BDM Express: PPI não muda Fed. Petrobras não sai do radar

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Depois do CPI sem sustos nos EUA, o mercado não espera nenhuma reviravolta hoje com a inflação ao produtor (PPI) de fevereiro (9h30), que deve confirmar o consenso de que o Fed vai deixar para cortar o juro em junho. Na agenda doméstica, Eletrobras adiou de ontem para esta 5ªF, antes da abertura, o anúncio do balanço trimestral. Entre os indicadores, o IBGE informa às 9h as vendas no varejo em janeiro, que devem reverter a queda de dezembro. A Fazenda divulga às 10h o relatório Prisma Fiscal, com as projeções do mercado para o resultado primário das contas públicas.

O investidor também deve continuar na defensiva com a Petrobras, pagando para ver a distribuição dos dividendos extraordinários. Na noite de ontem, a empresa desmentiu estudos para criar um nova reserva para direcionar os proventos para investimentos e Prates foi às redes sociais rebater os ruídos à solta.

Já logo na primeira frase de um “textão”, ele confirmou a aposta de que, em algum momento, o dividendo extra virá. “O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva.”

Na publicação em seu perfil no X, refutou as críticas de que houve intervenção política na companhia, mas admitiu que a orientação para reter dividendos extraordinários veio do presidente Lula. Prates confirma com seus comentários que a União manda e continuará mandando nas políticas exercidas pela Petrobras por meio do conselho de administração, em que conta com a maioria dos assentos (seis cadeiras).

No Valor, a jornalista Andréa Jubé interpretou que, com seis dias de atraso, Prates tentou limpar a sua barra com Lula, com quem teria ficado mal, depois de se abster de votar junto com o governo para adiar os dividendos. Na tentativa de melhorar sua imagem, teria agora vindo muito forte no argumento de que o governo é o acionista majoritário.

Ainda na noite de ontem, a Petrobras divulgou um comunicado curto para negar que haja qualquer estudo para a criação de um novo fundo para receber dividendos extraordinários com foco em investimentos. Mais cedo, O Globo havia divulgado que o governo poderia tirar mais este coelho da cartola, o que repercutiu mal para as ações. A ideia teria sido discutida em reunião, em Brasília, entre Lula, Prates, Silveira e Prates.

DÉFICIT – Estimativa do Ipea aponta que as contas do governo central encerraram fevereiro com déficit de R$ 61,3 bilhões, influenciado no lado das despesas pelo pagamento de precatórios. O dado oficial será divulgado no próximo dia 27. Ainda no front fiscal, o Broadcast apurou que a Fazenda prepara uma contraproposta para a desoneração dos municípios, que deve limitar o benefício a cidades com até 50 mil habitantes.

FEIJÃO COM ARROZ – Lula vai tentar baixar os preços dos alimentos em reunião, às 9h30, com Haddad, Rui Costa, Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e o presidente da Conab, Edegar Pretto. Durante o encontro, pode ser decidida a liberação dos estoques reguladores da Conab. 

MAIS AGENDA – A mediana do mercado em pesquisa Broadcast indica um crescimento de 0,5% para as vendas do varejo ampliado em janeiro, na margem, após queda de 1,1% em dezembro. Às 14h30, sai o fluxo cambial semanal. Renner, Cyrela, Eztec, Eneva e Yduqs soltam balanços após o fechamento.

LÁ FORA – A previsão nos EUA para a inflação ao produtor (PPI) é de alta de 0,3% para o índice cheio (mesmo ritmo de janeiro) e de 0,2% para o núcleo em fevereiro, desacelerando contra o avanço de 0,5% no mês anterior. Saem ainda, também às 9h30, as vendas no varejo e o auxílio-desemprego. A AIE publica o relatório sobre petróleo às 6h.

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