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A indicação de Gabriel Galípolo ao comando do Banco Central foi aprovada por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O placar foi 26 a 0. A indicação para suceder Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária ainda precisa ser votada pelo plenário da Casa.
Em quatro horas de sabatina, Galípolo se ateve a um discurso político. Questionado, respondeu que “jamais sofreu pressão sobre decisão do Copom do presidente do Lula“. Após falar que pretende continuar seguindo sua consciência nas decisões, seja de subir, cortar ou manter juros, reforçou que todas as vezes em que esteve com Lula, o presidente disse a ele que teria toda tranquilidade e liberdade para tomar decisões.
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Em sua fala final, o indicado ao BC fez uma defesa enfática sobre a necessidade de o Banco Central perseguir o centro da meta de inflação. “Não foi conferido à autoridade monetária essa liberdade para ter uma concepção elástica do que é a meta de inflação, que é 3%. As bandas funcionam para absorver choques eventuais, não para reduzir o esforço da política monetária”, disse.
Para ele, a crítica de quem acha que deveria se trabalhar com um nível de inflação superior não deveria ser direcionada ao BC, a quem cabe colocar os juros em nível suficiente para cumprir a meta. “Nosso mandato é buscar a meta de inflação com uma economia que vem mostrando uma pujança maior do que esperada”. Segundo ele, o crescimento da economia não é ruim em si, mas é preciso cuidar para que isso ocorra com equilíbrio entre a trajetória da oferta e da demanda.
A sabatina foi marcada por falas mais genéricas, com ênfase na responsabilidade de o BC ser o “guardião da moeda”. O indicado para a presidência deu uma mensagem de otimismo sobre a evolução da economia brasileira nas últimas décadas e anos e colocou o país como um local de oportunidades para investimentos, especialmente na transição energética e redução de emissões.
Hoje, Galípolio é diretor de política monetária do BC desde julho de 2023, quando foi indicado por Lula para o cargo. Antes, ele era o número 2 de Fernando Haddad, atuando como secretário executivo do Ministério da Fazenda.