Doença Mpox: o que se sabe sobre a nova variante e quais são os riscos do avanço do vírus

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A Mpox (vírus monkeypox) voltou a gerar preocupação entre as autoridades sanitárias do Brasil e do mundo, diante dos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicando o avanço da doença e da propagação de uma nova variante ainda mais letal. A agência de saúde da União Africana, a Africa CDC, declarou emergência de saúde pública nesta terça-feira (13/8), devido ao aumento significativo do número de casos no continente africano.

Mpox no Brasil

Diante do aumento de casos da Mpox e da circulação de uma nova variante do vírus, o Ministério da Saúde convocou no mesmo dia uma reunião para discutir a atualizações das recomendações e do plano de contingência contra a doença. Anteriormente conhecida como “varíola dos macacos” (ou Monkeypox, em inglês), a Mpox já registrou 709 casos no Brasil em 2024, resultando em 16 mortes. Em nota, o Ministério da Saúde classificou o risco de disseminação do vírus no país como “baixo”, mas destacou que segue monitorando a situação em colaboração com a OMS e o Cento de Controle de Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA.

A preocupação global com a Mpox já vinha se intensificado desde a descoberta, em 2023, de uma nova variante na República Democrática do Congo. De acordo com OMS, a taxa de letalidade pela nova variante 1b é de 10% entre crianças pequenas, enquanto a variante 2b, que causou a epidemia global em 2022, registrou taxa de letalidade de menos de 1%.

A OMS contabilizou, de janeiro de 2022 a junho de 2024, 99.176 casos confirmados de Mpox em 116 países, além de 208 mortes provocadas pela doença. Apenas em junho de 2024, 934 casos foram confirmados laboratorialmente e quatro mortes foram reportadas em 26 países, “sinalizando transmissão contínua da Mpox em todo o mundo”, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (12/8).

As regiões mais afetadas, de acordo com o número de casos confirmados em junho, são África (567 casos), América (175 casos), Europa (100 casos), Pacífico Ocidental (81 casos) e Sudeste Asiático (11 casos). No continente africano, 96% dos casos estão concentrados na República Democrática do Congo.

O que é a Mpox

A Mpox é uma zoonose viral (vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola.

Apesar de originalmente ser transmitida de animais para humanos, a Mpox também circula entre pessoas através, principalmente, do contato direto com lesões, fluidos corporais ou secreções respiratórias de indivíduos infectados. A infecção também pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados. Profissionais de saúde, familiares e parceiros íntimos de pessoas infectadas estão entre os grupos de maior risco.

Conhecida anteriormente como “varíola dos macacos”, a OMS mudou o nome da doença para Mpox, para evitar equívocos de que os macacos eram os principais transmissores do vírus aos humanos. O nome surgiu em razão da doença ter sido descoberta em colônias de macacos, na África Central, em 1958.

Quais os sintomas da doença?

Os sintomas apresentados por pessoas infectadas são febre, dor de cabeça, dores nas costas ou musculares, inflamações nos nódulos linfáticos, além de erupções cutâneas e lesões, que começam no rosto e se espalham pelo corpo, atingindo principalmente as mãos e os pés.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares de lesões. O período de incubação do vírus pode variar de cinco a 13 dias e, segundo a OMS, os sintomas duram de 14 a 21 dias.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da Mpox é feito por meio de testes moleculares ou sequenciamento genético, feitos com amostra coletadas das lesões cutâneas. Até o momento, não há um tratamento específico a doença. O tratamento paliativo consiste em medidas de suporte clínico, que visam aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.

Prevenção da Mpox

A OMS aponta que existem, atualmente, duas vacinas em uso contra a doença. Nesta semana, a entidade solicitou às fabricantes dos imunizantes que submetam pedidos de análise para o seu uso emergencial, com informações sobre a segurança, eficácia e qualidade das vacinas.

Em 2023, o Ministério da Saúde distribuiu 47 mil doses da vacina no Brasil, com liberação provisória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido ao aumento de casos em território nacional. Neste ano, a pasta informou que adotará as “ações necessárias”, “caso novas evidências demonstrem a necessidade de alterações no planejamento”.

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