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Nesta segunda-feira (5), motoristas de São Paulo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) pararam as atividades. A paralisação, de 24h, iniciada nesta madrugada, segue até a meia noite de hoje e serve alerta à diretoria da estatal e de preparo para o movimento grevista em todo o país a partir da próxima quinta (8).
Na última sexta (2), o sindicato de São Paulo, SINTECT-SP, reuniu-se com a categoria dos trabalhadores dos Correios e decidiu pela greve. Ainda na sexta, em Brasília, houve uma reunião coletiva de negociação com um representante da diretoria da estatal; mas as negociações não avançaram.
Em pauta, além do reajusta salarial, os trabalhadores desejam solucionar a questão do plano de saúde dos Correios que, atualmente, funciona na modalidade 50/50; ou seja, a empresa paga 50% do valor e o funcionário arca com mais 50%. Para se ter uma ideia do quanto este modelo 50/50 está impactando diretamente na saúde dos trabalhadores, mais de 20 mil funcionários dos Correios desistiram de aderir ao plano de saúde da estatal porque não conseguem arcar com os valores excessivos cobrados.
Sobre o plano de saúde, na reunião de sexta (2), em Brasília, com um representante da Diretoria dos Correios, o líder sindical Elias Cesário (Divisa), presidente do SINTECT-SP, fez um depoimento comovente:
“Aqui a grande maioria está com tempo para se aposentar, já pensou amanhã, se você pensar que nem nós, que estivemos à frente do sindicato, não conseguimos garantir o plano de saúde, o convênio médico, nem para nós mesmos. É inadmissível você ouvir isso de uma empresa com essa magnitude, do nosso governo.”
Diversas reuniões ocorreram nos últimos dois meses entre a categoria dos trabalhadores e representantes da presidência e/ou da Diretoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O presidente da estatal não compareceu às reuniões de negociação com os trabalhadores neste ano.
Na última quarta (31/7), o ministro Lélio Bentes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) deferiu em favor dos trabalhadores um protesto judicial movido pela FINDECT-SP. Trocando em miúdos, na prática, isto quer dizer que qualquer acordo posterior à data-base terá efeito retroativo. A data-base dos Correios é dia 1º de agosto.
Insatisfeitos, com gritos de Fora, Fabiano! nas assembleias, trabalhadores pedem uma postura do presidente da estatal, Fabiano da Silva Santos, e do Governo Lula.
“[Recentemente] Já viemos mobilizando, a partir de agora vamos mobilizar muito mais. Porque [isso] é uma falta de respeito. Já chega o que aconteceu no passado, do cheque em branco e do cheque sem fundo que veio. Mesmo que hoje venha aqui um papel com garantias. Eu acredito que não tenha que vir nem com a assinatura do Fabiano. Tem que vir com a assinatura de toda a Diretoria dos Correios, porque se vier somente com a assinatura do Fabiano, será que é confiável esse cheque? Porque até agora não foi cumprido o que foi colocado no passado.”, disse Divisa. E continua: “O presidente Lula colocou ele [Fabiano] aqui dentro, ele foi colocado aqui pelas mãos de Lula. Ele [Fabiano] está fazendo jus a essa confiança? Não, para mim, não. Então eu quero ver quem é o louco que vai pegar este cheque e vai andar de mão dada com ele [Fabiano] agora.”
Na última quinta (1º/8), a redação do Mais Brasília (MB) demandou a assessoria de imprensa dos Correios com questionamentos acerca de provável greve dos trabalhadores dos Correios a partir do próximo dia 8, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem sobre a greve, que foi veiculada na mesma quinta (1º). O portal Mais Brasília (MB) está a disposição da assessoria, da presidência e/ou da Diretoria da estatal para quaisquer posicionamentos e/ou esclarecimentos.
O post Correios param atividades nesta segunda (5), em SP apareceu primeiro em Mais Brasília.