No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

pensamento do dia

Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

CCJ do Senado adia votação da lei de cotas no serviço público

Spread the love

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou para a próxima semana a votação do PL que renova a lei de cotas no serviço púbico. De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o texto original foi modificado para ampliar de 20% para 30% a reserva de vagas para pessoas negras em concursos públicos e nos processos seletivos simplificados.

O adiamento ocorreu, em acordo, após os senadores de oposição solicitarem pedido de vista para análise do substitutivo do relator, senador Humberto Costa (PT-PE). O substitutivo incorpora alterações que foram solicitadas justamente pela oposição ao governo. Uma das mais importantes reduz de 25 para 10 anos o prazo de validade na nova lei.

O avanço da proposta na CCJ é crucial para o governo, considerando que a atual legislação de cotas, a Lei 12.990, de 2014, perde validade no dia 9 de junho. Após análise da CCJ, o texto ainda será analisado pela Câmara dos Deputados. No começo de abril, em reunião da Câmara Técnica de Transformação do Estado, a ministra Esther Dweck sinalizou que a aprovação da Lei de Cotas é prioridade máxima no curto prazo.

O relator, senador Humberto Costa, alertou que a demora na aprovação da renovação da lei de cotas pode levar à judicialização da posse dos novos servidores, aprovados dentro da lei de cotas, no primeiro concurso nacional unificado (CNU), que ocorrerá no dia 5 de maio.

“Teremos problemas de judicialização na posse das pessoas (se a lei não for aprovada até o dia 9 de junho). O concurso vai ocorrer na vigência da atual lei. A tomada de posse vai acontecer a posteriori. Por isso, peço um gesto de boa vontade com o pais, com essas pessoas”, afirmou Costa.

Principais pontos

A proposta incorpora os principais pontos discutidos no Executivo ao longo de 2023, porém uma série de alterações, sugeridas no Senado, foram incorporadas ao texto. Por exemplo, a ampliação para 30% da reserva de vagas para pessoas negras agora inclui, dentro do mesmo percentual, a reserva de vagas para indígenas e quilombolas. O regulamento vai dispor sobre as vagas pra indígenas e quilombolas.

A negociação do Senado também prevê a supressão transferência de vagas não preenchidas para certames futuros e de metas de representatividade.

O PL ainda estabelece mecanismos para coibir as recorrentes burlas à ação afirmativa verificadas ao longo de dez anos de vigência da atual legislação, em especial nas universidades federais, com o fracionamento de vagas.

Além das resistências que já ficaram claras na CCJ do Senado, onde a matéria tramita em caráter terminativo, o governo identifica focos importantes de resistência também na Câmara, que podem ser agravados pela relação conturbada entre o presidente Arthur Lira (PP-AL) e o Executivo, especialmente com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Técnicos do Executivo reconhecem que será preciso mobilização da sociedade para que o tema passe pelo legislativo até o dia 9 de junho.

“A renovação da lei de cotas no serviço público deve ser uma urgência para toda a sociedade. Um Estado pouco diverso, especialmente nos quadros de liderança, é reflexo das desigualdades que ecoam historicamente no Brasil, com impactos sobre a democracia representativa e a confiança da população no quadro do funcionalismo público”, afirmou Jessika Moreira, especialista em Gestão e diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, entidade que tem atuada na interlocução com o Congresso para a aprovação do texto.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *