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Em comemoração ao Dia da Comunidade Árabe do Distrito Federal, celebrado em 25 de setembro, a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) recebe a 3ª edição da Semana Árabe. Realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), o evento ocorre até sábado (28) e apresenta uma programação diversificada, com entrada franca, que inclui uma exposição, contação de histórias, apresentações de dança e de música, além de palestras.
“O objetivo é apresentar um pouco da cultura, da tradição e dos costumes árabes que vieram com os imigrantes. A Semana Árabe é um compacto disso: da culinária, da dança, da música e de toda a abrangência dessa cultura”, revelou Aziz Jarjour, presidente do Instituto de Cultura Árabe-Brasileira (ICAB), responsável pela execução do evento.
Desde a primeira edição, a BNB é o cenário do evento.
“Todas as edições foram aqui. É um grupo que tem muito carinho por esse espaço e nós também temos pelo evento. É sempre assim: um mergulho na cultura árabe”, afirmou a diretora da BNB, Marmenha Rosário.
Este ano, a Semana Árabe contou pela primeira vez com apoio direto do Governo do Distrito Federal (GDF).
“O FAC foi fundamental. Nas outras edições fizemos com recursos próprios e já estava virando uma tradição, mas depois da pandemia ficamos combalidos e tivemos que protelar. Com o recurso, a semana conseguiu ser realizada e disponível para qualquer pessoa visitar”, comentou.
O subsecretário de Patrimônio da Secec, Felipe Ramón, ressaltou que o investimento do governo no evento é uma forma de valorizar o setor cultural e ampliar o acesso à cultura para a população. “O FAC é uma das principais ferramentas de difusão cultural no DF. É a nossa principal estratégia para aproximar as pessoas da cultura”, avaliou.
Para Ramón, a Semana Árabe também apresenta dois aspectos muito importantes para a capital federal, além da disseminação cultural.
“Brasília foi pensada para ser uma cidade internacional e todas as embaixadas são convidadas a dispor desse equipamento cultural. Isso nos leva para o segundo motivo, que é a biblioteca ser um centro cultural que recebe discussões e eventos de diversas linguagens. Então, ao investir nesse evento, o governo aproxima as comunidades internacionais da biblioteca e a apresenta o espaço como uma opção de cultura da população do DF”, defendeu.
Costumes e tradições
Um dos destaques da programação é a exposição Alimentação, Memória e Identidades Árabes no Brasil, que apresenta ingredientes e receitas árabes que se tornaram parte da culinária brasileira, como café, azeite, pão sírio, esfirra e kibe.
“Gostei bastante da parte da comida, porque tenho lembranças afetivas com kibe e charuto de repolho que minha mãe fazia”, comentou a servidora pública Ana Lucia dos Santos, 45 anos, que participou do evento acompanhada pela filha, Melissa Marra, 13 anos.
“Por acaso, uma amiga compartilhou comigo o folheto do evento e, como é um assunto que me interessa, resolvi vir. Acho tudo bem legal, principalmente a parte de danças, porque eu fiz durante muito tempo dança do ventre em uma academia lá em Sobradinho”, disse.
Mãe e filha destacaram a relevância do evento.
“É importante demais até para divulgar essa cultura para outras gerações, além de estimular a formação de novos dançarinos e historiadores, por exemplo”, reforçou Ana Lucia. “É um assunto interessante e uma cultura que desperta curiosidade”, completou Melissa.
O acesso à cultura árabe também motivou o casal de estudantes Ali Hussein, 21, e Mariana Silva de Souza, 20, a participar do evento.
“Meu avô veio do Líbano e sou de uma família bastante tradicional. Sou aluno de árabe clássico, então o evento é uma forma de me aprofundar e conhecer ainda mais. Gostei bastante da exposição que traz a história das comidas. Achei bem interessante”, afirmou o jovem.
Mariana, que estuda dança do ventre há um ano, foi até o evento para apoiar as colegas que se apresentarão no evento. Para ela, a Semana Árabe é uma oportunidade de desmistificar estigmas da cultura para o grande público.
“Acho importante este GDF investir nesse evento por muitos motivos. Para informar as pessoas, porque querendo ou não ainda há muito preconceito. Acho que é uma forma de trazer conexão com essa cultura que está no nosso dia a dia, mas muita gente não tem esse contexto”, disse a estudante.
Apresentar um novo olhar sobre a cultura árabe às novas gerações também é uma das missões do evento.
“Nosso intuito é que as crianças e a juventude tenham acesso ao resgate dessa cultura, porque a maior parte deles têm uma visão distorcida do povo árabe. Mas nós estamos presentes na culinária, nas expressões e nas palavras”, explicou Jarjour.
Programação de sábado (28)
→ Exposição educativa Alimentação, Memória e Identidades Árabes no Brasil; e espaço de Leitura Khalil Gibran, com livros relacionados à literatura árabe e história dos povos árabes. Ambos abertos à visitação durante o horário de funcionamento da BNB;
→ 10h: Contação de histórias para crianças;
→ 10h: Mostra de filmes sobre o mundo árabe;
→ Das 10h às 15h: Feira da Diversidade Culinária Árabe, com pratos a preços populares;
→ 11h30: Mesa redonda sobre a Palestina, com participação de convidados;
→ 13h: Oficina de dabke para homens e mulheres + roda de dabke.
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