No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Gilmar Mendes defende maior rigor na legislação sobre responsabilização de plataformas

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que é preciso que o Brasil regulamente de “modo mais preciso” o ambiente virtual. O decano disse ainda que o Marco Civil da Internet atualmente em vigor “tem-se revelado muitas vezes inábil a impedir abusos de toda a sorte”. Ainda, para Mendes, por trás da “retórica nefasta de que haveria uma liberdade ilimitada no ambiente virtual, o que existe é mero interesse escuso, voltado à obtenção de rendoso lucro às custas da divulgação de inverdades com propósitos políticos cada vez mais claros”.

A manifestação do ministro ocorreu no início da sessão desta quarta-feira (10/4) em mais um sinal da Corte em apoio à decisão do ministro Alexandre de Moraes de abrir um inquérito contra o dono da rede social X, Elon Musk, e o inseri-lo no inquérito que investiga as milícias digitais. Musk tem ofendido Moraes e o STF nas redes sociais e disse que não cumprirá as ordens judiciais brasileiras. Inclusive, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está com as redes sociais suspensas por ordens judiciais, chegou a fazer uma live na rede de Musk.

Assim como Moraes escreveu em sua decisão contra Musk e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, reforçou via nota na segunda-feira, Mendes também voltou a falar em “instrumentalização criminosa das redes sociais”. O decano defendeu uma nova legislação sobre a responsabilidade das redes sociais e sugeriu como inspiração o Digital Service Act europeu e o Online Safety Act, do Reino Unido.

“Há muito tempo estou convicto de que, apenas com a elaboração de uma nova legislação, será possível estabelecer com mais segurança os direitos e deveres de todos aqueles que se disponham a atuar na internet, sem que haja espaço para agressões, mentiras, golpismos e outros males que têm assolado o país nos últimos anos”, disse.

Desde que Musk passou a atacar as decisões judiciais brasileiras, os ministros da Corte têm se mostrado solidários à Moraes, em falas e na agilidade para resolver questões pendentes no Supremo que envolvem o ambiente digital, como o Marco Civil da Internet. Na terça-feira (9/4), Dias Toffoli afirmou que até o fim de junho deve liberar para julgamento o recurso que discute a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. O dispositivo condiciona a responsabilidade civil das plataformas por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros à necessidade de ordem judicial prévia.

Ainda segundo o relator, a proposta de voto está pendente de ajustes pontuais. Após Toffoli entregar os autos, caberá a Barroso, presidente do STF, agendar o julgamento. Com a investida de Musk contra o sistema judicial brasileiro, a apreciação do recurso, que antes estava aguardando a votação do tema no Congresso, não deve mais esperar uma resposta legislativa.

Na fala desta tarde, Gilmar disse: “Ao revisitar a recente história nacional, não é preciso muito esforço para concluir que o Marco Civil da Internet atualmente em vigor — com o qual esta Corte tem um encontro marcado em breve — tem-se revelado muitas vezes inábil a impedir abusos de toda a sorte”. Pela fala de Gilmar, o Supremo deve trazer uma decisão dura sobre o tema.

Outro tema que também foi pautado, de 19 a 26 de abril, em plenário virtual, foi a ação que discute o bloqueio do aplicativo de comunicação WhatsApp em todo o Brasil por decisões judiciais. A ADPF 403 foi ajuizada por conta das decisões judiciais em diferentes tribunais de Justiça brasileiros que determinaram a suspensão do aplicativo, após a empresa informar que não poderia fornecer os dados requisitados pelos magistrados por conta da segurança da criptografia.

Na sessão da noite de terça-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia, vice-presidente da Corte eleitoral, também se manifestou e disse que “Decisão judicial pode ser objeto de recurso, pode ser criticada, questionada, só não pode ser descumprida”.

Após a fala de Gilmar na sessão desta quarta-feira, Barroso disse que “ninguém pensa em abolir a crítica”, mas ponderou que por trás da alegação da liberdade de expressão o que tem é “um modelo de negócios que vive de engajamento e que o discurso de ódio traz mais engajamento”.

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