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O My Country Talks, iniciativa internacional que busca fazer conexões entre pensamentos divergentes, chegou ao Brasil com o propósito de promover o diálogo entre pessoas com opiniões opostas. O My Country Talks já passou por diversos países, como Estados Unidos e Alemanha, e contabiliza resultados positivos, incluindo o índice de 80% de participantes que se sentiram felizes com a conversa e redução de até 50% na discriminação entre pessoas com opiniões diferentes. Mas como é possível este primeiro passo, de conectar essas pessoas?
O My Country Talks, que já envolveu mais de 290 mil pessoas em todo mundo, faz um chamado por meio de veículos parceiros, como o JOTA, no qual é possível se inscrever para participar da conversa. Já se aliaram a essa proposta veículos como o USA Today (Estados Unidos), The Mirror (Reino Unido) e El Tiempo (Colômbia). Na versão brasileira da iniciativa, chamada de Brasil Fala, a ideia é conectar mais de 10 mil brasileiros, em um diálogo saudável para promover a democracia no país.
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Após encerrado o prazo para inscrições, um algoritmo faz análise dos perfis e o pareamento entre os participantes. A conversa é marcada e os participantes recebem um link para ingressar na chamada no dia e horário agendado. O encontro é online e ocorre por meio de uma plataforma do próprio My Country Talks. Além da pauta selecionada, não há direcionamento para a conversa. Os participantes podem, no entanto, consultar a qualquer momento o perfil da outra pessoa com quem está pareado.
A expectativa é de um diálogo saudável, em que a democracia saia fortalecida. Para o diretor de Relações Institucionais do Instituto Sivis, Jamil Assis, esse tipo de conversa diminui a distância entre pessoas que discordam e faz com que os participantes diminuam o seu preconceito. “Geralmente, as pessoas se propõem a continuar a conversa com aquele desconhecido”, diz. Os dados do programa reforçam essa afirmação e indicam que 60% dos participantes continuariam em contato com a pessoa com quem conversaram.
“Eu acredito que no exercício do diálogo com pessoas que pensam diferente. Nós podemos reafirmar nossos pontos de vista ou mesmo reavaliá-los”, diz Wilson, 76 anos, que já se inscreveu para participar do Brasil Fala. Para ele, enquanto integrante de uma sociedade polarizada, é importante que esse tipo de conversa, em ambiente sadio, democrático, no qual ambas as artes estão interessadas em falar e ouvir.
A possibilidade de rever seus argumentos e entender quem discorda de pontos aos quais considera cruciais também motivaram Roxana, 67 anos, a participar da iniciativa. “Tive grande dificuldade para entender posições recentes de opositores de peso e, ao acolher algumas possibilidades de transformações, me senti mais confortável do que imaginei estar. Além disso, não nego, costumo ser persuasiva, gosto de apontar outros caminhos para meu interlocutor. Isto, entre amigos, familiares, e alguns grupos de opiniões que formamos em nosso bairro. Mas expandir essas ideias muito me interessa”, acrescenta.
Além do JOTA, também são parceiros de mídia da iniciativa: Carta Capital, O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e RenovaBR. O Brasil Fala é coordenado pelo Instituto Sivis, junto com uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford.
Como posso participar?
Para participar basta acessar o website da iniciativa ou responder o formulário abaixo: