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Desafios e realizações como pároco: uma jornada de fé e serviço
Sou religioso, membro da Sociedade Joseleitos de Cristo (padres Joseleitos), nascido aos 27 de fevereiro de 1966, ordenado sacerdote pela imposição das mãos e oração consecratória de Dom Newtom de Olanda Gurgel (In memorian), naquela ocasião Bispo da Diocese do Crato, no dia 28 de janeiro de 2000, dia de Santo Tomás de Aquino, em minha terra natal, Mauriti-CE.
Fui vigário da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus em Campos de Jordão-SP; em seguida, assumi a função de reitor dos estudantes de filosofia no Seminário Santo Antônio em Lorena (SP), e ainda, nessa mesma cidade, sucedi Dom João Hipólito na capelania do Cemitério Municipal.
Depois, voltei para Campos do Jordão (SP), tornando-me 1º vigário da nova paróquia – São Benedito, no Capivari, e, novamente, por extrema necessidade, voltei para a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, desta feita com a missão de administrador paroquial. Também morei em Salvador (BA), onde fui vigário paroquial na Paróquia Santa Teresa D’Ávila, administrador da Casa Geral dos Joseleitos, Capela do Colégio Nossa Senhora da Conceição de Brotas e Capelão do Jardim da Saudade (Cemitério). De Salvador passei a morar em Belém (PA), onde fiquei 2 anos como vigário paroquial da Paróquia São Jorge do bairro da Marambaia e, logo, o Arcebispo Dom Alberto Taveira criou uma paróquia intitulada Santa Luzia do Bom Futuro, na qual desempenhei a função de pároco por oito anos.
De seminarista a pastor de almas
Por fim, no dia 7 de maio de 2022, sob a autoridade do bispo diocesano de Lorena (SP), Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, fui designado, como pároco, para exercer o cuidado pastoral da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, situada no Bairro Embaú, município de Cachoeira Paulista (SP). Acolhi a missão, sabendo que o pároco é o pastor próprio da paróquia a ele confiada, em cujo ministério de Cristo é chamado a participar, a fim de, em conformidade com o Código de Direito Canônico, exercer em favor da comunidade paroquial o múnus de ensinar, santificar e governar, com a cooperação de outros presbíteros, inclusive, do vigário paroquial ou diáconos, e também com a indispensável colaboração dos fiéis leigos (cf. cân. 519).
Superando obstáculos e celebrando a fé
Tendo, portanto, recebido do senhor bispo diocesano a missão de conduzir, celebrar e santificar uma porção do povo de Deus, procurando ler e meditar a Palavra de Deus e, organizando como pastor a comunidade, tenho me esforçado para cumprir com zelo e responsabilidade a missão que me foi confiada, ciente de que fui escolhido para morar no meio dos fiéis, para governá-los em nome do bispo. Assim sendo, com amor excepcional pelo ministério pastoral, como líder paroquial representante da Igreja Católica na comunidade local, mesmo diante de minhas limitações, trabalho para promover a mensagem e os ensinamentos da Igreja, procuro exercer meu ministério com autenticidade e coerência, assumindo a responsabilidade de cuidar da orientação espiritual dos fiéis, celebrar os sacramentos e cuidar das necessidades pastorais dos paroquianos e administrar as finanças da paróquia. Diante disso, procuro não perder de vista as competências diretas desse exercício do ministério e, portanto, com solicitude, tenho desempenhado um papel vital na vida religiosa da comunidade, promovendo os ensinamentos da Igreja e trabalhando para fortalecer a fé e a união dos paroquianos. No entanto, chamar a atenção dos paroquianos para que eles respeitem e sejam fiéis, não somente a mim que sou o pároco, mas também ao vigário paroquial e as lideranças paroquiais.
Desafios e bênçãos no caminho do sacerdócio
Desafios existem, estão o tempo todo diante de nós. Para mim, o grande desafio é o fato de ter assumido o pastoreio de uma paróquia diante da qual me deparei com os fiéis frustrados e decepcionados, pois o meu antecessor havia largado o ministério sacerdotal, assumindo que tal decisão seria para levar adiante um relacionamento amoroso que havia começado com uma moça e não estava disposto a renunciar esse laço afetivo. Diante disso, a situação da paróquia era de abandono, dispersão e evasão dos fiéis. E pior ainda tem sido a questão financeira, pois ele deixou uma dívida adquirida para a reforma da igreja matriz e, consequentemente, não ficou nenhum recurso financeiro para arcar com as despesas da paróquia. No entanto, a providência divina, na medida do possível, não tem faltado. Mas, mesmo assim, há momentos de angústia e aflição.
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Outro desafio é o cuidado para evitar a minha própria dispersão frente às crescentes atividades pastorais e, frente à problemática da sociedade e da cultura, que nos levam a questionar nosso estilo de vida e as prioridades dos trabalhos pastorais, ao mesmo tempo em que exigem, cada vez mais, a necessidade de uma formação permanente. Com relação a isso, é preciso levar em consideração que a função de guiar a comunidade como pastor, tarefa própria do pároco, deriva de sua relação peculiar com Cristo, cabeça e pastor. É uma função que reveste caráter sacramental. Não é a comunidade que confia esta tarefa ao sacerdote, e sim, por meio do bispo, ela lhe vem do Senhor.
Unindo e guiando a comunidade paroquial com amor e responsabilidade
Tenho procurado sempre, como pároco, recordar a minha responsabilidade pessoal na moderação da paróquia. Por outro lado, tenho consciência de que essa função de governo é desafiante e exige que eu seja um homem de comunhão, isto é, um homem que una toda a paróquia e não seja – isoladamente – amigo de alguns fiéis ou grupos. Tenho que ser um pároco que una ricos e pobres, intelectuais e pessoas simples, jovens e idosos, mães de família e solteiras, religiosos e leigos, conservadores e progressistas etc., evitando, assim, o previlegialismo, ou seja, o exclusivismo, onde se faz acepção de pessoas, exaltando alguns em detrimento de outros. É preciso favorecer um especial esforço de compreensão mútua e de ajuda recíproca, testificando a comunhão na vida cotidiana da paróquia. Resumindo, o que me importa é ajudar o Povo de Deus na vivência do Evangelho, na adesão à Palavra e a Cristo, de uma forma coerente sem privilegiar um grupo, ou ‘aquele que eu gosto`, mas tentando estar ali no meio de todos sendo vínculo de unidade.
Pe. Valdir Gomes da Silva, sjc
Pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, situada no Bairro Embaú, município de Cachoeira Paulista (SP)
O post Minha experiência na missão de pároco apareceu primeiro em Formação.