Com ou sem chuva? As expectativas do produtor baiano para o plantio da soja

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Foto: José Silmar Nogueira

O estado da Bahia já pode iniciar a semeadura da soja. Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), a região se destaca como o sétimo maior produtor de soja do Brasil.

Dados da Conab confirmam a Bahia como um dos principais estados produtores, ocupando a sétima posição no ranking nacional. Desde 2001, a soja é o segundo produto agrícola mais importante do estado, representando 44% do Valor de Produção das Lavouras (VBP) e 36% do VBP da Agropecuária, conforme calculado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Atualmente, cerca de 99% da soja da Bahia é cultivada na região Oeste. Essa produção corresponde a 52% do total colhido no Nordeste e aproximadamente 5,1% do volume nacional, segundo a Conab.

As condições de solo e clima da região são favoráveis à cultura, com estações bem definidas, topografia plana, índices pluviométricos adequados e uma extensa bacia hidrográfica que se beneficia dos rios perenes sobre o Aquífero Urucuia, otimizando a irrigação.

Conforme Darci Salvetti, presidente da Aprosoja-BA, os produtores estão prontos para iniciar a semeadura assim que as condições de umidade forem favoráveis. Apesar das altas temperaturas previstas e dos desafios do ano anterior, a confiança nas tecnologias e na adaptação é alta. As máquinas estão prontas, com foco em um plantio seguro e produtivo.

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Na linha de frente do plantio

Foto: José Silmar Nogueira

A irrigação desempenha um papel importante, especialmente com a utilização de pivôs que já cobrem cerca de 250 mil hectares na região. O produtor rural José Silmar Nogueira destaca que os pivôs plantados indicam um bom começo, com a maioria das áreas já cultivadas.

O vazio sanitário para plantas emergidas com antecipação termina em 25 de setembro e para quem não solicita, o prazo é 8 de outubro. Após o término do vazio, os primeiros brotos emergiram, mas muitos agricultores preferem esperar até 10 de outubro para evitar a pressão do calor, que no ano passado causou perdas significativas na produtividade.

”A pressão de pragas, como a mosca-branca e a cigarrinha, também influencia a decisão dos produtores. Aqueles que planejam cultivar feijão carioca ou milho preferem aguardar até o final de março ou início de abril para maximizar a produtividade”, destaca Nogueira.

Ele comenta que. com o cenário atual de custos elevados, os agricultores não desejam arriscar replantios que poderiam eliminar suas margens de lucro. Portanto, a prioridade é plantar soja em um momento mais seguro, entre 15 de outubro e 15 de novembro, quando as condições são mais favoráveis.

”O plantio em sequeiro tende a atrasar, pois muitos produtores hesitam em semear precocemente devido ao receio de replantios, como os do ano passado. Embora a safrinha tenha vantagens, a baixa rentabilidade leva a um planejamento cauteloso”, comenta o produtor. A expectativa é que o plantio ocorra no período padrão, a partir do final de outubro, conforme as chuvas permitirem.

A estratégia para o plantio de soja na Bahia se baseia na cautela e no aprendizado do passado. A combinação de clima, custos e a necessidade de maximizar a produtividade molda a forma como os agricultores abordam esta safra. O foco está em reduzir riscos, controlar custos de irrigação e esperar pelas condições ideais para garantir uma colheita saudável e lucrativa.

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