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Um homem foi preso nessa quinta-feira (7) em Campina Grande suspeito de prender, amarrar, agredir, espancar e torturar a ex-esposa. O crime aconteceu no fim de semana anterior, mas só veio a público após a prisão ser realizada.
Identificado por Eduardo Lima Silva, de 32 anos, o suspeito tem três filhas com a vítima, com quem foi casado por 15 anos. Eles estavam separados há cinco meses, mas se encontravam regularmente por causa das crianças. No sábado (2), ela foi até à casa do ex-marido para se encontrar com as filhas e acabou vítima de uma espécie de emboscada.
”Ele me atraiu para uma emboscada, onde ele me chamou para conversar com ele, dizendo que estava abalado e que queria conversar sobre os assuntos sobre o período em que convivíamos na mesma casa, mas nós não estávamos mais em um relacionamento. Eu disse que não iria e no sábado iria buscar minhas meninas que estavam com ele. Quando eu fui, ele tirou as meninas da casa, se juntou com familiares dele para fazer isso. Ao chegar lá, ele começou falando normal comigo, mas depois ele amarrou meus pés, mãos e boca e ainda raspou minha cabeça. Eu agredi ele para tentar sair da residência, pois ele trancou as portas, mas a tia dele me agarrou e disse que eu não devia bater nele. E então ele abriu minha cabeça com meu celular”, relatou a jovem.
A vítima informou que o agressor ainda ligou para ela depois do ocorrido, onde o mesmo ofereceu R$ 3 mil para que ela retirasse a queixa contra ele. Além disso, o acusado disse que teria cometido as agressões porque estava possuído por ”uma força maior”, disse a vítima em entrevista a equipe do Plantão Campina.
Delegada do caso, Karine Vasconcelos, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campina Grande, explicou que em dado momento, aproveitando a distração do agressor, a vítima conseguiu pedir por socorro.
Desde então o agressor estava sumido, para livrar o flagrante e não ser preso. A equipe da Deam, no entanto, agiu rápido, conseguiu na Justiça um mandado de prisão preventiva contra o agressor, e o prendeu nessa quinta-feira (7).
Karine Vasconcelos explicou que foram expedidas medidas protetivas em favor da vítima, mas que ela está com medo e traumatizada.
Histórico de agressões
A ex-esposa do agressor contou que ela foi casada com o ex-marido por 15 anos. O casal tem três filhas, atualmente com 13, 8 e 4 anos, e que nos últimos anos ela já vinha sofrendo com as agressões.
De acordo com ela, o casamento começou a ruir de vez em agosto de 2022, quando ele a arrastou pela casa puxando pelos cabelos. A vítima conta que o então marido estava bêbado, ela por isso se recusou a dormir com ele na mesma cama, e isso desencadeou nas agressões.
A mulher relata também uma série de pressões psciológicas e emocionais que ela sofria, até que, cinco meses atrás, finalmente se decidiu por sair de casa.
A relação ao longo desses cinco meses de separação era amistosa, dialogada por causa das filhas, até que teve a agressão nessa última semana.
Dados da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campina Grande mostram que em 2023 foram registrados 1.707 casos de agressões contra a mulher em Campina Grande. Isso resultou em 1.547 inquéritos policiais e em 1.273 solicitações de medidas protetivas de urgência.
Com Redação e informações do G1/PB