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O Rio Grande do Norte registrou o melhor 1º semestre em número de novas ligações de energia solar desde 2015. Ao todo, foram 13.881 novas conexões até junho, melhor desempenho da série histórica, segundo dados divulgados pelo Observatório da Energia Solar e da Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper). Caso o Estado mantenha o desempenho no segundo semestre, a quantidade de novas conexões em 2024 deverá superar o ano de 2023 em mais de 51%, aponta o estudo.
Atualmente, o Estado possui 70.304 sistemas conectados à rede, sendo a maior parte deles residencial (82,8%) e comercial (13,2%). A potência instalada atualmente do Estado soma 671.154,85. A variação no número de conexões em relação aos últimos seis meses foi de 24,6% no Rio Grande do Norte.
De acordo com o relatório do Observatório da Energia Solar, a quantidade de conexões do RN representa 21,3% do Nordeste e 2,3% do Brasil, que possuem 6.020.319,19 kWp e 30.448.697,83 kWp de potência, respectivamente.
Podemos considerar que dois fatores vêm contribuindo de forma significativa para esse desempenho: a queda verificada no preço internacional dos equipamentos, cujos benefícios as empresas locais têm transferido para seus clientes, reduzindo de forma importante o prazo de retorno dos investimentos; e a forte capacidade empreendedora que vem sendo demonstrada pelo empresariado potiguar, que vem fazendo com que o RN venha crescendo a quantidade de conexões em uma velocidade superior à verificada, tanto no Brasil como um todo, quanto na região Nordeste, aponta José Maria Vilar, vice-presidente da Aper-RN e proprietário do Observatório da Energia Solar.
O consultor aponta ainda que parcerias que estão sendo firmadas junto a Aper têm sido importantes para o crescimento da energia solar no RN, como vínculos com o o Senai/RN e o Sebrae/RN, este último inclusive por meio do Polo de Energias Renováveis, que é o centro de referência no país no que diz respeito à energia solar distribuída.
O retorno do apetite da rede bancária em financiar os projetos também tem sido outro fator relevante a destacar para o crescimento do setor, avalia José Maria Vilar.
Ainda segundo relatório, as cidades com mais conexões são Natal (14.186), Mossoró (11.994), Parnamirim (8.462), Caicó (2.548) e São Gonçalo do Amarante (1.713). Cidades como Apodi, Pau dos Ferros, Extremoz, Açu e Macaíba também entram no top-10 da interiorização.
Uma das explicações é o retorno financeiro. Se o consumidor colocar uma usina e ele for Tipo B, ele terá um retorno de 5% ao mês. Ou seja, a cada R$ 100 mil investidos o retorno será de R$ 5 mil. E se essa mesma usina for uma consumidora de alta tensão o retorno será de 2,5% a 3%. Quanto a interiorização, tem avançado sim, porque esses números chegam com muita velocidade em tudo quanto é lugar. Independente de onde se more, o pessoal que sabe fazer conta não deixa de colocar a geração fotovoltaica, avalia Paulo Morais, fundador e diretor regional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).
Durante o primeiro semestre deste ano, enquanto a quantidade de novas conexões cresceu 20,5% em Natal, o crescimento médio nos demais 9 municípios com maior quantidade de conexões foi de 26,3%, significativamente superior. Isso significa que a interiorização do setor veio para ficar, confirmando também a existência de um amplo mercado em todas as regiões do estado. A média de crescimento no estado foi de 24,6%, mas, como visto, puxado pelo crescimento dos municípios do interior, finaliza José Maria Vilar.
Fonte solar chega a 45 gigawatts no Brasil
A fonte solar acaba de ultrapassar a marca de 45 gigawatts (GW) de potência instalada, de acordo com a Associação Brasileira de Energia fotovoltaica (Absolar). Segundo a entidade, o setor fotovoltaico já atraiu mais de R$ 211,7 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 1,4 milhão de empregos verdes no País.
Atualmente, a participação da fonte solar equivale a 19% da matriz elétrica brasileira. Adicionalmente, pelos cálculos da ABSOLAR, o setor fotovoltaico já evitou a emissão de 55 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. De acordo com a entidade, desde 2012, os negócios no setor fotovoltaico garantiram mais de R$ 65,5 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.
Na geração distribuída, são 30,7 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a cerca de R$ 148,82 bilhões em investimentos, R$ 44,6 bilhões em arrecadação e mais de 920 mil empregos verdes acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração distribuída no País, liderando com folga o segmento.
Já no segmento de geração centralizada, as grandes usinas solares possuem mais de 14,8 GW de potência no País, com cerca de R$ 62,9 bilhões em investimentos acumulados e mais de 442,9 mil empregos verdes gerados desde 2012.
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, ressalta que o protagonismo da tecnologia fotovoltaica na transição energética brasileira contribui fortemente para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, em todas as esferas da sociedade. Além de acelerar a descarbonização das atividades econômicas e ajudar no combate ao aquecimento global, a fonte solar tem papel cada vez mais estratégico para a competitividade dos setores produtivos, alívio no orçamento familiar, independência energética e prosperidade das nações, explica.
Números Energia Solar distribuída
2024 (até junho)
70.304 sistemas conectados à rede no RN671.154,85 kwp de potência instalada no RN
Top 10 – municípios em quantidade de conexões até junho deste ano
Natal: 14.186Mossoró: 11.994Parnamirim: 8.462Caicó: 2.548São G. do Amarante: 1.713Apodi: 1.508Pau dos Ferros: 1.449Extremoz: 1.421Açu: 1.395Macaíba: 1.140
Classe de consumo (Quantidade de sistemas instalados e potência acumuladas – até junho de 2024)
Residencial 58.237 (365.555,40 kwp)Comercial 9.275 (215.709,16 kwp)Rural 2.169 (37.424,46 kwp)Industrial 398 (41.370,13 kwp)
Fonte: Observatório da Energia Solar