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“Vou ser a primeira da família a ir para uma universidade”. Uma revelação que retrata a força de Leyla Batista Ribeiro, de 21 anos, caçula de uma família de cinco filhas, que está fazendo a diferença no seio familiar com a conquista de uma vaga no curso de Serviço Social, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Uma mulher que se orgulha de ser conhecedora de seus direitos, de saber como acessá-los e, principalmente, de levar consigo o sonho de se formar para contribuir para que outras famílias rompam com os ciclos de vulnerabilidades.
Sua história de vida a colocou na lista de mulheres potentes da Secretaria de Assistência Social (Semas) em uma homenagem e representação neste mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher.
A emoção é maior quando ela relata que, antes de chegar à faculdade, teve de percorrer uma trajetória que exigiu, além da força, garra, coragem, determinação e disciplina, a superação do luto pela perda da mãe. Além, também, do sentimento de estar sozinha no mundo e lutar para não fazer parte da estatística negativa que muitas pessoas colocavam como certa para o seu futuro.
O que as pessoas que faziam afirmações como essa não conheciam era a força interior que Leyla carregava consigo para superar as adversidades vividas desde a infância. Com a mãe sem trabalho devido a sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), aos 11 anos, ela foi vítima de trabalho infantil. Ao lado de uma das irmãs, fazia frete na feira livre do bairro Santa Martha, para ter direito a levar para casa produtos da xepa (resto de mercadoria exposta numa feira).
Aos 13 anos, foi obrigada a trabalhar como atendente em uma padaria no bairro de Inhaguetá. A situação de vulnerabilidade, chamou atenção da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Maruípe, que acompanhou a família por alguns anos e, com a posterior mudança de endereço, o acompanhamento passou a ser realizado pelo Creas Centro.
Com a morte da mãe, quando ela tinha apenas 14 anos, sua vida ganhou outros contornos. A então adolescente viu na Educação o caminho para reescrever sua história e construir um futuro diferente do “desenhado por outras pessoas”. Foi cursando o Ensino Médio que Leyla conseguiu uma vaga de estágio na Gerência de Proteção Social de Média Complexidade da Secretaria de Assistência Social (GMC/Semas) de Vitória.
Depois de dois anos como estagiária no local, decidiu que romperia com alguns obstáculos que traziam prejuízos emocionais. Foi quando alugou uma quitinete e foi morar sozinha. Enfrentou muitos desafios com a decisão. Atravessou uma pandemia inimaginável a época. Tudo foi sendo vencido dia após dia como muita garra e fé. Até que participou de um processo seletivo e foi contratada para atuar na área administrativa da GMC.
Leyla, que um dia foi atendida pelo Creas, passou a fazer parte da equipe que cuidava dos processos administrativos para viabilizar a oferta dos serviços especializados para as famílias e indivíduos em situação de risco pessoal por violação de direitos. “Aprendi a parte teórica da gestão, a mexer com processos, contribuindo para o trabalho desenvolvido nos Creas”, disse Leyla cheia de orgulho de si.
As coincidências da vida não pararam por aí. Meses depois de assumir a vaga administrativa, já mais próxima da realidade das ofertas da Média Complexidade para pessoas em situação de violação de direitos, ela conquistou a vaga para educadora social no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).
“Foi na GMC que encontrei uma rede de apoio. Aqui, sempre fui impulsionada a acreditar em mim. Venci a insegurança e aprendi que não temos controle das coisas. Temos que acreditar nos nossos sonhos e ter objetivos. Acreditar que tem algo preparado para nós, que as coisas acontecem do jeito que tem que ser. A fé me ajudou a estar aqui, a ver que pode ser possível”, disse ela.
Com tanta história de luta, ao ser questionada sobre o que poderia desanimá-la pelo caminho, Leyla não deu espaço para uma resposta pessimista: “Tenho 21 anos e quero ser vista como uma jovem que sou. Me vejo como uma menina muito sonhadora e guerreira, que tenta ser melhor a cada dia”.
Para a gerente de Média complexidade, Fabíola Calazans, “O curso da vida é algo interessante, nos proporciona encontros que unem propósitos. Leyla não é um acaso. É um exemplo vivo da importância do trabalho social. Ela pode percorrer vários degraus de superação, romper com padrões violadores de direitos e acessar novas possibilidades de vida. Às cicatrizes demonstram o desafio do percurso, mas também funcionaram como mola propulsora para continuar rompendo com paradigmas que insistem em se colocar como prisões. “Para nossa equipe, é uma alegria ter uma futura colega Assistente Social com uma bagagem tão rica como a dela. Certamente, olhará para o campo social com curiosidade e indignação”, afirma.
A secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, disse que história de Leila é marcada por desafios e superação. “E marcada pelas políticas públicas, é um exemplo de superação e do quanto é possível reverter certas situações. Não tenho dúvidas que a sua história será um diferencial na sua atuação profissional como futura assistente social”, enfatizou a secretária.