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Em entrevista ao jornalista Márcio Rangel, o médico Sérvio Túlio, diretor clínico do Hospital Municipal Ana Maria Coutinho Ramalho, repassou informações sobre a morte de Jamilly Fernandes da Silva, de 18 anos. Após o óbito da paciente, áudios foram divulgados em redes sociais, onde um suposto parente dizia que a jovem teria morrido após adquirir uma suposta infecção por bactéria no hospital de Lagoa Seca/PB. No entanto, o médico Sérvio Túlio não viu relação entre o atendimento oferecido a ela na unidade com as causas da morte da mulher.
O Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) divulgou uma nota após a morte da gestante Jamilly, informando que a paciente sofreu uma parada cardíaca durante o parto por cesárea desta terça. A mulher havia sofrido queimaduras por álcool no mês de agosto deste ano, na cidade de Lagoa Seca, Agreste paraibano, e morreu durante um procedimento de um parto nessa terça-feira (15) na unidade hospitalar.
”Após receber alta do Trauma-CG, ela vinha passando por tratamento de curativo diário no nosso hospital, pois ainda sentia dores. Clinicamente, ela não tinha mais necessidade de estar interna. Infecção hospitalar decorre de internamento hospitalar, mas ela não foi interna no nosso hospital. Não teve esse internamento. Quanto a adquirir alguma bactéria pela pele estar mais fragilizada pelas queimaduras, ela pode adquirir isso no próprio domicídio, no percurso. Isso não caracteriza infecção por internação hospitalar. Não vejo essa relação, que ela possa ter infecção decorrente do procedimento de curativo aqui na nossa unidade”, disse Túlio.
Confira nota completa emitida pelo ISEA:
“O Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) informa que foi a óbito na tarde desta terça-feira, 15, a gestante Jamilly Fernandes da Silva, de 17 anos.
Jamilly deu entrada na maternidade no dia 10 de outubro transferida da unidade hospitalar da cidade de Lagoa Seca. A paciente tinha histórico de internação em outro hospital no último mês para tratamento de queimadura grave de terceiro grau em 30% do corpo. A morte foi decorrente de complicações deste acidente.
De acordo com a equipe técnica, Jamilly chegou apresentando quadro de importante desconforto respiratório e dor abdominal, complicações da grave queimadura que tivera dias antes, que resultou em uma possível estenose traqueal, que consiste no estreitamento da traqueia, o que dificulta a passagem do ar para os pulmões e, consequentemente, provoca dificuldades respiratórias.
Com a piora do quadro, foi indicada a interrupção da gestação, ainda que prematura, na tentativa de melhorar o quadro respiratório materno e ser possível prosseguir com o tratamento das vias aéreas da gestante. Durante a cesariana, que aconteceu com anestesia geral e com a paciente entubada, a paciente apresentou uma parada cardiorrespiratória, tendo sido realizadas todas as manobras na tentativa de reverter o quadro, porém infelizmente sem sucesso.
O bebê nasceu de forma prematura, com 34 semanas e 4 dias de gestação. A criança está bem, em uso de suporte respiratório. A menina foi transferida para o Hospital da Clipsi. A conduta médica foi considerada adequada e permitiu salvar a vida da bebê, mesmo com o quadro de prematuridade e de complicações do estado de saúde da mãe”.