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A gravidez não planejada na adolescência é uma questão considerada como problema de saúde pública em nosso país. Para o sistema de saúde do Espírito Santo isso não é diferente, porém, recentemente, esse cenário vem mudando. Graças às ações de conscientização da Secretaria da Saúde (Sesa), com projetos voltados para a causa nos municípios, o número de crianças e adolescentes (10 a 19 anos) grávidas vem reduzindo ano após ano.
Em 2019, foram registrados 7.305 partos de nascidos vivos de mães com idade entre 10 e 19 anos no Estado. Em 2023, foram 5.548. Este ano, até o mês de julho, foram 2.269 partos de nascidos vivos de meninas com esta mesma idade. Isso representa uma redução de 31,06% nos casos.
Nos últimos anos, a Sesa reforçou as ações voltadas para reduzir a gravidez precoce, garantindo para essas meninas, acesso aos serviços de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre esses serviços estão a oferta de métodos contraceptivos, como preservativos e anticoncepcionais, que são garantidos nas Unidades Básicas de Saúde.
Além disso, há o Programa Saúde na Escola (PSE), uma política adotada para promover conscientização às crianças e jovens nas 1.955 escolas públicas dos 78 municípios capixabas. O PSE é realizado por profissionais de saúde da Atenção Primária em articulação com a Secretaria da Educação, executando o desenvolvimento de ações educativas e de promoção à saúde, voltadas à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, ao atendimento à saúde sexual e reprodutiva e orientações sobre os riscos da gravidez na adolescência, entre outros.
Para Rosângela Maldonado, coordenadora médica da Maternidade de Alto Risco do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, a gravidez na infância e adolescência pode trazer complicações antes e depois da gestação, tanto para a mãe quanto para o feto. “Por falta do preparo físico e emocional, essa menina que engravida tão nova, pode desenvolver problemas graves de saúde, como diabetes, anemia e hipertensão. Além disso, o bebê, que muitas vezes nasce prematuro, pode nascer com complicações respiratórias e apresentar dificuldades no desenvolvimento físico e mental. Fora todos esses problemas de saúde, essa jovem que é mãe cedo, ainda pode enfrentar problemas emocionais e socioeconômicos”, esclareceu.
Os dados
Crianças e adolescentes (10 a 19 anos) que deram à luz entre 2019 a 2024
2019: 7.305
2020: 6.884
2021: 6.508
2022: 5.724
2023: 5.548
2024 (janeiro a julho): 2.269
Preservativos
Para manter a redução dos casos de gestação precoce, a Secretaria da Saúde realiza a distribuição gratuita de preservativos penianos e vaginais para a rede municipal, visando facilitar o acesso a toda população. Esses itens são adquiridos com recursos próprios e também enviados pelo Ministério da Saúde.
É importante frisar que o uso de preservativos em todas as relações sexuais é um método eficaz para prevenir uma gestação precoce e também reduzir o risco de transmissão das infecções sexualmente transmissíveis.