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Pesquisa Datafolha publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” nesta quarta-feira (3) aponta que, para 69% dos brasileiros, as mulheres devem ser as principais cuidadoras de filhos recém-nascidos. O levantamento ouviu 2.022 pessoas de 147 municípios de todas as regiões do país entre os dias 19 e 20 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo o Datafolha, a idade e a escolaridade interferem no resultado:
86% dos entrevistados que têm até o ensino fundamental concordam a que mulher deve cuidar dos filhos assim que nascem, contra 52% daqueles que têm curso superior.
Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 83% concordam que as mulheres devem cuidar dos recém-nascidos, ante 54% dos jovens de 16 a 24 anos.
Os dados refletem um trabalho que já é feito, majoritariamente, por mulheres e que ainda é invisível.
No país, as mulheres gastam em média vinte e uma horas por semana nas tarefas que não são remuneradas, segundo a pesquisa da ONG Think Olga. Em um ano, são 1.118 horas dedicadas a um trabalho que é fundamental, mas ainda não é reconhecido.
Mulheres trabalham, em média, 21 horas por semana em afazeres domésticos, aponta pesquisa
Uma pesquisa mundial, feita pela Oxfam, mostra que meninas e mulheres dedicam cerca de 12,5 bilhões de horas no trabalho de cuidado que não é remunerado — o que engloba o cuidado com bebês e crianças. Caso fosse remunerado, o valor geraria cerca de US$ 10,8 trilhões.
Licença para o cuidado dos bebês
Apesar da maioria acreditar que mulheres devem ser as principais cuidadoras, a pesquisa Datafolha apontou que 64% dos homens e 69% das mulheres concorda que a licença após o nascimento da criança deveria ser o mesmo para homens e mulheres.
No Brasil, o benefício é garantido por lei, mas mulheres têm 120 dias, enquanto homens têm apenas cinco dias.