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Desde o início da semana, a movimentação foi bastante limitada no mercado brasileiro de arroz.
Os preços permaneceram estáveis, refletindo a cautela dos participantes do mercado diante da persistente incerteza climática.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, um dos principais fatores de preocupação foi a irregularidade climática no sul do país, onde as lavouras enfrentaram uma série de dificuldades desde a semeadura.
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A ocorrência de chuvas de granizo na semana na região central do Rio Grande do Sul causou danos pontuais às plantações, desacelerando o ritmo de colheita na região mais tardia do estado.
“A situação foi ainda mais complicada pois boa parte das plantações já estava atrasada em relação ao cronograma habitual devido a adversidades climáticas anteriores”, diz.
Como resultado dos efeitos do fenômeno El Niño, alguns engenhos em Santa Catarina viram-se obrigados a adquirir grandes volumes de arroz para atender à demanda até o final do ano, elevando a preocupação com a oferta futura.
Com a calmaria no mercado, os preços ficaram apenas nominais na semana. A demora na ceifa gaúcha contribuiu para certa reação das cotações.
“Os produtores estavam menos interessados na comercialização, concentrando seus esforços nas lavouras afetadas pelas adversidades climáticas”, afirma Oliveira.
O analista observa que a previsão de novas chuvas na região aumentou o risco de perdas adicionais, especialmente porque muitas lavouras ainda estão em acamamento, o que pode ser agravado.
“A situação é ainda mais preocupante devido à quantidade reduzida de arroz armazenado, sugerindo uma possível escassez na oferta do produto, especialmente no segundo semestre do ano”, alerta.
Por outro lado, em Tocantins, onde aproximadamente metade da colheita já foi realizada, as cotações variaram entre R$ 115 e R$ 120 por saca.
No entanto, a previsão de maiores volumes de chuva nas regiões Norte e Nordeste do país nas próximas semanas adicionou uma camada de cautela ao mercado.
Houve um aumento do interesse por parte de algumas tradings, impulsionado pela valorização do dólar que segue operando acima do patamar de R$ 5.
Porém, as transações efetuadas no mercado à vista ou por meio de contratos a termo para exportação também foram limitadas, devido à falta de atratividade dos preços e aos prazos de pagamento desfavoráveis oferecidos.
Preços do arroz
Na região de São Borja, na região da Fronteira Oeste gaúcha, indicações entre R$ 95 e R$ 104 por saca de 50 quilos, enquanto no estado do Maranhão, as cotações oscilam entre R$ 96 e R$ 118 por saca de 60 quilos.
Já os preços de exportação do arroz beneficiado nos principais países arrozeiros do bloco tiveram queda na semana.
No Paraguai, os preços estão cotados em torno de US$ 590 por tonelada FOB, representando uma redução de aproximadamente 21,69% em relação aos preços do arroz nacional.
Já os preços do arroz uruguaio estão em torno de US$ 690 por tonelada FOB.
Enquanto isso, na Argentina, os preços de exportação do arroz oscilam entre US$ 660 e US$ 670 por tonelada FOB.
O post Atraso na colheita sustenta preços do arroz no Brasil apareceu primeiro em Canal Rural.