Mapa reforça a importância no combate ao tráfico de animais silvestres

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Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco resgatou 534 animais silvestres e apreendeu uma tonelada de carne imprópria e 9,8 mil metros de rede de pesca irregular, além de 66 kg de ametista bruta e 126,91 metros cúbicos de madeira em 9 municípios da Bahia. Projeto
Foto: Divulgação/MPBA

A Freeland Brasil, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), desenvolveu um curso a distância focado na importância da Guia de Trânsito Animal (GTA) no combate ao tráfico de animais silvestres e na prevenção de doenças zoonóticas. O curso, voltado para agentes de instituições governamentais federais, foi gravado em São Paulo e abordou a necessidade de controlar o transporte de animais para evitar riscos à saúde pública e à fauna local.

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Sobre a ferramenta

A GTA, uma exigência legal para o transporte de animais, tem como objetivo rastrear e controlar o movimento de animais no país, garantindo que eles sejam transportados de maneira segura e legalizada.

A médica veterinária Miriam Sassaki, agente de inspeção da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP), explicou durante a gravação do curso como a GTA é essencial para evitar a propagação de doenças e o tráfico de espécies. Além disso, a guia é obrigatória para qualquer animal em trânsito, com exceção de cães e gatos.

Segundo Miriam, a emissão da GTA é realizada em parceria com os Órgãos Estaduais de Sanidade Animal (Oesas), que habilitam veterinários privados para fornecer a documentação. A profissional destacou que a GTA não apenas assegura a origem e o destino dos animais, mas também contribui para o controle de surtos sanitários e proteção da biodiversidade.

Riscos do tráfico de animais silvestres

O tráfico de animais silvestres representa um risco à saúde pública e à segurança agropecuária. A captura de animais na natureza e seu transporte para diferentes regiões pode espalhar doenças entre espécies animais e até entre humanos, como evidenciado pela pandemia de Covid-19, cujas origens estão ligadas ao trânsito de animais.

Leandro Bondar, coordenador de educação da Freeland Brasil, ressaltou que o tráfico de espécies silvestres coloca em risco a biodiversidade e pode ter sérias consequências sanitárias. Casos emblemáticos, como o sacrifício de 160 canários contrabandeados do Peru em 2019, demonstram a seriedade da questão. Na ocasião, as aves foram sacrificadas em Corumbá (MS) devido à falta de documentação sanitária, representando um risco para a fauna avícola e para a avicultura comercial.

Em 2023, um incidente semelhante ocorreu no Mato Grosso, quando 320 aves canário-venezuelanas foram resgatadas pela Polícia Rodoviária Federal e sacrificadas devido ao risco de introdução da gripe aviária, uma doença que poderia causar danos irreparáveis à economia local e nacional.

Capacitação

A Freeland Brasil atua em três pilares: educação ambiental, capacitação de agentes públicos e monitoramento de políticas públicas. A organização, com sede na Tailândia, tem como missão combater o tráfico de animais silvestres e preservar a biodiversidade. Em sua abordagem educacional, Leandro e a analista educacional Jennifer Machado explicaram que o curso a distância desenvolvido pela ONG inclui módulos teóricos e práticos, com materiais como textos, gráficos, ilustrações e depoimentos em vídeo.

Este curso será disponibilizado à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para capacitar seus 13 mil agentes em todo o Brasil. A Freeland Brasil espera que o treinamento, que terá entre 60 e 80 horas de conteúdo, fortaleça a fiscalização e a atuação das autoridades no combate ao tráfico de animais silvestres, além de conscientizar os agentes sobre os riscos envolvidos no transporte ilegal de espécies.

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