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O Nordeste figura como a segunda maior região produtora de peixes, atrás do Sul do país, de acordo com último Anuário da Associação Brasileira da Piscicultura.
De baixo custo inicial, essa é outra alternativa na diversificação de culturas. A região Oeste da Bahia, concentra a segunda maior produtora do estado.
Em um recanto no meio do cerrado, que o sulista, de Rio Grande do Sul, o senhor Marcos Tiecher, 60 anos, escolheu morar.
Com ajuda do filho, há dois anos, investiu na piscicultura com cinco tanques escavados.
“A história é recente, em fevereiro completou dois anos que nós viemos pra cá. O meu filho teve a ideia e eu apoiei também. Começamos com os tanques, né? Um, dois, três… E estamos com cinco tanques e várias qualidades de peixe”, conta.
Sr. Marcos Tiecher | Imagem: Guilherme Soares/Canal Rural BA
Na fazenda do seu Marcos, a capacidade de produção é de 20 toneladas e tudo se aproveita. Segundo ele, uma coisa toca a outra, além da piscicultura, ele também cria cerca de 100 cabeças de gado.
“Em primeiro lugar, como o nosso lema é agricultura de subsistência. A água adubada dos peixes irriga as plantas, tem os pastos irrigados e os peixes já tem um temo que começamos a vender. E está indo bem, graças a Deus”, relata.
Oxigenação
Para manter a qualidade da água e sobrevivência dos peixes, os tanques contam com o equipamento conhecido como aerador tipo chafariz, que promove uma maior oxigenação da água.
O consultor técnico Marcelo de Oliveira Araújo, explica que o equipamente ajuda a ter um volume maior em pouco espaço.
“A gente está com tilápias, pangas, tambaqui e um pouco de surubim. Então a gente consegue viabilizar a produção em torno de 7 quilos por metro cúbico pra tilápia e tambaqui 2 quilos. Você vai incorporar mais oxigênio na água, com isso você consegue um volume maior de produção no menor espaço, então você consegue uma densidade maior”, explica.
Tanques com respiradores tipo chafariz | Imagem: Guilherme Soares/Canal Rural Bahia
De acordo com o especialista, em um sistema de criação intensivo como esse com cerca de 20 mil tilápias, são necessários, 240 quilos de ração por dia, considerando 3% da biomassa total dos peixes.
“A tilápia é um peixe que você consegue tirar entre sete e oito meses. Depende do tipo de sistema, da alimentação que você está dando aos peixes e estamos aqui em torno de um ano. Então, a tilápia teria um giro maior, porém, nossa região tem deficiência na questão de frigorífico para filetagem. Já está entrando na área alguns frigoríficos e futuramente isso vai ser uma realidade”, relata.
Ainda de acordo com Marcelo, a piscicultura vem da agricultura failiar e é rentável com baixo custo de implementação e margem de lucro que varia inicialmente entre 20% e 30%, considerando o tipo de manejo.
Ele conta que para produzir mil quilos de peixe, são gastos 5 mil reais, mais ou menos.
De acordo com o último anuário da Associação Brasileira da Piscicultura, a tilápia é o peixe mais cultivado no Brasil.
Em 2022 foram produzidas em todo o país 550.060 toneladas (t). Volume que representa 63,93% da produção nacional de peixes de cultivo, 3% maior que o ano anterior, 534.005 t. Bahia e Pernambuco, são os maiores produtores do Nordeste.
Produção na Bahia
O município de barreiras, é o segundo maior produtor do estado, com mil 2.204 4 t, atrás de Glória, no Norte da Bahia, com 4.891 t, de acordo com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na chácara administrada pelo Antônio Paulo, próximo a área urbana de Barrreiras, as vendas na páscoa foram satisfatórias.
O pintado, foi o mais vendido, saindo a R$ 18 o quilo, preço pago ao produtor. Segundo Antônio, uma boa administração e o manejo adequado, são essenciais.
“Eu tinha uma previsão para tirar 12 toneladas e consegui tirar 10 toneladas. Se tiver ma boa administração, tiver as coisas feito dentro das condições, vai ter sim, vai ter um rendimento muito bom”, conta.
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