O Espírito Santo: mestre interior da oração

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O dom fundamental do cristão

Daremos continuidade à catequese sobre a oração e a Santíssima Trindade. Hoje, falaremos especificamente da oração em comunhão com o Divino Espírito Santo.

A presença essencial na vida de oração

Começarei com a profunda lição do Papa Francisco: “O primeiro dom da vida cristã é o Espírito Santo. Não é um entre muitos dons, mas o dom fundamental. É o Espírito que Jesus prometeu nos enviar. Sem o Espírito, não há relação com Cristo e com o Pai, pois é Ele quem abre nosso coração à presença de Deus e nos atrai para o vórtice de amor, que é o coração do próprio Deus”.

O ensino da Igreja

O Catecismo, no §2670, relembrando 1 Coríntios 12,3 afirma: “Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’, a não ser pela influência do Espírito Santo”. Cada vez que oramos a Jesus, é o Espírito Santo que, por Sua graça, nos conduz ao caminho da oração. Por isso a Igreja nos convida a implorar diariamente a presença do Espírito Santo, especialmente no início e no fim de cada ação importante.

A influência das escrituras

Seja por meio do Papa Francisco, do Catecismo, dos grandes pregadores ou das catequeses, a Igreja sempre nos ensinou, assim como as Escrituras, que é pela influência do Espírito Santo, pela ação da graça de Deus, que podemos rezar e adorar o Deus único e verdadeiro. Não podemos chamar Jesus de Senhor sem a ação do Espírito Santo. Quando rezamos, é porque o Espírito Santo, de forma misteriosa, nos impulsionou, nos atraiu para a oração. Esse é o grande dom que Jesus nos enviou: a lembrança constante d’Ele como Senhor, Salvador e Redentor, e a compreensão de suas palavras, para que, por meio desta revelação, possamos ir ao Pai, ser salvos e alcançar o Reino dos Céus.

A impossibilidade da oração sem o Espírito

Sem o Espírito Santo é impossível rezar e adorar a Deus. Precisamos invocar o Espírito Santo, pois é Ele que nos configura a Jesus, que imprime em nós o caráter cristão, que nos concede dons e carismas, santificando-nos para sermos a imagem do Filho. Aquele que agrada ao Pai, que morreu e ressuscitou por amor para levar a humanidade à salvação. É o Espírito Santo que nos torna semelhantes a Jesus, para que, com a fragrância de Cristo, cheguemos ao Pai, agradando a seu coração.

O clamor diário ao Espírito Santo

Portanto, clamemos ao Espírito Santo todos os dias. Clamemos seu poder, oremos no Espírito, em comunhão com Ele. O Espírito Santo pode ser adorado e glorificado, mas, quando O invocamos, Ele não se anuncia. Ele nos configura a Jesus e anuncia o próprio Jesus, para que n’Ele cheguemos ao Pai.

A condução da nossa vida de oração

Devemos rezar no Espírito, clamar ao Espírito Santo para que Ele conduza nossa vida de oração. O Catecismo, no §2672, ensina: “O Espírito Santo, cuja unção permeia todo nosso ser, é o Mestre interior da oração cristã, o artífice da tradição viva da oração”. Existem inúmeros caminhos de oração, tantos quantos são aqueles que rezam, mas é o mesmo Espírito que atua em todos e com todos. Na comunhão do Espírito Santo, a oração cristã se torna a oração da Igreja.

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A diversidade de formas de oração

Seja qual for sua forma de rezar, saiba que o mesmo Espírito atua em todos. É Ele quem suscita na Igreja as diversas formas de oração, adoração e louvor. Contudo, toda essa diversidade deve seguir uma única regra: rezar em nome de Jesus, adorando o Pai. A direção é sempre o Pai, em nome de Jesus, mas a oração deve ser feita em comunhão com o Espírito Santo. Esta é a regra: escutar o Mestre interior, o Espírito Santo, que fala ao nosso coração e à nossa mente, guiando nossas palavras em comunhão com Cristo. Intercedendo, adorando, configurando-nos ao Filho, para que n’Ele possamos adorar o Pai em espírito e verdade.

Invoquemos o Espírito Santo para que Ele conduza nossa oração e adoração, por meio de Jesus, em nome de Jesus, para chegarmos ao Pai.

Deus os abençoe. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

Padre Bruno Otenio
Membro do clero da Diocese de Guarulhos. É formado em Filosofia pela UNIFAI-SP e bacharel em Teologia pela PUC-SP. Possui uma especialização em Logoterapia e Análise Existencial pelo Instituto Gewissen. Atualmente, é mestrando em Teologia Moral na Pontifícia Academia de Teologia Moral Alfonsiana em Roma na Itália, e faz pós-graduação em Psicologia Tomista pelo Instituto de Psicologia Tomista.

Transcrito e adaptado por Jonatas Passos

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