No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Cooperativas de crédito: motores do desenvolvimento e da inclusão social

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O cooperativismo de crédito ampliou suas fronteiras nas últimas décadas no Brasil por meio da expansão da cobertura física e do crescimento das instituições. Atualmente, essas instituições atuam diretamente em 859 municípios e reforçam sua presença no dia a dia da população brasileira. Antes restritas a alguns nichos, especialmente a setores da pequena produção agrícola, as cooperativas de crédito atualmente atendem populações urbanas e rurais, de pequenos produtores a médicos e empresários.

Fundado em 1902 no interior do Rio Grande do Sul, o cooperativismo de crédito no Brasil[1] surgiu como uma alternativa socioeconômica ao modelo de instituição financeira tradicional. Mas sua história no mundo é mais antiga: remonta à Revolução Industrial europeia. Segundo o Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (WOCCU), o modelo cooperativista conta atualmente com mais de 85 mil cooperativas de crédito ativas no mundo, representando mais de 274 milhões de associados nos 117 países em que essas instituições estão presentes[2].

No Brasil, de acordo com a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), as cooperativas representam 5,9% da carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com o volume total de R$ 349,4 bilhões no segundo trimestre de 2023. Em relação aos ativos totais, as cooperativas somam R$ 603,1 bilhões, o que representa 4,19% dos ativos do SFN. Ademais, desde 2020, o número de cooperados no Brasil aumentou 41% e alcançou 18,1 milhões entre pessoas físicas e pessoas jurídicas. Já a rede de atendimento das cooperativas de crédito soma 8.736 postos de atendimento espalhados por todo o território nacional, representando 26,3% do SFN[3].

O Painel de Dados do Cooperativismo Financeiro (Bureau Coop) mostra que o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) possui 785 cooperativas singulares, trinta cooperativas centrais e quatro confederações, além de dois bancos cooperativos, organizando-se na forma de sistemas cooperativos. Dentre as cooperativas, destacam-se três dos maiores participantes do SNCC: Sicredi, Sicoob e Cresol. Essas instituições integram o Sistema Nacional de Fomento (SNF), conjunto de instituições financeiras de desenvolvimento que inclui bancos públicos federais, bancos e agências de fomento subnacionais, bem como o sistema cooperativo, além de Finep e Sebrae.

Representado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), o SNF tem como característica fundamental a capilaridade. É nesse sentido que o SNCC se destaca no processo de inclusão financeira da população brasileira, visto que, nos últimos anos, as cooperativas expandiram sua presença física no país, fazendo-se presente em aproximadamente 56,4% dos municípios da federação. Tais pontos de atendimento, por vezes, são a única alternativa presencial de acesso a serviços financeiros pela inexistência de agências bancárias tradicionais³. Frente a um cenário em que grandes bancos privados diminuem sua carteira para pessoa física de baixa renda, a expansão das cooperativas referenda sua função social de promotora do desenvolvimento e da inclusão social.

Segundo a última edição anual do Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo[4], lançado pelo Banco Central, em 2023, a região Sudeste se destacou no aumento absoluto de municípios atendidos por cooperativas de crédito (84 novos municípios). Todavia, o Norte e o Nordeste se destacaram pelo aumento relativo, com o crescimento de 22,1% e 10,2%, respectivamente, de municípios atendidos. Apesar do crescimento, a região Nordeste continua sendo a que possui menor presença do cooperativismo de crédito em relação ao total de municípios do país. Na medida em que se trata de uma região com grandes desafios socioeconômicos, há, portanto, um esforço importante a ser empreendido para seguir ampliando a rede de municípios e pessoas atendidas pelas cooperativas naquela região.

O sistema cooperativo é um ator fundamental do SNF no processo da inclusão financeira da população brasileira. A ampliação da oferta de serviços financeiros nos últimos anos, principalmente nas áreas mais remotas e para empresas de pequeno porte, reforça o papel do Sistema Nacional de Fomento e de seus integrantes como pilares essenciais para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do país.

[1]https://www.sicredi.com.br/site/blog/cooperativismo/saiba-como-o-cooperativismo-de-credito-chegou-ao-brasil/#:~:text=O%20cooperativismo%20de%20cr%C3%A9dito%20surge,a%20busca%20por%20conquistas%20significativas.

[2] https://blog.ailos.coop.br/cooperativismo/cooperativas-de-credito-no-brasil/

[3] https://www.bureau.coop.br/index.php/public-panel/

[4] https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/coopcredpanorama/Panorama_do_sistema_nacional_de_credito_cooperativo_v3.pdf

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