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Deputada se mostrou insatisfeita com a situação do PL – Imagem: Rede Social

O governador Jorginho Mello (PL) está enfrentando um problema sério com parte de suas duas bancadas. Parlamentares têm soltado o verbo contra algumas decisões relacionadas à eleição deste ano e também sobre pautas do estado, como pleitos na área da segurança.

Primeiro foi a deputada federal Júlia Zanatta (PL) que se rebelou contra a ex-prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, que é a candidata dos liberais para a Prefeitura josefense. A parlamentar chegou a afirmar em vídeo que Adeliana nunca foi bolsonarista e nem de direita. “Ela nem sabe o que é isso”, afirmou. Júlia defende que o nome do PL no município deveria ser de alguém realmente ligado à ala bolsonarista. Vale lembrar que o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro rechaçou qualquer aproximação com Adeliana, por causa de críticas que ela fez à sua gestão durante o período da pandemia.

Jorginho chegou a pedir a Júlia que baixasse o tom das críticas e que ajudasse Adeliana na eleição. O máximo que a deputada fez foi aceitar aparecer numa foto com a ex-prefeita, nada mais. Ela não deverá subir no palanque da candidata de seu partido.

Em Balneário Camboriú, o deputado estadual Carlos Humberto Silva, que foi rifado da eleição à Prefeitura pelo atual prefeito Fabrício Oliveira (PL), com a bênção do governador, articula todo o seu grupo em favor da pessedista Juliana Pavan (PSD). O parlamentar chegou a aparecer numa foto com a vereadora que foi homologada para disputar a Prefeitura. Seu pai, o empresário que também se chama Carlos Humberto, levou o Democracia Cristã, partido ao qual é filiado, para a aliança com o PSD.

Ontem foi a vez da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo. Ela gravou um vídeo com fortes críticas ao deputado federal Jorge Goetten (Republicanos), o qual, segundo ela, tem feito “movimentos estranhos” que prejudicam o PL. Ela destacou o caso de Navegantes, onde as principais lideranças locais dos liberais abandonaram suas candidaturas para apoiar a reeleição do prefeito Libardoni Fronza (PSD). Campagnolo culpa Goetten por ter mudado um acordo que daria a vaga de vice para o PL. E chegou a questionar o governador sobre as decisões tomadas por Goetten, que é seu desafeto desde que o deputado tentou se envolver na eleição de Itajaí.

Também no dia de ontem, vazou um áudio do deputado estadual Jessé Lopes, enviado para os praças, que são os policiais militares que não são oficiais. Eles cobram o cumprimento da promessa feita por Jorginho durante a campanha, de devolver o chamado grau acima, que foi retirado no governo de Carlos Moisés da Silva. “Se alguém tem culpa nisso tudo, é o governador e a equipe dele”, disse o parlamentar. Além disso, movimentos feitos pelo governador no PL em alguns municípios também causaram insatisfação devido à quebra de acordos locais. Em Chapecó, onde o partido ficou sem candidato, algumas lideranças liberais culparam Jorginho pelo que chamaram de “desorganização partidária”.

Movimento ruim

O presidente estadual do Republicanos, o deputado Jorge Goetten, tentou tirar o Democracia Cristã do empresário Carlos Humberto Silva, pai do deputado estadual Carlos Humberto (PL). Segundo uma fonte, Goetten teria feito vários movimentos para ter o comando do DC e levar o partido a apoiar o candidato a prefeito de Balneário Camboriú, Peeter Lee Grando (PL). Não deu certo o movimento e só criou mais atrito com a família Silva.

Com Adeliana

O presidente estadual do Progressistas, Leodegar Tiskoski, entrou em contato para negar que apoiará o projeto de reeleição do prefeito de São José, Orvino de Ávila (PSD). A ligação de Tiskoski foi em resposta à coluna de ontem, em que divulguei uma foto que sua esposa, Beth Tiskoski, fez com Orvino em Criciúma no final de semana passado. A informação de pessoas que participaram da conversa é que ela teria dado apoio, por causa de uma insatisfação do Progressistas, que tentou emplacar o vice na chapa de Adeliana, mas não conseguiu. O dirigente partidário me disse que, apesar da amizade que ele e Beth têm com Orvino, a vontade de seu partido será respeitada e que estarão com a ex-prefeita.

No momento errado

O fato é que, apesar de toda a experiência de Leodegar Tiskoski e de Beth Tiskoski, nenhum deles pensou que uma foto neste momento com um candidato, no caso, o prefeito de São José, Orvino de Ávila (PSD), seria vista como apoio. Tiskoski concordou com essa leitura e entende que houve uma certa ingenuidade no momento. Mais uma vez, admitiu as insatisfações em seu partido por não ter indicado o vice na chapa de Adeliana Dal Pont (PL), mas garante que estão fechados em apoio à candidatura do PL.

Michelle ao Senado

Ontem o colega jornalista Upiara Bosch relatou um fato que ocorreu em Brasília. O governador foi ao Senado acompanhar a posse de Beto Martins (PL). Ao ser questionado pelo jornalista do UOL, Felipe Pereira, se Michelle Bolsonaro (PL) pode ser candidata ao Senado por Santa Catarina em 2026 – informação divulgada em primeira mão aqui na coluna – o governador primeiramente devolveu a pergunta:

“Quem te disse isso?” – questionou Jorginho.

Na sequência, segundo Upiara, o governador respondeu de forma sucinta e genérica, mas sem rechaçar a possibilidade: “Ela pode ser candidata onde quiser”, finalizou.

Não nega

Upiara Bosch também fez um questionamento importante em sua coluna: como essa possibilidade de Michelle Bolsonaro ser candidata ao Senado por Santa Catarina – o que faria com que a disputa tivesse uma vaga a menos aos integrantes do que chamou de “Sindicato dos Postulantes a Senador pelo 22 em SC (Sinposen22-SC)” – seria recebida pelas lideranças liberais?

O início de tudo

Conforme publiquei há alguns dias, quando esteve em Florianópolis para participar da convenção do PSD e do PL, Michelle Bolsonaro teve uma conversa com o governador Jorginho Mello (PL) na Casa D’Agronômica. Ele, segundo uma fonte, teria sondado a ex-primeira-dama do país sobre a possibilidade de ela disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina. A ideia de Jorginho é que, tendo Michelle em sua chapa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria obrigado a se posicionar a seu favor, mesmo com o prefeito de Chapecó João Rodrigues (PSD), que mantém forte amizade com Bolsonaro desde a época da Câmara Federal, sendo candidato ao governo. Para não sofrer questionamentos internos, Jorginho teria que se manifestar de forma mais clara sobre o assunto.

Presidente em SC

Presidente fará a primeira visita a SC – Imagem: Divulgação

O presidente Lula (PT) inaugura amanhã o Contorno Viário da Grande Florianópolis. Após 12 anos, será entregue a maior infraestrutura em termos de rodovia do país. Além da inauguração na Grande Florianópolis, Lula acompanhará o lançamento da Fragata Tamandaré, em Itajaí.

Relatório do MP

Trajano apresentou o relatório – Imagem: Bruno Collaço/ Alesc

Ontem, nos corredores da Assembleia Legislativa, foi grande o movimento de membros do Ministério Público estadual. Eles foram acompanhar o procurador-geral de Justiça, Fábio Trajano, que apresentou o Relatório de Gestão Institucional referente ao ano passado. Ele destacou que o MP está presente nas 112 comarcas catarinenses e conta com 523 procuradores e promotores que atuam em 399 promotorias e 71 procuradorias, além de 4 mil servidores. Em 2023, conforme o RGI, foram mais de 62.600 atendimentos aos catarinenses em todo o estado. Para Trajano, o MPSC tem prestado um serviço relevante para a sociedade catarinense em parceria com os poderes e órgãos públicos e instituições privadas. A apresentação foi dividida em cinco eixos: preservação do meio ambiente, atenção à saúde e direitos humanos, combate à criminalidade, defesa da coletividade, e projetos e aproximação com a sociedade.

Sonegação

No combate à criminalidade realizado pelo Ministério Público, o procurador-geral Fábio Trajano destacou o combate à sonegação, que resultou na recuperação de quase R$ 1 bilhão em recursos para os cofres públicos. Trajano também citou o trabalho do Gaeco, que impediu um atentado a uma escola de Feira de Santana (BA), e do Integra, comitê criado pela Assembleia Legislativa para desenvolver ações em prol da promoção da cidadania e da cultura de paz nas escolas, do qual o MPSC faz parte, além da regionalização dos Navits, os núcleos de atendimento às vítimas de violência.

Novo adjunto

Os deputados estaduais aprovaram a conversão em lei da Medida Provisória que transforma a Secretaria Executiva de Articulação Internacional em Secretaria Executiva de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos (SAI). Também foi criado o cargo de secretário executivo adjunto de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos. A SAI segue sendo ligada à Secretaria de Estado da Casa Civil.

Saúde

A Assembleia Legislativa aprovou ontem o projeto de lei que cria os cargos de Técnico de Farmácia e Biomédico no quadro de pessoal da Secretaria de Estado da Saúde. Conforme a justificativa apresentada pelo setor, as novas funções buscam proporcionar “maior eficiência operacional”, tendo em vista que as incumbências que poderiam ser desempenhadas por técnicos hoje vêm sendo assumidas por farmacêuticos.

Importação de leite

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) considerou acertada a iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao protocolar no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços um pedido para que se investigue a prática de dumping na comercialização do leite vindo da Argentina. O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a medida tem grande relevância para o setor leiteiro e para a economia do país. Com isso, a entrada de leite em pó subvencionado prejudica a produção de leite nacional, reduz as margens dos pecuaristas, limita o crescimento do setor e provoca o abandono da atividade. O volume total de importações de lácteos somou 4,29 bilhões de litros nos últimos três anos. Em 2023, a quantidade foi recorde, atingindo 2,18 bilhões de litros.