Descubra o que não lhe contaram sobre a história do Brasil

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Aprendemos na escola, nos livros e filmes que o Brasil foi descoberto quando os portugueses navegavam em busca do domínio do lucrativo comércio de especiarias e artigos de luxo orientais: imagens coloridas e bem diagramadas, textos que põem em relevo as palavras “mercadores”, “mercadorias”, “comprar”, “vender” “revender”, “preços” e as expressões “grande lucro” e “rico comércio” aparecem diversas vezes, colocando a economia como razão de toda a façanha marítima portuguesa.

Prevalece uma narrativa baseada na teoria crítica, com materialismo histórico. A óptica é a da burguesia mercante lucrando ostensivamente com as especiarias, a Igreja querendo impor sua religião e ganhar dinheiro e o monarca português controlador, recebendo os impostos de todas essas instâncias. Classes opressoras na gana por domínio e lucro, navegadores e população, classe oprimida. O enfoque numa Portugal obcecada pelos fabulosos tesouros da Índia e controle do comércio no respectivo oceano é a construção de materiais didáticos para realçar a existência da desigualdade entre as camadas sociais como algo nefasto e que fomenta a alienação econômica, social e religiosa. A ausência de informações sobre a cosmovisão da época nos livros e filmes favorece a aplicação da teoria crítica na religião, na expansão do território lusitano e no comércio ultramarino.

Quando as naus e caravelas lusitanas aqui ancoraram, no ano de 1500, estavam unicamente em busca de extraordinárias vantagens financeiras por meio das especiarias? O que levaria uma armada de mil e quinhentos homens a se aventurar no mar bravio, meses a fio, deixando em terra pátria mães, noivas e filhos, como retratou o poeta português Fernando Pessoa, sem garantia de retorno ao lar? Saudade, solidão, restrição de alimentos e de água, fezes e urina dos animais embarcados na tentativa de comida fresca, escorbuto e demais doenças valeriam à pena no intento exclusivo da supremacia no comércio marítimo? Estaria a poderosa nação portuguesa realmente deslumbrada com a possibilidade de um império mercantilista?

Domínio Público

Conquistas dos portugueses

As grandes navegações empreendidas pelos portugueses nos séculos XV e XVI mudaram o mundo. O país foi o primeiro reino da Península Ibérica, e assim, a subjugar os mares, promovendo uma “globalização”, integrando diferentes partes do orbe. O espírito de conquista, de expansão do Reino Lusitano e a visão teocêntrica da época (Idade Média) que os lançava a difundir o cristianismo, somados a boa cartografia e navegadores experientes fizeram de Portugal um gigante nas águas.

Dom Henrique, conhecido como “O Grande Navegador”, patrocinou várias viagens marítimas, sendo a da cidade de Ceuta, na África, em 1415, marco inicial da expansão portuguesa. No ano de 1500, nova expedição para as terras índicas partiu, tendo por capitão-mor o ilustre Pedro Álvares Cabral, de tradicional e célebre família de descobrimentos e altercações. E antes do destino proposto, a esquadra chega ao Brasil.

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Nação portuguesa nos desbravamentos

Na outra margem, constata-se que o desenvolvimento de técnicas e conhecimentos necessários a navegação e o amplo investimento financeiro para o domínio dos mares expressam o espírito de expansão e conquista da primeira nação europeia unificada: os lusitanos tinham ideais transcendentes, teocêntricos, pelos quais valeria a pena devotarem-se.

O papel da Igreja Católica na civilização

A Igreja Católica Apostólica Romana é uma das raízes da civilização Ocidental e, graças a ela, é possível enxergar os acontecimentos através da Teologia da História, ou seja, da ação providente de Deus no passado. Aprouve a Deus, em Sua sabedoria, servir-se dessas realidades para descobrir o Brasil. Aqui, à semelhança de uma semente introduzida na terra para criar raízes, brotar e crescer foi plantada a Santa Cruz. Brasil, terra de Santa Cruz!

Aprouve a Deus valer-se desses homens pecadores e imperfeitos, mas com as virtudes da Fortaleza e da Justiça, para esta empreitada.

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” (Fernando Pessoa).

Lilian Maria
Missionária da Comunidade Canção Nova e historiadora 

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