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As eleições recentes operaram um verdadeiro sacode epistemológico nas teorias sobre como as pessoas escolhem seus representantes políticos. Do voto econômico à primazia do incumbent, não restou pedra sobre pedra, dizem por aí. Em diversos países a extrema direita surge como representante de uma bandeira antissistema, protagonista de uma nova ordem que subverte a lógica centrífuga do poder então vigente nas democracias ocidentais.
As headlines indicam a tendência: na Áustria, o Partido da Liberdade (FPO) obteve a maior quantidade de votos nas eleições gerais de 2024. Na Itália, a vitória da extrema direita provoca terremoto na política. Na Holanda, o político anti-Islã e de direita radical venceu eleições e pode virar primeiro-ministro.
Paralelamente a esse movimento de mudança no corolário da política, também se observam novas formas de medir as intenções de voto. A heterodoxia na aferição das preferências eleitorais é, hoje, uma realidade que oferece uma alternativa aos métodos tradicionais, notadamente as pesquisas de survey, sejam elas presenciais ou telefônicas.
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O gráfico abaixo ilustra a precisão das pesquisas de opinião quando comparadas com o resultado das urnas por estado na eleição presidencial dos Estados Unidos, em 2024.
O eixo vertical representa a diferença entre os valores observados nas urnas e o esperado pela agregação das intenções de votos de vários institutos de pesquisa. O diagnóstico é claro: as empresas estão, sistematicamente, subestimando a preferência do eleitor republicano. O próximo gráfico ilustra a variação da taxa de erro por instituto de pesquisa.
Em média, as estimativas do Marist College ficaram 5,5 pontos percentuais distantes do resultado das urnas. A Ipsos, que tem abrangência internacional, errou 3,5 pontos percentuais, em média. Levantamento do The New York Times apontava para Harris. A última estimativa de Nate Silver também indicava uma leve vantagem para a candidata democrata (48,6% versus 47,6%). A equipe da Harvard Political Review previu que Trump perderia, a única divergência seria o tamanho da derrota. E a lista continua.
Este artigo apresenta uma nova ferramenta capaz de medir o potencial de votos de um candidato ou partido a partir da base ideológica. Eleitorama é uma tecnologia de inteligência eleitoral desenvolvida pela Gauss Analítica em parceria com pesquisadores do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco.
A solução fornece informações precisas sobre a viabilidade eleitoral de candidatos pela tendência ideológica de uma determinada localidade e pode ser um instrumento útil para orientar as estratégias de campanha. Em 2024, o projeto-piloto foi aplicado às eleições municipais com o objetivo de testar a capacidade preditiva do modelo e identificar eventuais fragilidades do instrumento. O estudo ganhou visibilidade nacional, sendo matéria da Folha de S. Paulo.
A imagem abaixo ilustra o funcionamento do sistema a partir da disputa entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) durante o segundo turno da eleição na capital paulista.
O aplicativo calcula a distância ideológica entre todos os candidatos que disputam a eleição. Depois disso, a partir de um algoritmo exclusivo, estima-se a taxa de transferência de votos entre os concorrentes, assumindo que candidatos mais próximos ideologicamente devem receber, em média, parcelas maiores de votos em comparação com candidatos mais distantes.
Para medir ideologia, o instrumento utiliza a escala desenvolvida por Bolognesi, Codato e Ribeiro (2023), que varia de zero (extrema-esquerda) a dez (extrema-direita). Por exemplo, ao comparar candidatos do PDT e do PL, o PDT está posicionado no ponto 3,92 da escala, representando uma orientação mais à esquerda, enquanto o PL ocupa o ponto 8,11, situado no espectro da direita. A diferença é de 4,19 pontos, obtida pela subtração dos valores.
Em um eventual segundo turno entre PDT e PL é esperado que eleitores do PT (2,97), do primeiro turno, prefiram mais o PDT, enquanto eleitores do Novo (8,13) devem se deslocar mais intensamente para o PL, partido ideologicamente mais próximo de sua preferência. O Eleitorama faz esse cálculo e informa a expectativa de votos de cada candidato/partido.
Comparado aos métodos tradicionais de coleta de dados, como pesquisas de intenção de voto e grupos de discussão, o Eleitorama exibe algumas vantagens:
- Otimização de tempo e recursos: como o algoritmo opera com base em cálculos matemáticos, o tempo de processamento das informações é menor. Além disso, exibe melhor o custo-benefício em relação aos métodos tradicionais;
- Análise granular: diferente das pesquisas de intenção de voto, que geralmente oferecem estimativas agregadas por estado e município, o Eleitorama fornece informações detalhadas por bairro, zona e seção eleitoral, permitindo intervenções mais bem delimitadas geograficamente; e
- Impacto da trajetória (path dependence) : como o Eleitorama usa dados eleitorais longitudinais, é possível mapear a inclinação ideológica de uma determinada localidade. Essa informação é estratégica para avaliar a viabilidade de candidaturas (1º turno) e reposicionar o candidato/partido de acordo com as preferências do eleitorado (2º turno).
Depois de explicar a origem do produto e discutir as potencialidades da ferramenta, o próximo passo é apresentar evidências sobre o seu desempenho. Tecnicamente, avaliamos a performance do Eleitorama tendo como parâmetro as informações produzidas por institutos de pesquisa com capilaridade nacional.
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Como métrica de precisão, empregamos a Raiz do Erro Quadrático Médio (Root Mean-Square Error [RMSE]) das estimativas dos votos válidos em 15 capitais durante o segundo turno das eleições municipais de 2024 no Brasil. Abaixo, comparamos o nível de precisão.
Instituto de pesquisa A | Instituto de pesquisa B | Eleitorama |
3,4 | 4,4 | 5,7 |
Em média, o Instituto A se distanciou em 3,4 pontos percentuais do resultado real. Por sua vez, considerando o erro médio nas 15 cidades, o Instituto B se distanciou 4,4 pontos percentuais do apurado nas urnas durante o segundo turno das eleições municipais de 2024. O Eleitorama teve uma performance ligeiramente inferior, com um erro médio de 5,7.
No entanto, dada as outras vantagens da ferramenta — velocidade, custo, granularidade e trajetória — o Eleitorama é uma solução inovadora para apoiar a construção das estratégias de campanha, principalmente no que diz respeito à alocação eficiente de recursos, viabilidade prévia de candidaturas, geolocalização de mensagens físicas e digitais de campanha e mapeamento da probabilidade de virar voto por seção e zona eleitoral. Convidamos os leitores e leitoras a conhecerem mais detalhes da ferramenta e que venham as próximas eleições!