Autoridades de segurança ressaltam ineditismo do debate sobre discriminação racial e religiosa

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Evento apoiado pelo Governo de Goiás, em Águas Lindas, teve o objetivo de aperfeiçoar o combate a crimes envolvendo violência contra grupos religiosos, especialmente os de matrizes africanas

“Em seis anos como delegada, nunca participei de um evento que abordasse o debate sobre crimes de intolerância racial e religiosa”, afirmou Tamires Teixeira, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Águas Lindas. Ela foi uma das debatedoras no “Fórum de Segurança e Igualdade: Combatendo Crimes de Intolerância”, direcionado às forças de segurança pública de Águas Lindas de Goiás.

Na mesma linha, Joaquim Adorno, titular da Delegacia Estadual de Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e de Intolerância (Deacri), reforçou: “Quantas vezes discutimos esse tema na segurança pública? Precisamos, enquanto agentes de segurança, despir-nos dos preconceitos para lidar com a população”. Além disso, acrescentou ele, “o que a população nos pede é nada mais nada menos do que respeito aos seus direitos de professar a sua fé”.

O evento ocorreu na Câmara de Vereadores do município, na quinta-feira (27), e foi mediado pela secretária de Estado do Entorno do Distrito Federal, Caroline Fleury. “Não podemos fingir que está tudo bem, que o problema não existe. A liberdade religiosa é um direito constitucional de todos. As estatísticas mostram que a intolerância se agrava quando envolve racismo como base”, enfatizou Fleury, destacando o compromisso da segurança pública do Governo de Goiás em garantir o respeito à cidadania.

Para Allan Jooss, subdefensor público-geral do Estado para Assuntos Institucionais de Goiás, conhecimento e debate são essenciais para que a justiça seja plena e eficiente nesses casos. “Se queremos combater o racismo e a discriminação, precisamos identificá-los de várias formas. Muitas vezes, a autoridade não reconhece a situação devido à falta de compreensão. Essa reflexão é fundamental”, afirmou.

“A criação de um conselho para tratar dessa temática, mostra que o Estado de Goiás entende a necessidade de se pautar e discutir todas as problemáticas relacionados aos crimes de racismo em Goiás ”, disse Michael Fêlix, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Combate ao Preconceito, entidade que idealizou o evento. Para ele, a questão mais urgente é refletir sobre a abordagem da segurança pública. “Estamos aqui falando sobre o que está na lei e o que deve ser feito pelos agentes de segurança no cumprimento da lei desde o acolhimento do crime de racismo”.

Representando o Ministério da Justiça, o advogado Elizeu Soares Lopes destacou a importância da diversidade e da participação social nas políticas públicas de segurança. “Combater o racismo estrutural implica promover a diversidade e a participação social na construção de um sistema mais justo e equitativo”, concluiu.

O evento

Na quinta-feira (27), o Governo de Goiás, por intermédio das secretarias do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO), de Segurança Pública (SSP-GO) e de Desenvolvimento Social (SEDS), apoiou a realização do Fórum de Segurança e Igualdade: Combatendo Crimes de Intolerância. O encontro, idealizado pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Combate ao Preconceito, contou com o apoio da Câmara Municipal de Águas Lindas de Goiás, onde foi realizado. O evento teve rodadas de palestras abertas ao público, com foco especial nos agentes de segurança pública.

Secretaria do Entorno do Distrito Federal | Governo de Goiás

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