No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Calor sem fim? El Niño enfraquece, mas 2024 continua quente

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O El Niño de 2023-2024 se destaca como um dos cinco mais intensos já registrados, segundo a Organização Meteorológica Mundial (WMO). O aquecimento das águas do Pacífico atingiu um pico de 2°C acima da média entre 1991 e 2020, um valor significativo, embora menos intenso que os eventos de 1997/98 e 2015/2016.

O El Niño atingiu seu ápice em dezembro e, embora esteja enfraquecendo, modelos climáticos indicam 60% de chance de sua persistência até maio.

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Entre abril e julho, a probabilidade de neutralização é de 80%.

A secretária-geral da WMO, Celeste Saulo, salientou que o El Niño contribuiu para os recordes de temperatura desde junho de 2023, tornando o ano o mais quente já registrado.

No entanto, os gases de efeito estufa são os principais responsáveis pelo aquecimento global.

Saulo também alertou para a persistência incomum de altas temperaturas na superfície do oceano em outras partes do mundo nos últimos dez meses.

Janeiro de 2024 foi o mais quente já documentado para esse mês, o que influenciará os padrões climáticos e de precipitação globalmente.

El Niño no Brasil

Meteorologistas brasileiros observaram os efeitos do El Niño já na primavera, com secas no Norte, ondas de calor no centro e chuvas no Sul. O ápice do evento, geralmente entre dezembro e janeiro, neste caso foi entre o final de novembro e o início de dezembro.

“Para o Brasil, o impacto foi mais forte de setembro a novembro, com registro de seca na região Norte, no Rio Negro, ondas de calor na região central e chuvas no Sul”, diz o meteorologista do CPTEC/Inpe, Caio Coelho.

De acordo com o coordenador-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e especialista em El Niño, Gilvan Sampaio, em episódios anteriores do fenômeno, o ápice ocorreu entre dezembro e janeiro. Contudo, neste evento, o ápice foi entre o final de novembro e início de dezembro, ainda na primavera. “Se observarmos a temperatura do mar, o ápice ocorreu ainda na primavera e por isso os impactos mais pronunciados nesta estação”, analisa.

Sampaio destaca que nos meses de verão, também houve impactos. “Ainda temos visto chuvas acima da média no Sul. No Norte e Leste da Amazônia, as chuvas têm ficado abaixo da média, assim como em áreas do Norte da região Nordeste a chuva tem ficado abaixo da média”, complementa. Segundo Sampaio, as chuvas que ocorreram em janeiro e fevereiro em áreas do Nordeste são provocadas por fenômenos chamados transientes.

Para exemplificar, de acordo com o boletim do painel de monitoramento do El Niño publicado pelo Inpe, no Rio Grande do Sul, por exemplo, durante o mês de dezembro as anomalias de precipitação diminuíram em relação a novembro, ficando com valores entre 50 e 100 mm acima da média histórica. No mês anterior, algumas regiões gaúchas registraram anomalias de precipitação superiores a 300 mm.

O meteorologista Caio Coelho explica que os efeitos clássicos do fenômeno ainda são observados no país, como é a seca registrada no estado de Roraima.

A perspectiva é de que, entre abril e junho, a temperatura do Pacífico equatorial retome as temperaturas normais, sem influência dos fenômenos El Niño ou La Niña. “No segundo semestre, tudo indica que teremos a configuração do La Niña”, antecipa Sampaio. O comunicado do WMO também indica a possibilidade de desenvolvimento do fenômeno La Niña, resfriamento das águas no Pacífico, no fim de 2024.

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