingir inimigos a distância.

Conforme acertarmos alguns elementos do cenário ou ao derrotar alguns  inimigos, podemos coletar itens que podem ajudar na hora de fazer upgrades nos golpes. Existem também alguns coletáveis, que podem ser buscados para desbloquear algumas artes.

Enfelzado é um inimigo implacável e não vai descansar até dominar todo o mundo de Mana, para isso, tem a sua disposição um exército brutal e cheio de Chefes que vão dar trabalhar para Pontinho e seus amigos. As fases contra os chefões também são um outro destaque da aventura, pois cada batalha possui uma jogabilidade diferente, algo semelhante a um mini game.

O capitulo final é incrível e muito dessa qualidade se dá ao vilão, inclusive a batalha final entra para aquele hall de batalhas inesquecíveis.

Som e gráficos

The Plucky Squire é uma obra de arte, com uma direção espetacular, incluindo fases lindíssimas, personagens carismáticos e cheios de personalidade.  Outro ponto a se destacar são as animações, que se misturam com a ação, dando a sensação de imersão dentro de um livro.

Além de apresentar gráficos em 2D, temos variações em 3D e planos que mesclam os dois, algo que achei incrível e imprevisível, fazendo com que cada página seja algo inesperado.

O jogo possui uma dublagem de narração que é espetacular, isso pela ótima escrita dos diálogos, assim como o dublador que possui uma voz imponente. Mauro Ramos da a voz do narrador, ator conhecido por interpretar Shrek, Sully (Monstros S.A.) e Pumba (O Rei Leão).

Opinião

The Plucky Squire é um dos melhores jogos da minha vida e facilmente entrou para os melhores do ano. A história nos cativa desde os minutos iniciais, simplesmente por trazer uma inocência, mas sem deixar de lado a irreverência e um humor ácido.

Os personagens são inesquecíveis, incluindo Pontinho que é um baita herói, além de Violeta com seus traumas pessoais, o Batera que faz o que for necessário para ajudar os amigos, além do cômico Barba Luar e o Barbinha, que é uma miniatura do Mago. O vilão Enfelzado é incrível, tanto na sua maldade, quanto nas suas motivações que não são rasas. Durante a aventura podemos conhecer cada aspecto desse ser tão maldoso.

A jogabilidade é incrível, pois usa e abusa da direção de arte para criar ambientes mutáveis, que são usados pelo jogador para avançar na história. Além disso, o jogo dispõe de vários recursos para entreter o jogador, com algo comum, mas que se torna único.

A direção de arte capricha tanto nas fases, quanto nas animações, que são alimentadas por uma das melhores dublagens que já vi na vida.

The Plucky Squire é um dos poucos jogos que conseguem misturar gêneros e mecânicas, mas sem se enrolar, algo difícil de acontecer quando se é tão ambicioso.


Plataformas: Xbox Series X|S
Publicado por: Devolver Digital
Desenvolvido por: All Possible Futures
Data de lançamento: 17/09/2024
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Devolver Digital para a realização desta análise.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *