Estudo de R$ 33,5 milhões quer aumentar produtividade da soja

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Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

A soja, segunda cultura mais plantada nos Estados Unidos e componente crucial da dieta americana, enfrenta uma séria ameaça. Calor extremo e seca podem reduzir a produção em até 40% nos próximos 25 anos.

Para enfrentar esse desafio, um estudo de R$ 33,5 milhões liderado pelo professor Shahid Mukhtar, da Universidade Clemson, na Carolina do Sul, busca soluções para o problema.

Financiado pela National Science Foundation (NSF), do governo americano, o Programa Interdisciplinar para o Avanço da Resiliência Climática Extrema na Soja (iPACERS) reunirá pesquisadores do sudeste dos EUA para investigar os impactos do calor e da seca na soja, desde o nível celular até a planta inteira.

O objetivo é identificar micróbios benéficos do solo que possam ajudar a soja a prosperar em condições climáticas adversas.

“O planeta está aquecendo, e isso tem consequências diretas e indiretas para a vida humana e para as plantas que alimentam mais de 8 bilhões de pessoas no mundo”, disse Mukhtar. “Este estudo é crucial para desenvolver soluções que garantam a segurança alimentar no futuro, inclusive para o Brasil, que importa grande parte da soja que consome.”

O estudo vai sequenciar o RNA de células individuais da soja em diferentes estágios de crescimento para entender os efeitos do calor e da seca nos processos moleculares da planta.

Pesquisadores da Mississippi State University usarão drones e veículos robóticos para monitorar as condições ambientais e o desenvolvimento das plantas em lavouras, integrando esses dados com as informações moleculares coletadas pela equipe de Clemson.

Cientistas da Louisiana State University Agricultural Center estudarão o microbioma do solo para compreender como o calor e a seca afetam as bactérias que auxiliam a soja na fixação de nitrogênio, um nutriente essencial.

Os pesquisadores usarão a inteligência artificial para integrar os dados coletados e identificar micróbios que possam proteger a soja do estresse por calor e seca.

As bactérias benéficas poderão ser aplicadas às plantações por meio de revestimento de sementes, pulverização ou outros método.

Os pesquisadores esperam que o iPACERS sirva como modelo para estudos semelhantes em outras culturas importantes, como o milho.

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