Entenda o papel da vigilância epidemiológica na investigação de doenças e surtos

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Reconhecer focos de novas doenças e disponibilizar orientação técnica permanente para os profissionais de saúde que executam ações de controle. Essas são algumas das funções da Vigilância Epidemiológica, que tem papel crucial na detecção precoce de doenças.

Entre as responsabilidades, está também o monitoramento de doenças como dengue, gripe, covid-19 e febre do Oropouche, ajudando a controlar possíveis surtos.

Esse acompanhamento, segundo a assessora técnica da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e articuladora do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Kamilla Carneiro, se dá, principalmente, por meio da notificação realizada pelos profissionais dos serviços de saúde, nos atendimentos. “As notificações das doenças acontecem nos hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), outras unidades da Rede Sesa e também por meio dos Sistemas de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de Informação sobre Mortalidade (SIM), entre outros”, diz.

Investigação epidemiológica

Após a notificação, acontece a investigação epidemiológica, que envolve a coleta de informações sobre sintomas e histórico de viagem dos possíveis infectados. Após essa etapa, ocorre o rastreamento de contatos com os pacientes que apresentaram sintomas. “Os profissionais de saúde contatam as pessoas que tiveram interação próxima com o paciente confirmado. Isso pode incluir familiares, amigos, colegas de trabalho e outros indivíduos. O objetivo é identificar novos casos e orientar sobre a necessidade de monitoramento ou isolamento”, explica a assessora.

Depois da identificação dos contatos, é feito um monitoramento para detectar sintomas durante um período definido. “Consideramos o tempo em que a infecção pode se manifestar. O monitoramento pode incluir ligações telefônicas e visitas domiciliares, possibilitando que qualquer manifestação da doença em questão seja detectada e tratada”, pontua.

Tecnologia

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Rede Internacional de Alerta e Resposta a Surtos (GOARN), desenvolveu o software Go.Data. Essa ferramenta foi projetada para o rastreamento de casos e o monitoramento de contatos, permitindo a coleta de informações em campo, o rastreamento e a visualização das cadeias de transmissão de doenças.

Em setembro, os profissionais da vigilância no Ceará receberam treinamento sobre essa nova tecnologia

No Brasil, é utilizado para monitorar pessoas notificadas com sarampo, mpox e covid-19, entre outras doenças. Sua flexibilidade permite a adaptação e o desenvolvimento de modelos que facilitam investigações epidemiológicas, sendo acessível tanto on-line quanto off-line em diversas plataformas e sistemas operacionais, incluindo computadores, smartphones e tablets.

O rastreamento e o monitoramento de contatos são realizados de forma colaborativa entre equipes de profissionais locais, com o apoio da Célula de Resposta às Emergências em Saúde Pública, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (Cievs) e da Célula de Vigilância Epidemiológica.

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