B20 tem pressa para influenciar negociações do G20

Spread the love

O B20, grupo de engajamento que envolve cerca de 1.200 representantes empresariais e conecta o setor empresarial aos governos do G20, está em processo de conclusão do seu communiqué executivo. O documento, que terá 24 recomendações do setor privado para viabilizar as prioridades da presidência do bloco, será entregue ainda este mês — se tudo der certo, diretamente às mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é que chegue a tempo de influenciar o texto do comunicado final que a presidência brasileira do G20 está negociando com as outras nações para ser divulgado na reunião de cúpula de chefes de Estado e de governo no Rio de Janeiro em novembro.

Tenha acesso ao JOTA PRO Poder, uma plataforma de monitoramento político com informações de bastidores que oferece mais transparência e previsibilidade para empresas. Conheça!

Nas edições anteriores do G20, esta lista com recomendações do B20 era mais difusa e chegava às mãos dos líderes das maiores economias do mundo no momento em que o comunicado final já estava fechado. A própria presidência brasileira pediu que o communiqué fosse entregue com mais antecedência. Segundo Constanza Negri, sherpa do B20 e gerente de comércio e integração internacional da CNI, para que as contribuições do setor privado sejam ouvidas e tenham mais chances de influenciar o comunicado final do G20 seu formato está mais objetivo. O número de recomendações foi limitado.

O JOTA teve acesso a alguns dados referentes a parte das chamadas policy actions que estarão no documento encaminhado ao governo. Entre elas estão a necessidade de se implementarem mecanismos que incentivem e reconheçam as empresas por adotar políticas de Diversidade e Inclusão (D&I). Isso inclui abordar disparidades salariais, incorporar D&I na estratégia empresarial, relatar planos de ação, investir no desenvolvimento de grupos sub-representados e envolver todos os líderes na agenda de D&I. A ideia é que as políticas sejam positivas e não punitivas. Há ainda o destaque à necessidade de se fortalecer o empreendedorismo de grupos sub-representados com financiamento, compras diversificadas e incentivos privados. Para isso, devem ser criados meios de oferecer acesso financeiro, crédito personalizado, redes de network e mentoria voltadas para esses grupos em especial.

As recomendações do B20 no âmbito de empoderamento econômico para inclusão de mulheres e minorias consideram dados retirados de fontes diversas que refletem as desigualdades mundo afora. Negri destaca que, para cada dólar pago aos homens, as mulheres ganham $0,77 centavos. Cerca de 20% dos executives teams, segundo ela, são representados por mulheres e os grupos étnicos sub-representados constituem apenas 15%. Apenas 5% das empresas oferecem mentorias focadas em diversidade e que conectam grupos sub-representados a líderes influentes.

O B20 também resolveu fazer sua última reunião do GT de transformação digital às margens dos encontros do GT de economia digital do G20, em Maceió, na primeira quinzena de setembro. A ideia é poder influenciar os integrantes do grupo, que estará reunido na capital alagoana durante uma semana com recomendações da iniciativa privada. Espera-se que os ministros do GT de economia digital do G20 divulguem um comunicado do encontro em Maceió.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *