Descrença no plano fiscal atinge máxima e pressiona popularidade de Lula no mercado

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A pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, conduzida pela Genial/Quaest junto a operadores do mercado, apresenta uma deterioração significativa na avaliação do governo Lula. Refletindo o impacto do pacote fiscal anunciado na semana passada, a aprovação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caiu de 50% para 41%, com 61% dos entrevistados considerando seu desempenho mais fraco desde o início da gestão. Além disso, a expectativa de piora na economia subiu de 32% para 88%, agora apenas 2% acreditam em melhora. A totalidade dos executivos considera o pacote fiscal anunciado pouco satisfatório (42%) ou insatisfatório (58%). O mercado também aposta na derrota de Lula ou Haddad em todos os cenários de segundo turno para 2026. Clique aqui para acessar a íntegra da pesquisa. 

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A pesquisa, feita entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, entrevistou 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Confira os principais destaques:

  1. Mercado reavalia governo Lula: A desaprovação ao governo Lula (PT) subiu 26 pontos percentuais desde a rodada de março deste ano, atingindo novamente o pico de 90% (era 64% em março), o maior índice de rejeição desde o início da gestão.
  2. Desgaste de Haddad: A aprovação do ministro da Fazenda caiu de 50% para 41% desde março, com 61% dos executivos avaliando que Haddad está no momento mais fraco desde o início do governo.
  3. Arcabouço fiscal: A credibilidade do arcabouço fiscal é considerada baixa (42%) ou inexistente (58%) pelos entrevistados. Ou seja, 100% dos executivos avaliam que o arcabouço fiscal tem pouca ou nenhuma credibilidade. A regra de gastos, conforme os padrões atuais, só é vista como viável até 2025 para 37% e, até 2026, para 34%.
  4. Pacote fiscal insatisfatório:  88% dos ouvidos são favoráveis às medidas sugeridas pela Fazenda para o cumprimento da regra de gastos, mas o pacote é considerado pouco satisfatório (42%) ou insatisfatório (58%) pela maioria. As medidas com maior apoio no mercado incluem o fim da “morte ficta” (99%), o fim da transferência de pensão militar (99%), a idade mínima para reserva remunerada de militares (98%), a limitação do crescimento das emendas (96%) e a sujeição da remuneração de servidores ao teto salarial (95%). Já a medida com menor apoio entre os executivos é a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, com apenas 15% de apoio.
  5. Economia piorou: 96% dos entrevistados acreditam que o Brasil está indo na direção errada, um aumento em relação aos 71% registrados em março. Esse cenário, aliado ao descrédito nas medidas fiscais, fez com que a expectativa negativa para a economia saltasse de 32% para 88%. Independentemente do governo, 78% avaliam que a economia do país está operando acima do potencial, enquanto 16% acreditam que está abaixo do potencial.
  6. Copom e Banco Central: 66% dos executivos esperam uma alta de 0,75 ponto percentual na reunião de dezembro do Copom, marcada para a próxima semana, com 34% prevendo uma taxa acima de 14% ao final deste ciclo. A indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central é aprovada por 62%, embora 44% acreditem que suas decisões serão influenciadas politicamente.
  7. Sucessão na Câmara e no Senado: 63% dos executivos consideram o deputado Hugo Motta (Republicanos), favorito na disputa pela presidência da Câmara, como mais alinhado ao governo Lula. Já na disputa pelo Senado, 65% veem Davi Alcolumbre (União) como mais oposicionista ao governo.
  8. Sucessão presidencial: Apenas 34% acreditam que Lula será o favorito nas eleições de 2026, uma queda significativa em relação aos 53% registrados em março. Nos oito cenários de segundo turno testados com executivos, Lula e Haddad seriam derrotados em todos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é considerado por 78% dos entrevistados o provável candidato da direita, caso Bolsonaro permaneça inelegível.

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