No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Congresso socorre Haddad ao deixar claro que discussão sobre IR ficará para 2025

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Declarações dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), consolidaram o cenário antecipado pelo JOTA de que a isenção da tabela do Imposto de Renda para ganhos mensais de até R$ 5.000 não terá avanço neste ano e é um tema para 2025. E deram um sinal mais contundente também de que a tributação dos ricos para compensar eventual desoneração do IR terá que ser bastante debatida.

Pacheco e Lira indicaram um ambiente para tramitação rápida das medidas de gastos. O chefe do Senado não só aventou a possibilidade de medidas adicionais às que o governo está propondo como ainda deu uma cutucada no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao dizer que “em se tratando de política fiscal, é preciso afastar o medo da impopularidade que constantemente ronda a política”.

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A decisão de incluir a questão do IR no anúncio do pacote de gastos foi de Lula. O ministro Fernando Haddad (PT) tinha outra estratégia, mas cedeu à ideia do seu chefe, que mirava diluir o impacto negativo das medidas de despesas e ainda construir um discurso de contribuição de todos para o ajuste fiscal, reforçando a tese do “rico no imposto de renda e pobre no orçamento”.

Pacheco, que não tem na contundência uma marca, foi enfático ao postergar a discussão do IR. “A questão de isenção de IR, embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora e só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições fiscais para isso. Se não tivermos, não vai acontecer. Mas essa é uma discussão para frente, que vai depender muito da capacidade do Brasil de crescer e gerar riqueza, sem aumento de impostos.”

Lira, por sua vez, demonstrou claramente preocupação com o quadro negativo no mercado, com dólar e juros em alta. “Inflação e dólar altos são mazelas que atingem de forma mais severa os mais pobres. Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento”, salientou o presidente da Câmara em rede social.

Os mercados na sessão da manhã começaram renovando marcas históricas negativas. No dólar, particularmente, pesou também a informação do jornal O Globo, que teve acesso a uma minuta sobre o projeto de lei do Imposto de Renda que, entre as medidas constava taxação na fonte de 7,5% na remessa de dividendos ao exterior. Até o momento, a Fazenda, apesar de procurada, não se pronunciou sobre a informação.

Enquanto os mercados ferviam, o Planalto finalizava o processo burocrático para enviar as medidas de gastos. A ideia é que a PEC e o projeto de lei complementar sejam apresentados formalmente pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), mas a tendência é que sejam apensadas em propostas mais avançadas, para que se conclua o processo neste ano ainda. Os temas de projeto de lei, como a nova regra do salário mínimo, também devem ser incorporados em textos já em tramitação no Congresso.

Ontem, o secretário Rogério Ceron foi escalado para conversar com o mercado sobre o pacote. Hoje, o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi em evento da Febraban e deve reforçar sua mensagem fiscal.

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Lula fez uma jogada que, olhando estritamente a política, tem sentido. Haddad embarcou, por dever e porque o seu perfil é exatamente bastante alinhado ao de Lula. O Planalto havia sido advertido dos riscos da estratégia pela equipe econômica e aceitou a possibilidade de turbulência. Ela veio. Com a confusão criada, o governo precisou do Congresso para ter um respiro.

Agora, está para começar a fase de olhar texto e liberação de emendas. O pacote não é dos sonhos do mercado, mas de fato é um avanço fiscal, especialmente porque corrige o problema do desalinhamento da política do salário mínimo. Com a rápida retirada do bode da sala, a populista sugestão de isenção de IR até R$ 5 mil, a discussão mais urgente pode avançar.

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